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Engenheiro conta como são as fundações para o Light Steel Frame

Engenheiro conta como são as fundações para o Light Steel Frame

Você que nos acompanha, sabe que o Light Steel Frame é nosso sistema construtivo principal. 

Já fizemos inúmeras palestras e visitas guiadas em nossas obras para levar o conhecimento para consumidores, estudantes e profissionais da arquitetura e quando iniciamos uma visita, normalmente começamos explicando como são as fundações e quais as características específicas para atender ao sistema. 

Bem, é sobre este assunto que vamos falar hoje. 

Quando falamos em Light Steel Frame, logo pensamos em construção rápida e leve e isso afeta diretamente nas fundações. Para o sistema de construção a seco, em nossa região, normalmente usamos de dois tipos: convencional (sapatas, pilares, vigas e laje) ou radier.

Pelo fato de não termos muitos pavimentos e o peso por metro quadrado ser baixo, (em média, a construção com em Steel Frame pesa 250Kg/m² contra 1.250Kg/m² da Construção Convencional – alvenaria) a fundação mais utilizada para o sistema é o radier.

O Radier

Radier é um tipo de fundação superficial caracterizada por uma laje de concreto armado que recebe as cargas da edificação e distribui sobre uma grande área do solo. Possui normalmente entre 10 e 20 cm de espessura.

 
 
Foto: Acervo Nesta

Tecnicamente falando, muitos fatores influenciam no tipo de fundação que será utilizada em uma construção, como resistência do solo, número de pavimentos, projeto arquitetônico, entre outros. 

Separamos a seguir, 5 perguntas que fizemos para nosso engenheiro civil* sobre as fundações para Steel Frame:

1- Qual o tipo de fundação mais indicada para o Steel Frame?

Em qualquer obra, o correto a fazer é um estudo do solo no local, por intermédio de sondagens ou análises das propriedades do solo, mas em geral, o radier atende bem às demandas do steel frame.

2 – Por que o radier é bastante utilizado nesse sistema?

O radier é um tipo de fundação fácil e de rápida execução, além de ser barato comparado ao sistema de sapatas, blocos e estacas quando bem dimensionado.

3 – O que influencia na escolha do tipo de fundação para o steel frame?

O principal fator a ser avaliado do steel frame, são as cargas provenientes da estrutura e como estas serão dissipadas no solo, além disso, diferente dos sistemas convencionais de concreto armado com alvenaria de vedação, o steel frame já vem pronto da indústria, trabalhando com precisão milimétrica nas peças, ou seja, a fundação adotada precisa seguir o perímetro do steel frame com pequena taxa de erro no esquadro da fundação.

4 – Como é feito o radier?

O radier segue o mesmo conceito de uma laje convencional, com a diferença de ficar apoiado diretamente no solo. O solo precisa ser compactado antes da execução do radier e preparado com uma lona e brita, para servir de leito para o concreto do radier. 

Leito com lastro de brita. Foto: Acervo Nesta

A armação do radier, diferente da maioria das lajes convencionais, é feita com malha dupla, podendo ser comprada pronta em qualquer loja de material de construção, dando agilidade e economia na execução da obra.

Armadura para o radier. Foto: acervo Nesta
5 – Quando NÃO é possível utilizar o radier como fundação no Steel Frame?

Terrenos que possuem grandes diferenças de nível inviabilizam a utilização do radier. Para edificações com mais de quatro pavimentos ou muito carregadas não se recomenda o uso do radier sem o estudo adequado do solo.

Também é importante mencionar que as tubulações elétricas e hidráulicas devem ser colocadas abaixo do radier com saídas na laje antes da concretagem, evitando assim que sejam feitos cortes e furos na base já executada. 

Tubulações e esperas antes da concretagem (Foto: Acervo Nesta)

Em geral, como todo o sistema de construção a seco, as fundações também costumam ser mais simples e o radier se apresenta com vantagens em relação às fundações convencionais, as quais podemos citar: o baixo custo, a redução de mão-de-obra e a rapidez na execução.

De qualquer forma, é sempre importante avaliar cada caso e ter uma equipe técnica especializada para desenvolver o projeto e a obra. Na Nesta, você encontra tudo isso. Vem com a gente fazer sua obra extraordinária!

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

*Giusephe Tael Much é Engenheiro Civil formado pela FSG (Centro Universitário da Serra Gaúcha) e trabalha com a Nesta desde 2019. 

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Vidros duplos ou simples? Como escolher os vidros para sua casa

Vidros duplos ou simples? Como escolher os vidros para sua casa

Cada dia ocupando um espaço maior e de mais destaque nas construções, os vidros podem ser soluções arquitetônicas incríveis ou grandes vilões de uma edificação.

E como aqui na Nesta falamos muito dos conceitos de sustentabilidade, eficiência energética, isolamento térmico e acústico e saúde nas construções, não poderíamos deixar de fazer um guia para você escolher com segurança esse item tão importante da sua obra.

Antes mesmo de começar, precisamos te explicar que as esquadrias e os vidros fazem parte da curva ABC do orçamento das construções, ou seja, estão entre os itens que representam o maior custo da obra

A curva ABC é um método de classificação de informações para que se separem os itens de maior importância ou impacto, os quais são normalmente em menor número ou quantidade, mas representam os maiores valores ou importância. Também pode ser relacionada com a lei de Pareto ou Lei dos 80/20, em resumo, são os itens que representam 20% da sua obra, mas que custam 80% do valor investido. 

Neste post você vai entender: 

  • Como escolher o melhor vidro para sua obra;
  • Quais os custos e benefícios decorrentes das escolhas feitas durante o seu projeto de arquitetura;
  • Quais as melhores estratégias de conforto em relação aos vidros;
  • Como obter grandes vãos sem grandes custos.

 

Vidro é assunto sério!

No Brasil, os vidros devem ser especificados de acordo com a Norma NBR 7199 – Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. 

Isso significa que você deve sempre pedir orientação ao responsável técnico pelo seu projeto para que especifique corretamente seus vidros, em especial, de acordo com o uso, para que atendam ao desempenho e à segurança esperados.

A Norma Brasileira tem força de lei, portanto, isso gera garantias sobre os vidros da sua obra, desde que os vidros sejam aplicados conforme a norma.

Instalações com normas específicas: 

  • Boxes de banheiro: NBR 14207
  • Sistemas de envidraçamento de sacadas: NBR 16259

Conhecendo um pouco os vidros disponíveis

 

Por ser um assunto extenso e super especializado, falaremos aqui apenas dos principais tipos de vidros utilizados na construção civil, mais especificamente em construções residenciais.

