Categorias
Arquitetura de Interiores Arquitetura Sustentável Dicas Eficiência energética Iluminação Meio Ambiente Sustentabilidade

Reforma sustentável – o valor das edificações existentes

Reforma sustentável – o valor das edificações existentes

O tempo passa e, em cada período, a arquitetura apresenta características diferentes. As demandas dos moradores não são mais as mesmas. É preciso que a casa se adapte e se transforme.

Dentro da bandeira das construções sustentáveis e responsáveis, existe uma abordagem que não é muito reconhecida, porém que possui alta demanda e grande potencial: as reformas. É um ponto de vista diferente, que ganha força no movimento por construções que causem menos impacto. 

Ouso dizer que uma reforma pode ser mais sustentável do que uma obra nova, principalmente porque aproveita algo existente. Quando reformamos, “pulamos” uma boa parte do processo construtivo. É como se fossemos direto para a etapa dos acabamentos e instalações, porque tudo o que vem antes já está pronto. 

Isso por si só já economiza muitos recursos e evita todo o desperdício de materiais que envolve esta etapa em uma construção convencional (digo convencional, pois nos sistemas construtivos a seco o desperdício é bem menor). 

 
“Em um mundo onde o lixo é um problema grave, é urgente que a arquitetura se adapte.”

Nossa proposta

Dentro dos serviços que prestamos, a reforma tem ganhado espaço e é, de certa forma, uma queridinha. 🙂 Quem nunca assistiu os episódios de Irmãos a obra? É maravilhoso poder ver espaços antigos e que não atendem mais às necessidades da família se transformarem em espaços lindos, renovados e funcionais!

Porém nossa proposta vai além da reforma em si – avançamos, propondo reformas mais sustentáveis, que valorizam as características originais e as qualidades da edificação, com menor impacto e foco na saúde e bem estar do usuário.

O retrofit

Nesse caso, o Retrofit, é o que representa melhor essa abordagem. Porém, “o termo retrofit não deve ser confundido com restauração — que devolve o edifício ao seu estado original — nem com reforma — que não se compromete com as características originais do prédio. Modernização é a palavra que tem o significado conceitual mais próximo da técnica — já que, além de restaurar o edifício, o retrofit renova as estruturas com novos materiais e soluções.

Dentre as principais vantagens que o retrofit proporciona às obras de arquitetura, destaca-se o potencial sustentável — uma vez que a adequação torna a fachada mais eficiente e introduz sistemas hidráulicos, de eletricidade, iluminação e ventilação que atendem exigências ambientais.

Em suma, além de uma grande intervenção no edifício, o retrofit determina a forma como o prédio irá funcionar para reduzir gastos energéticos e custos com manutenções.” – AECWEB

Na prática

Vamos ver como isso funciona na prática? Listamos abaixo algumas iniciativas que adotamos para ter uma de reforma sustentável:

1 – Reaproveitar itens 

Antes de sair descartando tudo na caliça de coleta de resíduos, é importante fazer uma avaliação do que pode ser reaproveitado ou doado. Alguns materiais como torneiras, esquadrias e móveis, por exemplo, podem ser relocados ou doados. A prática de vender ou doar itens é muito sustentável. Ela permite que outras pessoas possam comprar produtos usados com valores acessíveis, evitando que eles virem lixo.

 
2 – Flexibilidade

Além das necessidades atuais da reforma, é importante pensar em como o espaço pode se adequar a novos usos que possam surgir. Principalmente nos projetos corporativos, é comum que as empresas contratem novos funcionários ou incorporem novos setores à estrutura e precisem adequar o espaço às novas demandas. 

Neste caso, divisórias que podem ser reposicionadas e plantas livres que permitam novas compartimentações são importantes de serem consideradas. Estruturas metálicas que são recicláveis também podem ser desmontadas e reaproveitadas, além de chegarem prontas para serem instaladas.

 
3 – Projeto executivo

Sabemos que qualquer reforma não está livre de surpresas e, mesmo que seja bem planejada, requer ajustes e adaptações. Porém, quando existe um projeto bem resolvido e pensado para ser executado, esses ajustes reduzem drasticamente. 

