Afinal, o que é sustentabilidade e porque você deveria se preocupar com isso?

Falamos em sustentabilidade aqui o tempo todo. Se somos um pouco repetitivas, pedimos a sua paciência :), nosso objetivo é que o mundo seja um lugar melhor para viver, por isso não cansamos deste assunto

E você? Já parou para pensar se sabe realmente o que é sustentabilidade e porque aplicar na sua vida deveria ser algo natural, como um hábito?

Já trouxemos aqui algumas ideias [que usamos em nossas vidas] de como aplicar no seu dia a dia de forma bem prática ações sustentáveis, pois entendemos que ações valem mais do que palavras.

No entanto, sabemos que as informações chegam para você de forma aleatória, por isso, entendemos que poderíamos contribuir com o teu processo de busca por uma vida mais sustentável e te convidar a conhecer um pouco mais o nosso mundo e o que nos move

Se você quer aprender mais sobre esse conceito e tudo que ele significa, este texto é para você.

Afinal, o que é sustentabilidade e porque você deveria se preocupar com isso?

Conceitos e Breve Histórico 

Para começar, vamos entender o que é sustentabilidade, e um pouquinho de como e porque esse termo começou a ficar tão presente em nossas vidas [e na sua também]. 

 

Sustentabilidade é a capacidade de cumprir com as necessidades do presente sem comprometer a disponibilidade dos recursos para as gerações futuras. O desenvolvimento sustentável tem como o objetivo a preservação do planeta e o atendimento das necessidades humanas. 

Ou seja, quem somos hoje para a nossa família, para a nossa comunidade e para o nosso planeta, impacta diretamente no que terá disponível para as futuras gerações, assim, os nossos filhos, amigos e entes queridos que ainda nem nasceram dependem de nós para ter um futuro sobre o nosso planeta. 

Como tudo começou

Nos anos 90, o sociólogo e consultor britânico John Elkington, co-fundador da organização não-governamental internacional SustainAbility, com grande visão de futuro, criou o conceito de Tripé da Sustentabilidade, advertindo as empresas de que elas teriam que expandir seus modelos de negócios tradicionais, direcionando-se não apenas para a obtenção de lucro, mas também para cuidar do desenvolvimento humano e social, além de agir no sentido de preservar os recursos naturais para as futuras gerações.

Em inglês, o conceito de Tripé da Sustentabilidade que foi criado por Elkington é chamado de Triple Bottom Line, e foi sintetizado em 3 Ps: Profit (Lucro), Planet (Planeta) e People (Pessoas).

 

O conceito evoluiu ao longo dos anos, passando de um conceito mais genérico, dos pilares Econômico, Social e Ambiental para os 3P’s e chegar no que é atualmente, incorporando novos valores, como a vitalidade cultural, evidenciando ainda mais o fator humano ligado ao tema. 

E para onde estamos indo?

Em setembro de 2015, representantes dos 193 Estados-membros da ONU se reuniram em Nova York e reconheceram que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. 

Ao adotarem o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, os países comprometeram-se a tomar medidas ousadas e transformadoras para promover o desenvolvimento sustentável nos próximos 15 anos sem deixar ninguém para trás.

A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal. O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta. São objetivos e metas claras, para que todos os países adotem de acordo com suas próprias prioridades e atuem no espírito de uma parceria global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro.

Este é um plano para governos, sociedade, empresas, academia e para você.

As metas abrangem todos os setores da economia, todos os temas, e de alguma forma impactam a sociedade como um todo. 

E acredite, ler esse documento e se informar sobre isso já é um grande passo! 

Agenda 2030: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Um mundo perfeito

Como o mundo seria se todos pudéssemos fazer o nosso melhor? 

Se reduzíssemos a geração de lixo, se nenhum ser ficasse sem acesso a alimentos seguros ou água potável, o mundo seria um lugar perfeito.

Estamos longe disso, mas acredite, sustentabilidade começa muito mais em você do que imagina. Alguns objetivos de sustentabilidade sequer tem a ver com o meio ambiente, pois começam em nós, nos comportamentos de igualdade, tolerância, na não-discriminação e também na garantia de direitos básicos.

Afinal, somos todos humanos, compartilhando o mesmo pequeno planeta. 

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) emergiram de uma série de cúpulas multilaterais realizadas durante os anos 1990 sobre o desenvolvimento humano. 

O processo de construção dos ODM contou com especialistas renomados e esteve focado, principalmente, na redução da extrema pobreza. A Declaração do Milênio e os ODMs foram adotados pelos Estados-membros da ONU em 2000 e impulsionaram os países a enfrentarem os principais desafios sociais no início do século XXI.

Os ODMs reconheceram a urgência de combater a pobreza e demais privações generalizadas, tornando o tema uma prioridade na agenda internacional de desenvolvimento e sendo incorporados posteriormente à Agenda 2030.