 

1. Vidro float ou comum

É o vidro mais comum. Um vidro plano transparente, incolor ou colorido, com espessura uniforme e massa homogênea. É o vidro ideal para aplicações que exijam perfeita visibilidade, pois não apresenta distorção óptica, e possui alta transmissão de luz. É a matéria-prima para processamento de todos os demais vidros planos. 

Pode ser: laminado, temperado, curvo, serigrafado e usado em duplo envidraçamento. Utilizado na indústria automobilística, eletrodomésticos, construção civil, móveis e decoração.

 

2. Vidro impresso

 

O vidro impresso é um vidro plano translúcido, incolor ou colorido, que recebe a impressão de um padrão (desenho) quando está saindo do forno. É utilizado para reduzir visibilidade e aumentar a privacidade em ambientes como banheiros, por exemplo. Exemplo: vidro mini boreal, muito utilizado em janelas de banheiros.

 

3. Vidro de segurança

 

É produzido a partir do vidro float, objetivando minimizar riscos em caso de acidentes e quebra acidental. Os vidros de segurança são definidos pela ABNT como sendo “aqueles que, quando fraturados, produzem fragmentos menos suscetíveis de causar ferimentos graves”. Podem ser: temperado e laminado.

 

3.1 Vidro temperado

O vidro temperado recebe um tratamento térmico (é aquecido e resfriado rapidamente) que o torna mais rígido e mais resistente à quebra. Em caso de quebra produz pontas e bordas menos cortantes, fragmentando-se em pequenos pedaços arredondados.

 

3.2 Vidro laminado

O vidro laminado é composto por duas chapas de vidro intercaladas por uma película plástica de grande resistência (PVB – Polivinil Butiral). O vidro laminado é o produto adequado para diversas aplicações, como coberturas, fachadas, sacadas, guarda-corpos, portas, janelas, divisórias, vitrines, pisos e outros, pois em caso de quebra, os cacos ficam presos na película de PVB, evitando ferimentos e mantendo a área fechada até que a substituição do vidro seja realizada.

3.3 Vidro laminado temperado

O vidro laminado temperado é resultante da composição, como o próprio nome diz, de chapas de vidro temperadas unidas pela película PVB compondo um vidro laminado. Ele é recomendado para áreas de cobertura, escadas, pisos, onde houver trânsito ou carga sobre o vidro, que além de mais resistente, também possui a mesma segurança do laminado em caso de quebra.

 

4. Vidro acústico

 

4.1 Vidro laminado acústico

 

É um vidro laminado com um PVB especial (acústico) e por isso funciona como um excelente isolante acústico. É um produto inovador que garante uma poderosa proteção contra ruídos.

 

4.2 Vidro duplo ou insulado

 

É o conjunto de dois vidros separados por uma camada de ar ou gás, conferindo redução na propagação de som, na entrada de calor e uma infinidade de combinações decorativas. Largamente utilizado na construção civil dos países europeus, o vidro duplo está presente no nosso dia a dia, como por exemplo, na porta dos freezers e refrigeradores (com a função de isolação térmica). 

O duplo envidraçamento pode ser composto por qualquer tipo de vidro, melhorando a performance térmica e acústica. Além disso, pode ser equipado com persianas internas, que dão ao conjunto um efeito estético diferenciado. Quando composto por pelo menos um vidro laminado, atende às mais exigentes especificações de projetos residenciais. 

 

5. Vidro Jumbo 

Normalmente, o tamanho de chapas padrão fabricado no Brasil é em torno de 2,4m x 3,21m. O vidro jumbo mais comumente aplicado por aqui é o de 6,00 m x 3,21m, podendo ser temperado e/ou laminado e passar por outros processos de beneficiamento, inclusive espelhação. A

s chapas têm 6, 8 ou 10mm de espessura, não menos que 6mm para não quebrar, mas podem chegar a 12mm e até 16mm para atender especificações de resistência a ventos e segurança. Para se ter uma ideia, uma chapa de 10 mm de vidro float pesa 500kg e, se passar por laminação, pode atingir uma tonelada.

 

Saiba mais sobre os vidros Jumbo

Um dos maiores desafios do vidro jumbo é a movimentação, pois ele necessita de transporte, manipulação e armazenagem diferenciados, dentro e fora da fábrica. Toda movimentação deve ser feita com equipamentos específicos, evitando qualquer interação manual no vidro, preservando a segurança dos trabalhadores. A armazenagem e as instalações devem ser apropriadas: altura do galpão, portas de acesso, mesas de corte, ponte rolante, estoque, etc.

Os custos com fretes e movimentação, a necessidade de equipamentos especiais para transporte e manipulação tornam o valor do produto até 50% mais caros que dos vidros convencionais, e em alguns casos acima disso(Fonte: adaptado de vidroimpresso.com.br)

 

Fonte: http://www.guiadovidro.com.br/noticia/o-vidro-jumbo-na-arquitetura-e-nas-construcoes-modernas

Como escolher seus vidros

Para saber a espessura correta de seus vidros, a fabricante Cebrace criou uma ferramenta para auxiliar na especificação. Para saber mais, clique aqui.

A Abravidro também criou um Guia de Aplicação de vidros na Construção Civil, confira! 

No que se refere ao seu projeto, continue lendo para conhecer nosso guia para conforto, melhores escolhas na arquitetura e grandes vãos. 

Conforto x Perdas 

Se você busca conforto térmico, há dois caminhos:

1. Vidros duplos ou insulados

Para regiões mais frias ou úmidas, é o vidro ideal. Nas regiões mais frias ou úmidas, o vidro duplo aumenta o conforto térmico e evita a condensação. 

DICA IMPORTANTE: o vidro não faz seu trabalho sozinho. Para que o fator conforto térmico seja atingido com eficiência, as esquadrias precisam ter boa vedação. Por essa razão, as esquadrias de PVC são as mais recomendadas por nós atualmente. Elas atingem isolamento superior em conjunto com vidros duplos, pois tem melhor vedação e estanqueidade que outros materiais, como a madeira e o alumínio, por exemplo

2. Vidros simples laminados ou vidros térmicos

Para regiões onde a questão é o calor, os vidros laminados e térmicos são sua melhor opção. 

Com o uso deste tipo de solução, você reduz a carga térmica dos seus ambientes, reduzindo a necessidade de utilizar o ar condicionado. 

Fique atento às perdas térmicas:

  • Vidros temperados não possuem qualquer barreira térmica, por isso não são recomendados para fins de isolamento de qualquer finalidade. 
  • A inversão térmica rápida, com grandes diferenças entre a temperatura interna e externa, pode gerar condensação nos vidros simples (sejam eles laminados, temperados ou float), pois a troca térmica entre interior e exterior é direta, porque o vidro é um material fino e de baixa resistência térmica. 