Uma equipe com qualidade técnica e que faça um levantamento detalhado e um projeto compatibilizado é item importante para a sustentabilidade da obra. 

4 – Eficiência energética

Renovar as instalações elétricas pode representar boa economia na nova conta: para isso, tenha projeto elétrico elaborado por um profissional capacitado. Substituir a iluminação por lâmpadas de led e dimensionar a necessidade de iluminação artificial, por exemplo, complementam e contribuem para um melhor desempenho energético.

 
5 – Valorização da iluminação e ventilação natural 

Foi-se o tempo em que os funcionários eram considerados quase parte do mobiliário. Hoje, a produtividade é sinônimo de bem-estar e é comprovado que proporcionar ambientes bem iluminados e ventilados aumenta a produtividade e reduz as chances de problemas de saúde e consequentemente se ausentar com frequência. 

 
6 – Biofilia e vegetação

Estar dentro dos ambientes significa se afastar da natureza, certo? Não mais. Conceitos como Biofilia e Urban Jungle estão cada vez mais presentes nos projetos de interiores. Trazer a natureza para dentro é mais que uma tendência, é uma necessidade que proporciona aconchego e bem estar.

 
7 – Torneiras e descargas ecológicas

A reforma é uma ótima oportunidade de optar por produtos que economizam recursos e, consequentemente, dinheiro. Torneiras com temporizador podem reduzir o consumo de água em até 80% se comparadas às torneiras de banheiro tradicionais. As descargas com duplo acionamento também reduzem o consumo de água quando apresentam litragem diferente para líquidos (3 litros) e sólidos (6 litros). 

Além destes itens, as empresas do ramo já apresentam outras soluções para diminuir o consumo tanto de água quanto de energia. A Deca, por exemplo criou o sistema Deca Comfort, que está presente em toda a linha de torneiras e misturadores Deca e proporciona economia de até 60% de água.

Já a cuba L. 737, com solução Plug&Play, é sinônimo de Reforma Fácil e foi desenvolvida para auxiliar as pessoas que desejam substituir a cuba de embutir oval (L.37) por uma de apoio, sem precisar fazer a troca ou quebrar a bancada, pois seu tamanho é capaz de cobrir o corte universal de tampos já existentes, além de auxiliar no aproveitamento da furação do tampo para a instalação dos metais. 

 

Existem diversas outras ações que podem ser adotadas para fazer da reforma uma obra sustentável. Valorizar o que já existe é uma virtude na construção civil e já temos muitos edifícios construídos no mundo, talvez seja a hora de parar de construir e começar a reformar. #ficaadica

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura Sustentável Decisão de compra

O que é EVF e porque você precisa de um para ter uma obra de sucesso

O que é EVF e porque você precisa de um para ter uma obra de sucesso

EV o quê?? 

Se você só quer uma obra tranquila, que fique dentro do seu orçamento, vem com a gente em mais um texto para guardar no histórico e consultar para sempre. 

Vamos falar de Estudo de Viabilidade Financeira, ou EVF para os íntimos. Uma receita de sucesso para todas as obras da sua vida 😉 

Por que planejar? 

Você que está buscando fazer a sua casa, como a maioria das pessoas que não é do mercado de projetos e construções, já deve ter se feito essa pergunta. 

Afinal, se você vai construir “apenas uma casa”, por que deveria gastar tanta energia planejando? 

O primeiro erro que cometemos ao pensar assim é o de subestimar a complexidade de uma obra residencial.

Isso acontece porque não fomos educados para planejar, nem mesmo nós, arquitetas de formação. Saímos da faculdade acreditando que o projeto básico, ou aquele necessário para aprovar o projeto junto à Prefeitura, é suficiente para executar a obra. 

Mas não se engane, planejar é a melhor forma que você terá de ter as rédeas das decisões financeiras da sua obra. 

O que é EVF e para que ele serve

O Estudo de viabilidade financeira é um levantamento preliminar apurado de todas as atividades e custos que a sua obra envolve, desde as fases que a antecedem até o seu final.

Ele é o resultado de etapas de levantamento de custos e cenários, que te permitem tomar as melhores decisões tendo em vista não apenas o preço dos materiais e da mão de obra, mas também de opções técnicas e de desempenho que afetam diretamente o custo final da usa obra. 