Veja que isso foi no ano 2000, e a meta seria chegar a esses objetivos até 2015. Passaram-se 21 anos e faltam apenas 9 para a nossa Agenda 2030. 

Acreditamos que agora você deve ter entendido como esse assunto passou a fazer parte tão presente da sua vida. 😉

 

Primeiros passos da Agenda 2030: Os objetivos do Milênio

Curiosidade: 

Você sabia que o famoso Empire State Building em Nova Iorque é o maior Greenbuilding do mundo? Construído em 1930, tem 103 andares e segue se reiventando. Obteve o nível Leed Gold em 2011. Na arquitetura, é possível ser antigo e totalmente contemporâneo ao mesmo tempo. Pense nisso!

Empire State Building - Fonte da imagem: getyourguide.com.br

Quanto custa não ser sustentável

Dizem que podemos aprender de duas formas, por amor ou pela dor. 

Você já parou para pensar no que está perdendo quando pensa que essa “onda verde” não é para você? 

Além de gastar mais recursos naturais, sua conta é mais cara também, afinal, como costumamos explicar para nossos clientes: quando se trata de sustentabilidade na arquitetura, todo investimento feito para ter tecnologias melhores durante a obra, resulta em economia depois, no uso da edificação. 

Afinal, um sistema como o de geração de energia solar fotovoltáica é pago uma vez, enquanto a conta de luz pagamos todos os meses. 

Esse é um conceito de sustentabilidade que chamamos de pay back, que significa, literalmente, “pagar de volta”. É a conta matemática que fazemos de quanto tempo levará para recuperarmos o investimento feito em um sistema através da economia gerada por ele.  

Guarde essa informação: os números não mentem! 

 

Quero começar e não sei por onde

Recomendamos que você comece por onde cabe no seu tempo e na sua rotina. Mas grandes mudanças vem aos poucos, não é mesmo?

Então você pode fazer isso todos os dias um pouquinho, começando assim: sempre que for consumir, comprar ou construir, procure saber se o que você vai adquirir ou o serviço que vai usar é socialmente responsável ou sustentável. 

Vamos assumir que separar o seu lixo e consumir água e energia de forma consciente  você já faz, combinado?

Por isso, vamos te dar alguns exemplos de como ir além 😉

Mas antes, temos algumas boas notícias! 

Se você costuma comprar de produtores e empresas locais, priorizando os negócios próximos a você, você já é mais sustentável.

Quando você pensa além do seu espaço, seja da sua casa, empresa, escola do seu filho, quando olha para o seu bairro, para a cidade, para o país, você está pensando de forma alinhada com os pilares da sustentabilidade: social, econômico e ambiental. A consciência de que impactamos além das paredes das nossas casas já é um ato de sustentabilidade. 

E agora, sim, vamos além?

  1. Vamos trocar o mais breve possível em nossas vidas: lâmpadas incandescentes, ar condicionado de janela, chuveiro elétrico e deixa de usar água potável no vaso sanitário.
  2. Quando for pensar em construir, você pode escolher:
  • Sistemas construtivos mais limpos
  • Empregar menos água na sua obra
  • Usar bacias sanitárias economizadoras de água
  • Instalar sistemas que economizam energia
  • Reaproveitar a água da chuva
  • Gerar sua própria energia 
  • Dar atenção ao isolamento térmico e acústico, para economizar energia
  • Buscar produtos locais e menor impacto com transporte
  • Escolher fornecedores social e ambientalmente responsáveis
  • Consumir produtos certificados 
  • Reduzir o uso de madeira, mas se usar, escolher apenas madeiras com certificação de origem 
  • Preocupar-se com o destino dos resíduos 
  • Fazer uma obra licenciada, legalizada e com responsáveis técnicos
  • Solicitar nota fiscal dos produtos que compra
  • Entender que as escolhas feitas repercutem por toda a vida do imóvel
  • Investir mais tempo no projeto para garantir a qualidade de todas essas escolhas
Como você pode ver, a sustentabilidade é uma escolha.
 

E por isso escolhemos estar em constante evolução para construir melhor e com menos impacto. 

Nosso próximo passo é construir espaços não mais apenas sustentáveis, mas saudáveis, pensando no bem estar das pessoas acima de tudo. Em breve te contamos mais sobre isso, pois estamos estudando este tema com muita dedicação no momento. 

Essa é a nossa missão: criar espaços extraordinários é pensar nas pessoas, e é por isso que a sustentabilidade é tão importante para nós.

Nesta semana começa a COP26, que vai 31 de outubro a 12 de novembro de 2021, na qual Líderes mundiais encontram-se em Glasgow, na Escócia, para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática. 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

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