Além disso, o vidro laminado possui outros benefícios, como a redução da entrada de ruídos externos (quando comparado aos vidros comuns) e a proteção contra os raios UV (Ultravioleta), pois o PVB (película que fica entre os vidros) barra 99,6% dos raios solares UV (Ultravioleta), protegendo as pessoas dos danos causados por esse tipo de raio. Isso também evita o desbotamento e envelhecimento dos móveis, cortinas, tapetes e outros objetos.

 

Se você busca conforto acústico, o vidro laminado é uma ótima opção. Mais uma vez, o fator vedação e estanqueidade das esquadrias são essenciais para um bom desempenho. 

Se você busca desempenho térmico e acústico, sua melhor opção é o vidro duplo ou insulado, sendo que você terá desempenho térmico superior com câmaras de ar maiores e acústica com vidros de diferentes espessuras.  

Arquitetura: Custos e benefícios

Tenha sempre em mente que o projeto de arquitetura define a escolha dos vidros para sua casa, por isso é importante conhecer os estilos arquitetônicos e algumas das premissas que vem junto com eles.

Vamos lá?

Casas contemporâneas:

Marcadas por grandes volumes geométricos, estas casas pedem aberturas maiores, mais envidraçamento e grandes vãos de vidro. Para essas obras, é importante observar limitações de chapas de vidros que, de forma geral, vão até 2,40 x 3,20m, evitando o uso das chapas de vidro jumbo, que tornam os vidros até 2 vezes mais caros.

Casa Contemporânea. Projeto Autoral Nesta. Ano: 2020
Casas tradicionais, em estilo americano, rústico ou colonial 
Geralmente têm aberturas menores, portanto, vidros menores. Nesse tipo de projeto, os vidros custam menos. 
 

 

Casa em Estilo Americano. Projeto Autoral Nesta. Ano: 2020
Casas minimalistas 

Com grandes planos envidraçados do piso ao forro, geralmente suas esquadrias são folhas deslizantes com altura acima da média, entre 3,00 e 4,00 metros de altura. É preciso pensar não apenas nos vidros, mas nos sistemas de folhas móveis das suas esquadrias, especialmente se você busca vidros duplos ou insulados.

VOCÊ SABIA? Os sistemas móveis das esquadrias tem limitação de peso por folha móvel. Isso significa que você precisa ter mais folhas conforme o peso vai aumentando, ou seja, o valor da suas esquadrias aumenta por várias razões: tamanho dos vãos, peso dos vidros, número de folhas e quantidade de trilhos (no caso dos sistemas deslizantes). Isso pode tornar sua obra ainda mais cara, sendo que os vidros podem ser bastante significativos nesta conta.

E NÃO SE ESQUEÇA: como há menos paredes, os sistemas de climatização precisam, em geral, ficar no piso ou no forro, aumentando também o custo para manter o conforto térmico. 

Fonte: tuacasa.com.br

Grandes vãos

Se você não abre mão de grandes vãos envidraçados, peça ao seu arquiteto para considerar as limitações técnicas dos produtos especificados para vidros, esquadrias e orientação solar.

Grandes rasgos verticais podem ser divididos com travessas ou vigas para reduzir o tamanho dos vidros e distribuir melhor as cargas na estrutura.

Vidros duplos ou insulados devem ser especificados em conjunto com a esquadria, tendo o cuidado de alinhar especificações de espessuras de paredes e isolamento térmico e acústico. 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

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Calefação – entenda o que é, e como escolher o melhor sistema para sua casa

Calefação – entenda o que é, e como escolher o melhor sistema para sua casa

Em tempos de frio, falar de calefação é totalmente conveniente, porém não é por este motivo que resolvemos abordar o assunto.

Aqui na Nesta, desde que iniciamos um projeto, ou melhor, ainda antes, no briefing com o cliente, uma das perguntas que fazemos é sobre qual sistema ele quer usar.

Perguntinha fácil, resposta difícil. Existem muitas opções no mercado e você não precisa escolher só uma, sabia?

Antes de avançarmos, é importante esclarecer o significado de calefação: de forma simples, calefação residencial é o aquecimento de um local fechado de forma rápida e segura. O sistema pode ser central (instalado em um ponto fixo da residência) ou local (equipamento instalado em que aquece um ambiente específico).

Sistemas modernos

Atualmente há várias fontes de energia para serem utilizadas: sistemas elétricos, à lenha, solar, à pellet e à gás. Dentro destas opções, ainda temos uma variedade de equipamentos: lareira à lenha, lareira à pellet, lareira à álcool, radiador elétrico, radiador hidráulico, ar condicionado, piso aquecido elétrico, piso aquecido hidráulico, estufa a gás, estufa a óleo, estufa elétrica, fogo de chão… ops, brincadeirinha. 😛

Com todas essas opções, você saberia qual delas escolher? Provavelmente não… Mas é por isso que estamos aqui falando sobre este assunto.

Acredite, apesar de ser um assunto bastante técnico, a escolha do sistema de aquecimento de uma casa tem um viés bem pessoal. Tem pessoas que amam colocar aquela lenha na lareira, outros tem horror à sujeira que ela faz e não querem fazer aquela forcinha pra carregar toras de um lado para o outro.

Alguns não suportam o vento quente do ar condicionado e outros não abrem mão dele pois é versátil e aquece o ambiente rapidamente.

Por isso, quando conversamos com o cliente sobre este assunto a conversa normalmente se estende e, no caso dos mais indecisos, o projeto dá uma “travadinha” pois é preciso de tempo para conhecer as vantagens e desvantagens de todos os sistemas, conversar com fornecedores, visitar lojas e fazer orçamentos.

Vamos falar um pouco sobre cada um deles e como eles impactam no projeto e no orçamento:

Lareira à lenha

A mais conhecida e rústica, para quem gosta e tem tempo de cuidar do fogo. Este modelo tem ótimo rendimento, porém deve ser executado por profissionais experientes e seguir um projeto detalhado para que não tenha problemas de voltar fumaça no ambiente ou de perda de calor. É indicada para espaços abertos e integrados, mas nos cômodos mais distantes, pode não aquecer muito bem, precisando de um complemento.

Lareira à pellet

Considerada a opção mais sustentável, é alimentada com pellets, que é considerada uma fonte de energia renovável. É um combustível sólido em formato de granulado que é feito a partir de resíduos prensados de madeira proveniente de florestas renováveis. Promete eliminar a fumaça e a sujeira da lenha, sem perder o charme do fogo. 