Vamos a um exemplo prático: 

Ao fazer o EVF da residência de um cliente, orçamos três opções com técnicas diferentes para fazer a piscina: 

Opção 1: Piscina em fibra
Opção 2: Piscina em alvenaria revestida com cerâmica
Opção 3: Piscina em alvenaria revestida com vinil 

Neste caso, o valor variou entre R$ 26 e 86 mil entre a solução de menor e maior custo. O mais importante, nesse caso, foi que o EVF evidenciou não apenas a diferença de custo, mas também de logística e planejamento do canteiro de obras.

Para fazer a piscina em fibra, que foi a opção escolhida, o período de início da execução durante o cronograma da obra foi completamente diferente do que nos outros dois cenários, com uma logística de entrega completamente diferente, visto que a piscina de fibra só será instalada após a metade do prazo total da obra e precisa ser trazida de guindaste, enquanto a obra de alvenaria iniciaria junto com as fundações e contenções, e o material poderia ser entregue na obra já nas primeiras semanas. 

Assim, fica muito claro que o EVF não serve apenas para levantar os custos, mas para determinar o melhor planejamento da obra e, consequentemente, seu cronograma de desembolsos. 

 

Etapas de um EVF

Para que você entenda com clareza porque o EVF é tão importante, vamos te explicar quais as etapas e custos principais a serem levantados.

Todas as etapas listadas aqui geram custos, e muitos deles você talvez nem saiba. 

1- ATIVIDADES QUE ACONTECEM ANTES DA OBRA

  • Projetos Complementares
  • Aprovações e licenças
  • Preparação do Canteiro: tapumes, ligações provisórias de água e luz, espaço para guarda de materiais, segurança 

2 – ATIVIDADES QUE ACONTECEM DURANTE A OBRA

  • Aquisição de materiais para todas as atividades da obra 
  • Contratação de mão de obra 
  • Compra e instalação de equipamentos
  • Acompanhamento e gestão: serviços como recebimento e conferência de materiais, medições de serviços, pagamentos, organização e limpeza do canteiro, acompanhamento do cronograma, controle de prazos e fiscalização dos serviços
  • Movimentações finais de terra, paisagismo e cercamentos. 

3- ATIVIDADES QUE ACONTECEM APÓS A OBRA

  • Desmobilização do canteiro: retirada de tapumes, entulhos, desmobilização de equipes 
  • Ligações definitivas
  • Obtenção de Habite-se
  • Recolhimento de impostos municipais e federais
  • Averbações / Regularização da construção 

Com estas informações você já deve ter entendido: sua obra vai muito além da planilha de materiais e mão de obra da sua casa. 

O EVF é um instrumento não apenas de orçamento, mas de planejamento, pois é possível obter através dele, muito além dos serviços envolvidos e seu custo, um raio-x da sua futura obra. 

 

Porque eu preciso de um profissional para saber quanto vai custar a obra

Agora vamos revelar o nosso pulo do gato.

Aquele fator UAU, que só uma empresa que projeta espaços extraordinários busca atingir, a cereja do bolo. 

Muitos vão te dar orçamentos, valores por m² de construção e te fazer acreditar numa fórmula mágica que faz a sua obra caber no seu orçamento. 

Mas NINGUÉM vai te dizer a verdade como fazemos aqui na Nesta.

Se você realmente gosta do seu dinheiro, que você tanto trabalhou para conquistar para investir na sua tão sonhada casa, acredite, nós também valorizamos o seu dinheiro, e é por isso que vamos te falar a verdade

Nua e crua. 

Só existe EVF com projeto completo, de qualidade, com dedicação e decisões. 
Sim, decisões. Escolhas entre um material e outro, um sistema construtivo e outro, uma casa maior ou menor, um pavimento ou dois, e por aí vai. 

E a maioria delas só você pode tomar. Afinal o sonho é seu.

O dinheiro é seu. 

Sem isso, você terá apenas estimativas. Vazias e genéricas. 

Pois só existe valor por m² igual para todo mundo se não houver transparência de informação. 