Geralmente tem controles eletrônicos e pode ser automatizada – você programa um horário para ela ligar e “plin”! quando chega em casa ela está quentinha te esperando. Importante mencionar que ela possui uma chama de tamanho reduzido, comparada aos calefatores a lenha, mas nem por isso tem menos potência de aquecimento.

Lareira à álcool ou ecológica

Utiliza álcool etanol como combustível e não emite cheiro nem fumaça, por isso não necessita de chaminé. Sua instalação é simples, e pode ser usada tanto em área interna como externa. Por consumir oxigênio e emitir CO e CO2, é importante ter o ambiente minimamente ventilado. Seu rendimento é considerado razoável, mas deve ser dimensionada por empresas especializadas.

Radiador hidráulico

Modelo de calefação mais conhecido e utilizado, é um sistema de aquecimento central que utiliza dutos de água quente que circulam por toda casa até chegar em um radiador instalado no ambiente. A água é aquecida por um boiler ou caldeira que pode ser a gás (mais utilizado) ou outras fontes de energia, como solar e elétrica. É um sistema muito eficiente e confortável, porém o custo de instalação e manutenção é mais alto que outros sistemas.

Radiador elétrico

Ainda pouco conhecido na nossa região, é um modelo que apresenta ótimo rendimento, é discreto, elegante e com consumo parecido com o do ar condicionado. A vantagem é que não tem aquele ventinho circulando e é completamente silencioso. Ele pode ser pendurado na parede ou com rodízios para ter mobilidade. 

Como as lareiras à pellet, o radiador elétrico pode ser programado para ligar e desligar, e sua potência é dimensionada conforme o tamanho do ambiente. Da categoria dos aquecedores locais, é uma ótima opção para aquecer um ambiente menor com qualidade e conforto.

Imagem: Portal Energia

Ar condicionado

Também conhecido como Split, muito prático e de rápido aquecimento, é um sistema que, diferente de todos os outros, pode ser utilizado no inverno e no verão. O sistema tipo inverter quente e frio possui também grande eficiência energética. Para alguns, apresenta um pequeno inconveniente, que é o vento, o que pede uma avaliação cuidadosa na hora de escolher o melhor local para instalar. Para mais informações sobre consumo e especificidades do sistema, leia este texto!

Piso aquecido

É considerado o mais confortável pois distribui o calor uniformemente pelo ambiente através de serpentinas no piso. Pode ser hidráulico e elétrico, sendo que no primeiro sua energia vem de um sistema de caldeira muito similar à calefação com radiador hidráulico. Outra vantagem deste sistema é que o piso fica quentinho, proporcionando uma sensação muito agradável e como o calor irradia a partir do chão, passa por todo ambiente até chegar ao forro. A desvantagem deste tipo de sistema é a demora para aquecer ambientes maiores ou com pé direito duplo. 

Todas estas opções são válidas e eficientes. Cabe mesmo analisar qual ou quais delas atende melhor às demandas de cada cliente e de cada casa. Dependendo do projeto ou se é um apartamento por exemplo, algumas opções ficam mais restritas. 

Aqui na Nesta, procuramos combinar sistemas com eficiência energética e conforto. Por isso sempre analisamos a fonte de energia e o consumo esperado ao especificar esse conjunto de sistemas. E sempre que utilizamos sistemas elétricos, avaliamos junto com o cliente a possibilidade de gerar sua própria energia como estratégia de redução de consumo, ao longo de toda a vida útil da casa. 

Sistemas de calefação e o Steel Frame

Como trabalhamos com o sistema light steel frame, imagino que possam estar se perguntando se muda alguma coisa em relação às casas de alvenaria: absolutamente nada. Todos estes sistemas podem ser usados em casas de steel frame, com algumas peculiaridades na instalação.

Por exemplo, passar uma tubulação de calefação durante a obra é muito mais simples pois as paredes ficam abertas. No caso da lareira convencional, ela é revestida com tijolos refratários sobre uma placa cimentícia e, dentro na parede, é colocada lã de rocha. O piso aquecido é executado da mesma forma que nas obras convencionais, com aplicação sobre o contrapiso de concreto.

Enfim, tanto em casas de alvenaria quanto de steel, o que importa realmente é adequar o sistema às suas necessidades e isso deve ser feito na etapa inicial do projeto, a qual chamamos de definição. É nela que analisamos todas as questões relacionadas ao sistema de calefação e definimos qual será usado para que possamos prever as instalações no momento adequado à etapa da obra, sem precisar fazer arranjos depois.

Não esqueça: procure sempre a assessoria de um profissional especializado, tanto da arquitetura quanto de fornecedores específicos, e você não terá inconvenientes durante a obra e terá sua casa quentinha sempre que precisar.

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

 

Fontes de pesquisa: Central das Lareiras

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Qual a melhor pedra para sua pia de cozinha?

Qual a melhor pedra para sua pia de cozinha?

 


Você sempre sonhou em ter uma bancada de cozinha branca, que não mancha e é durável?

Sim, ela existe! Neste texto vamos falar um pouco sobre os tipos de pedra que podem ser utilizados na pia de cozinha, quais as características de cada uma e, como não poderia deixar de ser, se elas são sustentáveis.

Existem muitas opções de materiais e dentro de cada um, uma variedade enorme de cores padrões e texturas. Se formos considerar somente a questão estética, fica difícil escolher, porém, com alguns condicionantes técnicos e de sustentabilidade, essa tarefa se torna um pouco mais fácil.

Pode parecer uma escolha simples, mas definir que tipo de pedra vamos usar na pia da cozinha, do banheiro ou da área gourmet é uma tarefa que requer um conhecimento técnico mais aprofundado. Pelo fato das pedras, tanto naturais como artificiais, normalmente terem uma vida útil longa, é importante analisar alguns critérios como resistência, manutenção e sustentabilidade para não termos que trocar em pouco tempo.

Opções do mercado

As opções mais conhecidas são o granito, o mármore e o quartzo. Porém o mercado tem apresentado algumas alternativas importantes de serem consideradas como o porcelanato, o quartzito e o neolith por exemplo.

Vamos falar um pouco de cada um:

Granito

Mais facilmente encontradas na natureza e com boa resistência – são os mais utilizados. Apresentam diversas opções de cores, o granito é uma rocha formada de um ou mais minerais, onde seu nome originalmente “granum”, em latim, significa grãos, descrevendo perfeitamente sua aparência.

Mármore

É uma pedra naturalmente mais porosa e, por isso, menos resistente, não sendo muito indicada para bancadas de cozinha – principalmente nas cores claras. O mármore é muito utilizado na arquitetura por sua beleza e por apresentar uma grande variedade de cores e texturas. Possui alta durabilidade e resistência à ruptura. Porém, requer certos cuidados quanto à sua limpeza e manutenção.

Quartzo 

O quartzo é o segundo mineral mais abundante da Terra e para chegar na sua casa em formato de bancada ele passa por um processo industrial, cuja composição representa 90% ou mais deste mineral em sua totalidade, misturado à resina e a outros pigmentos. É um produto que não apresenta porosidade, comum nas rochas naturais e por isso é de fácil limpeza e durabilidade.

Porcelanato

Pode ser utilizado em cozinha, banheiros, churrasqueira e combina com vários estilos, pois toda variedade de cores e texturas disponíveis para os pisos e revestimentos pode ser aplicada nas bancadas. Porém, os de massa única são mais recomendados para as bancadas, pois apresentam a mesma cor nas laterais e na superfície. Possui boa resistência a impacto, porém deve ser bem estruturada por sua espessura menor que as demais pedras.

Quartzito

É uma pedra natural assim como mármore e granito, que conta com uma infinidade de cores. Ele é tão bonito quanto o mármore, porém mais resistente que o granito. Tolera grandes mudanças de temperatura sem sofrer alteração da estrutura ou transmitir calor, o que permite seu uso em áreas de piscina. É uma pedra muito dura e difícil de ser extraída da natureza, mas com o avanço da tecnologia tem ficado mais acessível, inclusive no preço.

Neolith

Pode ser usado em bancadas, revestimentos e até em fachadas. É produzido com matérias primas 100% naturais como quartzo, feldspato, silício, mica e óxidos minerais que são misturados e prensados. Possui altíssima resistência aos desgaste e à manchas e nenhuma porosidade. Suporta tanto as altas quanto as baixas temperaturas e aos produtos de limpeza. Por não ter resinas na sua composição, não emana substâncias nocivas ao ambiente.

Uma dica importante para as pedras naturais como o granito e o mármore: elas vem com uma proteção de fábrica que as deixam mais impermeáveis, mas com o tempo ela se desgasta e requer nova aplicação. A manutenção deve ser feita com hidrofugante que pode ser aplicado por você mesmo, com um rolinho. Você deve passar a primeira demão em um sentido e a segunda no outro. Para as pedras mais porosas podem ser aplicadas 3 demãos. Em pias de cozinha deve-se repetir a aplicação a cada 6 meses.

Sustentabilidade

Por último, mas não menos importante, vamos falar um pouco da sustentabilidade destes materiais. Infelizmente, para os sustentáveis de carteirinha, nenhum deles atende totalmente os requisitos de eco friendly. Tanto as pedras 100% naturais quanto as industrializadas causam impactos ao meio ambiente, seja na extração ou no seu beneficiamento.

Contudo, um estudo da Universidade de Stuttgart revelou que o granito, pedra natural é extremamente sustentável quando comparado com os outros revestimentos de pavimentos.

Na categoria de impacto do Potencial de Aquecimento Global (GWP), a produção e instalação de lajes de pedra natural mostra claramente um equivalente de CO2 menor do que quando comparado aos outros tipos de revestimento.

 

Nos Estados Unidos existe a Norma Nacional Americana, ANSI / NSC 373 – Produção Sustentável de Rochas Ornamentais Naturais, que foi desenvolvida como parte dos esforços contínuos de várias partes interessadas para documentar e melhorar o perfil de sustentabilidade da produção de rochas ornamentais naturais. As partes interessadas envolvidas no desenvolvimento do Padrão incluem produtores de pedras, fabricantes, usuários finais, como arquitetos, agências estaduais responsáveis por práticas de aquisição de produtos ambientalmente preferíveis, acadêmicos e outras partes interessadas.

O Padrão de Sustentabilidade de Pedra Natural (ANSI / NSC 373) examina e verifica várias áreas de produção de pedra natural; melhorando efetivamente a linha de base para o desempenho ambiental da pedra natural. Além disso:

  • Reconhece e impulsiona as práticas de sustentabilidade na indústria de rochas ornamentais naturais.
  • Estabelece um conjunto de métricas ambientais, ecológicas, de responsabilidade social e de saúde humana bem definidas por meio de uma abordagem baseada na ciência de múltiplas partes interessadas, reconhecida pelo movimento de construção verde como um indicador de liderança em desempenho de sustentabilidade.
  • Fornece uma oportunidade importante para educar os principais membros das profissões de design e construção, usuários finais, governo e grupos de defesa do meio ambiente sobre a produção de produtos de rochas ornamentais naturais.

O que torna a pedra natural sustentável, segundo o Natural Stone Council é:

  • Água: uso mínimo de água doce no processamento e garantia de boa qualidade da água sendo liberada de volta para o meio ambiente
  • Energia: operações de eficiência energética com impactos de baixo carbono
  • Custódia e Transporte: eficiência do transporte e manuseio de pedra
  • Cadeia de Custódia: uma cadeia ininterrupta de organizações certificadas desde a pedreira até o usuário final
  • Produtos Químicos e Materiais: gestão segura de produtos químicos dentro das operações e prevenção de produtos químicos da lista vermelha
  • Excesso de Materiais: baixas quantidades de excesso de material processado e resíduos sólidos que vão para aterros sanitários
  • Inovação: promovendo a melhoria contínua e a transformação da indústria
  • Gerenciamento do local: planos de medição específicos do local para garantir uma gestão responsável dos impactos ambientais
  • Recuperação de terras: recuperação responsável e sustentável de locais de pedreira, uma vez que as operações tenham cessado
  • Saúde e Segurança Humana: planos para garantir que os trabalhadores tenham um ambiente de trabalho seguro e saudável
  • Governança corporativa: responsabilidade social por meio de regulamentos do local de trabalho e programas para funcionários / comunidade

A boa notícia é que existem no mercado práticas e materiais sustentáveis para suas bancadas da cozinha, banheiros ou afins. A ruim é que eles ainda não são comuns no mercado brasileiro. No entanto, achamos importante mencioná-los mesmo assim, pois informação nunca é demais! Então confira abaixo 5 produtos especiais, lindos e sustentáveis:

Durapalm

Material feito na totalidade de coqueiros não produtivos, possui resistência superior a da madeira carvalho.

Durapalm (Fonte: Greentopia)

EcoTop

Material feito de fibras de bambu e de madeira, papel reciclado e resina a base d’água. Apesar de ser composto por papel reciclado, possui diversas cores claras e tons escuros mais estáveis, que não desbotam com facilidade. Devido a resina transparente, possui uma boa durabilidade, pouca porosidade, e é resistente a manchas e riscos.

Ecotop. (Fonte: Remodelista)

Fuez

Feito com vidro reciclado, pedras, conchas e cinzas volantes, o material apresenta maior durabilidade que o mármore. Além de utilizar cerca de 70% de materiais reciclados, sua cadeia de produção também adota posturas sustentáveis, com sua indústria alimentada na totalidade por energia eólica. São diversas opções de granulometria e cores, dependendo das características dos componentes.

Fuez (Fonte: Greentopia)

IceStone

Composto de 70% de vidro reciclado, cimento Portland e pigmentos não-tóxicos, sem COV’s. Possui uma grande gama de cores, desde as mais neutras até as mais ousadas. A principal característica desta bancada é sua resistência a manchas e ao calor.

Icestone (Fonte: Elemental Green)

 

Squak Mountain Stone

É um material de fibro-cimento, composto por papel e vidro reciclados e cimento de baixo carbono, que foi criado para substituir bancadas de pedras naturais. Os tampos são moldados in loco e ficam com um aspecto de pedra sabão ou calcário. Sua resistência se assemelha a do mármore, por isso, deve-se tomar cuidados extras contra riscos. Caso ocorram de forma leve, o material pode ser polido e recuperado. Há 6 opções de cores diferentes, entre tons de cinza, bege, marrom e verde.

Squak Mountain Stone (Fonte: Sunset)

Pensou que o texto era só sobre pias de cozinha? Ufa!

Ter uma bancada bonita e de qualidade não é uma tarefa tão simples, mas acreditamos que, com as informações certas, pode ficar um pouco mais fácil. Esperamos que tenha funcionado pra você! 🙂

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

 

Fontes de pesquisa: Gra2003 | Greentopia | Natural Stone Council | Neolith | Alicante | Apartament Therapy | Alicante

 

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Arquitetura Sustentável Construção Seca Steel Frame

8 Respostas para as principais perguntas sobre light steel frame

8 Respostas para as principais perguntas sobre light steel frame

Se você ainda está em dúvidas se este sistema é para sua casa, aqui vão algumas respostas que podem te ajudar. 

Na hora de construir podem surgir dúvidas que nos fazem pensar duas vezes antes de fazer algo novo e, se este é o seu caso, esse post é para você.

Para quem ainda tem dúvidas sobre o sistema light steel frame, vamos responder às 8 perguntas mais frequentes que nos fazem sobre o sistema.

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Feng Shui e Sustentabilidade

Feng Shui e Sustentabilidade

Desde que começamos a trabalhar com arquitetura, estamos sempre em busca de algo mais: casas mais confortáveis, construções mais inteligentes, materiais mais sustentáveis e por aí vai… Iniciamos em 2010 com a construção seca e desde então não paramos mais. Nesta busca, iniciamos em 2012 os estudos de um conhecimento milenar sobre o meio ambiente e sua influência ao homem, o Feng Shui

Inicialmente, confesso, estava em busca de algo a mais para minha vida pessoal, o que de fato encontrei. Porém, compreendi depois, que no pessoal também estava a arquitetura, afinal, ela faz parte da minha vida.

O Feng Shui é uma arte, um conhecimento profundo e encantador sobre vida, natureza, homem e arquitetura. 

Hoje, em nosso trabalho, projetos, relacionamento com os clientes, escolha de parceiros e em nossas obras, aplicamos todo conhecimento que adquirimos durante a vida, mas dois conceitos são muito fortes em nossa assinatura e atendem ao nosso propósito através da arquitetura: sustentabilidade e Feng Shui. A relação entre esses dois conhecimentos é íntima e muito alinhada. 

Agir em fluxo consciente no nosso espaço está intimamente conectado com a sustentabilidade do nosso planeta. Acreditamos que tudo que é natural tem uma assinatura energética, constante e forte. Portanto, quanto mais natural for a nossa casa, mais saudável ela será

Fatores que influenciam

Se permitirmos que a nossa casa respire com materiais e produtos mais naturais, também nos beneficiaremos de uma maior clareza e leveza todos os dias.

Cuidar das escolhas que fazemos sobre o que vai “morar” com a gente, passa a ser algo além do “comprar”. Isso vale desde o material de construção, do mobiliário, e até que produtos de higiene e limpeza usamos, que tipo de comida comemos ou como tratamos o nosso lixo.

Existem estudos em várias áreas que demonstram que os cheiros, texturas, cores e principalmente o que não vemos, influenciam nosso humor, nossa saúde, nosso sono. 

De forma mais científica podemos citar os COVs (Compostos Orgânicos Voláteis), os metais pesados, os fungos e as bactérias presentes no ar. Uma pesquisa da Agência de proteção ambiental americana (EPA) mostrou que o ar interno pode ser 100 vezes mais tóxico do que o ar externo.

Na linha mais holística (conheça o significado desta palavra), temos a influência do “Qi” – energia intrínseca a tudo que existe que é utilizada nas aplicações do Feng Shui – as radiações, o magnetismo, a radiestesia e a geobiologia, dentre outros.

Tudo isso considera que as coisas que convivemos e que estão à nossa volta, nos afetam de alguma forma

Vale lembrar…

Gastar abundantemente os recursos disponíveis não é sinal de prosperidade mas sinal de não saber gerir a energia disponível, interna (emoções) e externa (corpo). Apagar as luzes quando não são necessárias, ter filtros nas torneiras para que gastem menos água e ventilar os espaços naturalmente são apenas algumas ideias para uma melhor gestão dos recursos disponíveis.

Por isso, Feng Shui e sustentabilidade estão diretamente relacionados. Seja na escolha dos materiais, nos estudos de iluminação e mobiliário, ou na posição correta da cama, tudo influencia de forma positiva ou não, nas pessoas.

Casas não devem ser projetadas para vender, elas devem ser para o usuário. E se isso for feito com uma visão abrangente, holística (sem misticismos) e sustentável, teremos cada vez mais qualidade de vida, bem estar e construções saudáveis. 

Em um próximo texto iremos falar de como aplicamos esses conceitos em nossos projetos. Nos acompanhe! 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

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Revestimentos, o que considerar antes de comprar

Revestimentos, o que considerar antes de comprar

Digamos que você está construindo ou reformando sua casa e precisa escolher o melhor revestimento para os ambientes, você saberia por onde começar? Indo até a loja, é claro! 

Na verdade não é bem assim. Existem diversos critérios que devemos levar em consideração antes de escolher os revestimentos mais adequados para cada uso como estética, limpeza, manutenção, qualidade e preço.

Mas fica tranquilo que neste texto vamos te explicar direitinho e deixar você pronto para ir correndo escolher o seu.

 

Escolhendo por ambiente

Normalmente quando entramos na loja, vamos logo olhando os mais bonitos e que nos agradam mais na questão estética. Sim, ela é muito importante, mas não deve ser o único critério de escolha. Antes disso, devemos definir o tipo de piso adequado ao uso de cada ambiente, por exemplo:

Na garagem precisamos de maior resistência, um piso mais áspero e, de preferência, mais escuro.

Imagem: https://www.decorfacil.com

Na cozinha a manutenção deve ser facilitada usando cores mais claras e superfície lisa, principalmente na parede. Também são mais adequados revestimentos lisos, com junta seca (o rejunte bem fininho) para  facilitar a limpeza.

Imagem: Shutterstock

Já para nos banheiros e lavabos, podemos ousar com cores mais escuras, principalmente no piso, para não aparecer qualquer fio de cabelo que cair e não ficarmos reféns da faxina. Nas paredes, cores claras ajudam a ampliar o ambiente e pedras grandes facilitam a manutenção dentro do box, por terem menos rejunte. Quanto à resistência, não tem necessidade de ser muito alta.

 

Imagem: Portinari

Para escolher cores e estilo, cabe buscar referências em outros projetos ou em fornecedores para não pirar! O mercado nos oferece opções de pisos foscos, esmaltados, lisos, com ranhuras, 3D ou que imitam madeira e pedras. Acredite, a variedade é imensa e até a gente que é profissional, tem dificuldade de escolher.

 

Critérios e certificações

Outra questão fundamental é a resistência do piso. Você já ouviu falar de PEI? Eu explico: os revestimentos cerâmicos são classificados segundo um teste de resistência que indica os ambientes mais adequados para sua aplicação. Essa classificação é conhecida como Índice PEI, e todas as cerâmicas de qualidade devem ter a PEI gravada na embalagem indicando o local de uso.

  • PEI 1: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geralmente com chinelos ou pés descalços. Exemplo: banheiros e dormitórios residenciais sem portas para o exterior.

  • PEI 2: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geralmente com sapatos. Exemplo: todas as dependências residenciais, com exceção das cozinhas e entradas.

  • PEI 3: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geralmente com alguma quantidade de sujeira abrasiva que não seja areia e outros materiais de dureza maior que areia (todas as dependências residenciais).

  • PEI 4: Produto recomendado para ambientes residenciais (todas as dependências) e pequenas áreas comerciais com médio tráfego.

  • PEI 5 (mais resistente): Produto recomendado para ambientes residenciais e comerciais com tráfego muito elevado. Exemplo: restaurantes, churrascarias, lanchonetes, lojas, bancos, entradas, corredores, exposições abertas ao público, consultório, outras dependências.

Outro critério de classificação, agora com relação à qualidade do produto, está definido na norma brasileira NBR 13.818/97 – Placas Cerâmicas para Revestimentos:

  • Tipo A – Extra: quando 95% (ou mais) das peças não apresentarem defeitos visíveis na distância de até 1m;

  • Tipo C – Comercial: os defeitos são visíveis de 1m a 3m de distância – não possui garantia técnica;

  • Tipo D – Refugo: os defeitos são visíveis acima de 3m de distância – não possui garantia técnica;

Já falamos de estética, padrões, resistência, qualidade, mas e o preço? Quando ele deve ser um fator chave de decisão?

Felizmente, por termos grande variedade de marcas e estilos, temos também muita variação de valores, sem comprometer significativamente a qualidade. O custo de um piso de cor neutra, liso, com PEI abaixo de 2 pode variar, por exemplo, de R$ 50,00 até R$ 200,00 por metro quadrado. Neste caso, depois de levar em conta todos os critérios técnicos, o que vai pesar na balança é a beleza e o preço. Aqui, ninguém melhor do que você para decidir. 

Existe um critério de escolha que consideramos muito importante, mas que nem sempre é levado em conta: a escolha do fabricante e da procedência do produto que você está comprando pode representar um grande impacto no meio ambiente, sabia?

O processo de produção de um revestimento cerâmico envolve alto consumo de água e geração de resíduos que, se não devidamente gerenciados, podem deixar um triste legado para as futuras gerações. 

No caso de profissionais preocupados com sua responsabilidade ambiental, este é um fator chave para a escolha de fornecedores, que complementam as questões estéticas e funcionais. 

Felizmente, as grandes empresas do ramo estão cada vez mais implementando boas práticas de sustentabilidade e atendendo às leis ambientais, além de desenvolverem produtos que pontuam para certificações internacionais como a LEED.

“LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em 143 países, e possui o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações.” GBC Brasil.org

A certificação define, entre outros, critérios para escolha de produtos e materiais que atendam aos pré-requisitos para receber a certificação. A medida que o empreendimento adquire tal ação que atenda ao pré-requisito estabelecido para aquele produto, recebe uma pontuação. Essa pontuação varia de acordo com a quantidade de pré-requisitos atendidos e classifica o empreendimento em 4 níveis:  Certified (40 à 49 pontos) Silver (50 à 59 pontos), Gold (60 à 79 pontos),  Platinum (80+ pontos).

 

Imagem: GBC Brasil

Empresas como a Incepa, Portinari, Santa Luzia, por exemplo, possuem produtos que pontuam para a certificação nos quesitos IEQ – QUALIDADE DO AMBIENTE INTERNO – Indoor Environmental Quality e IEQc4.1 – Materiais de Baixa Emissão – Pisos – Low Emitting Material – Flooring. 

No caso do IEQc4.1, pelo menos 90% de todo piso instalado, por custo ou por superfície de área, está dentro das emissões de VOC permitidas ou o produto é uma fonte inerentemente não emissora de COVs (Compostos Orgânicos Voláteis), ou atenda o critério de produtos recuperados e reusados.

Compostos Orgânicos Voláteis (VOC em Inglês) são emitidos em forma de gases a partir de certos sólidos ou líquidos. Os VOCs incluem uma variedade de químicos, que promovem problemas de saúde de curto e/ou longo prazo. As concentrações de muitos VOCs são consideravelmente maiores em ambientes internos (dez vezes maiores) do que em ambientes externos.

Escolher um revestimento poderia ser uma tarefa mais simples, mas como todas as decisões que tomamos ao construir ou reformar, esta também tem impacto significativo e de longo prazo. Pesar estética, orçamento, qualidade e sustentabilidade, é fundamental em todas as escolhas de produtos e materiais e devem ser feitas com conhecimento técnico e, se possível, antes da obra começar.

De qualquer forma, agora você está mais qualificado para fazer uma escolha assertiva, com responsabilidade, e deixar o seu lar lindo e com produtos de qualidade. 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

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Fachadas de casas que amamos

Fachadas de casas que amamos

Amamos fachadas! Elas expressam a personalidade da casa e dos seus moradores, além de apresentar a construção ao seu entorno – composição essa que pode (e deve) ser harmônica, assim colaborando de forma positiva com o local em que está inserida. 

Por isso, hoje vamos falar das fachadas que amamos e te ajudar a escolher a sua dentre os estilos mais desejados atualmente. 

Você sabia que a escolha do estilo pode impactar até no custo da obra? Explicamos um pouco sobre isso em nosso e-book Guia da Construção Sustentável em Light Steel Frame

Para começar essa conversa, achamos importante você saber que toda a casa que projetamos chega para nós como algumas demandas em comum: 

  • a casa é sempre a realização de um sonho
  • deve ser linda aos olhos dos moradores 
  • tem muitas personalizações, para se adequar ao estilo de vida de cada pessoa quem viverá nela
  • tem um orçamento alvo para ser realizada
Por isso, é bem importante entendermos como atender o check list de cada futura família que busca um lar. Como normalmente esta busca parte de imagens do espaço extraordinário desejado, criamos este material sobre os estilos mais em alta no momento e as vantagens e desvantagens de cada estilo, do ponto de vista da execução e custo da obra. 

Estilos

São muitos os estilos arquitetônicos existentes, mas como toda a decisão que precisa ser tomada antes do projeto começar, cada um deles tem prós e contras: vamos falar aqui dos mais pedidos por nossos clientes em sua busca pela moradia ideal.

Contemporâneo

Estilo marcado por linhas retas, formas puras e detalhes com materiais e texturas em cores mais neutras. Geralmente é marcado pela combinação de planos lisos ou texturizados de cores claras com pedra ou madeira. Neste estilo, está muito em alta o uso de esquadrias pretas.

Imagem: Shutterstock

VANTAGENS

Por suas formas puras, é simples de executar em qualquer sistema construtivo, levando em consideração materiais e mão de obra disponíveis atualmente, sem grandes diferenciais técnicos, desde que siga um projeto racional.

DESVANTAGENS

O uso de combinações de revestimentos, com esquadrias que vão do piso ao teto, muitas vezes coloridas (em geral pretas), eleva o custo de acabamentos externos e janelas. 

Casas Tradicionais, Rústicas ou de Campo 

São casas marcadas por elementos simples, com telhados aparentes em telhas de barro ou concreto, beirais com forros aparentes de madeira, com paredes rebocadas, texturizadas ou em tijolos aparentes. Geralmente usam esquadrias em formatos e tamanhos mais tradicionais, em tons de madeira ou brancas. 

Fonte: https://www.trendhunter.com/

VANTAGENS

Por ser um estilo muito familiar a todos, são casas simples de executar em praticamente todas as técnicas construtivas e, por seus materiais serem simples, tendem a ser mais acessíveis para comprar e mais fáceis de utilizar pela mão de obra contratada.

DESVANTAGENS

Por ser um estilo mais conservador, podem perder o valor de mercado mais rapidamente, mas não há grandes desvantagens construtivas para este estilo. Caso escolha um sistema a seco de construção, como o light steel frame e o wood frame, recomendamos uma telha mais leve, para evitar reforços (e custos) desnecessários na estrutura.

Estilo Americano

As casas americanas caíram recentemente no gosto brasileiro. São casas com fachadas mais decoradas, incorporando detalhes como molduras em beirais e janelas. O telhado mais utilizado é em telha shingle e, quanto mais detalhes ele tiver, mais charmosa a casa fica. As janelas geralmente são de tamanhos menores, mas utilizadas em maior quantidade, e muitas casas utilizam um recurso estético chamado pinázio para deixar as janelas quadriculadas, sem abrir mão de sistemas mais eficientes de esquadrias, como as de PVC. Revestimentos e detalhes em materiais como pedra natural também são bem vindos neste estilo. 

Fonte: acervo Nesta - Projeto Autoral

VANTAGENS

Quando há opção por um sistema construtivo a seco, como o light steel frame ou o wood frame, este estilo tem inúmeras vantagens, principalmente em relação ao usos dos materiais próprios para estes sistemas serem mais facilmente adaptados ao modelo. Materiais como os sidings com acabamentos lisos ou imitando madeira facilitam a mão de obra e o acabamento. 

DESVANTAGENS

O número de detalhes desejável para este estilo, eleva o custo com este tipo de fachada. No entanto, há possibilidade de manter a simplicidade e as vantagens proporcionadas pelo estilo. Na dose certa, pode ser uma ótima escolha. 

Estilo Minimalista

O minimalismo é mais do que um estilo arquitetônico, e por isso vem sendo incorporado como um estilo de vida nos últimos anos. Vem da premissa de que “menos é mais“, preconizada pelo arquiteto alemão Ludwig Mies Van Der Rohe (1886-1969), um dos grandes mentores do assunto. É caracterizado por grandes vãos em concreto, fechados com vidros, mínima variedade de materiais e muita limpeza visual. 

Fonte: tuacasa.com.br

VANTAGENS

Por seus grandes vãos em concreto e  grandes planos envidraçados, é uma arquitetura que exige menos tipos de materiais na obra. 

DESVANTAGENS

Apesar da aparente simplicidade, os grandes vãos de concreto e os grandes planos de vidros geram custos com estrutura e esquadrias maiores que todos os demais estilos citados. A sua execução requer equipes especializadas por exigir acabamentos de alto padrão, pois em geral o concreto é deixado aparente. Além disso, a falta de paredes opacas requer sistemas de climatização e elementos de privacidade (cortinas/ brises ou persianas) muito bem planejados para que deixem a casa confortável. 

Agora que você já sabe como escolher a fachada da sua casa dentre os estilos apresentados, que tal acessar mais algumas ideias de fachadas? Acesse nosso Pinterest, lá criamos uma pastinha de fachadas bem lindas para te ajudar a escolher a sua. 

 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008

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Custo da Obra

Custo da Obra

Como fazemos para saber com precisão o custo do seu sonho, sem sustos, antes mesmo de seu projeto estar pronto?

Como consumidores, estamos sempre em busca do melhor custo benefício ao comprar qualquer coisa, desde um sapato até um imóvel. A busca por um espaço extraordinário certamente envolve alguns requisitos indispensáveis como: localização ideal, conforto, nível de acabamento compatível com o investimento, beleza e qualidade rapidamente preenchem o topo de nossa lista.

Queremos um ambiente onde possamos realizar alguns sonhos também: para alguns o primeiro imóvel próprio, para outros mais um quarto, um espaço de lazer, um pátio, mais sol. Mas temos certeza de um consenso: o sonho deve caber no orçamento.