Quer saber como a gente sabe?

Te provamos. 

Ligue para um construtor que trabalhe por empreitada que você conheça e peça qual o valor que ele cobra por m². Ele dirá, temos certeza, um número com o qual você se sinta bem e confortável. O número que você quer ouvir. 

Mas que é uma estimativa, o mesmo número que ele diz para todos que ligam

E como sabemos que não é verdade?

Por experiência e transparência com você.

Pensa com a gente, se você tem dois projetos:

 

1- É uma casa de dois pavimentos, com terreno de 600m², calefação, piscina, fachadas revestidas em pedras e esquadrias de PVC com vidros duplos.

2- É uma casa térrea, em um terreno de 360m², sem piscina, com garagem aberta e acabamentos simples. 

Como ambas podem ter o mesmo valor por m²? Além disso, como podemos calcular o mesmo custo para um terreno de 600 e um de 360m²? E o cercamento, o paisagismo, as calçadas e gramado, como teriam o mesmo custo? 

Há diversos outros fatores que influenciam no custo da obra, vamos listar alguns apenas para você refletir: 

1- Projeto: número de pavimentos, tamanhos e cores das esquadrias, tipos de vidros, acabamentos, instalações, etc… 

2- Desempenho: as paredes serão simples ou duplas? a obra será em outros sistemas como steel frame ou wood frame? Usarei tijolos maciços ou furados? 

E é por isso que falamos em decisão.

O pulo do gato é decidir. Com informação e projeto de qualidade, o que você quer para sua obra. 

Acreditamos no poder da transparência que só um projeto completo acompanhado de um bom EVF pode te dar: poder de decisão sobre o seu orçamento

Porque economizar é comprar melhor e pelo melhor preço.
Simples assim.

Se você também acredita, comenta aqui e em nossas redes sociais! 

Até breve,

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura de Interiores Decisão de compra

Piso aquecido: tudo que você precisa saber

Piso aquecido - tudo que você precisa saber

Encontrar o sistema ideal para aquecer a casa é, por vezes, um desafio para quem decide construir e, por existirem opções com características específicas de cada sistema, fica difícil comparar. 

Já falamos em outro post sobre o ar condicionado e sobre sistemas de calefação, então hoje vamos falar de uma opção muito eficiente e com nível de conforto alto, que tem ganhado espaço no mercado e o gosto dos clientes: o piso aquecido

Antes de falarmos especificamente sobre o piso aquecido, vamos lembrar que ele faz parte do sistema de calefação, que é basicamente o aquecimento do ar em ambientes fechados.

O que é piso aquecido? 

Também conhecido como piso radiante, é um sistema de calefação para aquecimento de ambientes fechados muito utilizado em países de clima temperado e frio e também em regiões de inverno rigoroso. 

Diferente dos radiadores, que também são uma forma de calefação, o piso aquecido distribui melhor o calor pelo ambiente, pois é instalado em todo o piso e não fica localizado em um ponto específico.

 

Ele é o tipo de calefação é o mais próximo do modelo ideal de aquecimento de ambientes pois, conforme o artigo “Radiant floor heating in theory an pratice” do professor B. W. Olesen, a melhor forma de aquecimento é de baixo para cima, já que os pés e pernas necessitam de mais calor do que a cabeça.

Por exemplo, se você colocar uma temperatura de 24ºC no chão da sua casa, ela vai cair gradualmente, e na altura da cabeça chegará a 20ºC. Portanto, a sensação térmica do ambiente será muito mais agradável do que se fosse ao contrário. 

Quais são os tipos de piso aquecido?

O sistema de piso aquecido é instalado acima do contrapiso e pode ser hidráulico ou elétrico. O elétrico é mais fácil de ser instalado e faz menos sujeira. Já o hidráulico é indicado para obras maiores e que tenham limitação de carga elétrica. Este pode ser alimentado com várias fontes de aquecimento como gás, lenha entre outros.  

 

Dentro das opções do elétrico, existe a manta para laminados e os cabos calefatores. O funcionamento dos dois é basicamente o mesmo, a diferença é que a manta só pode ser usada com pisos laminados e os cabos calefatores podem ser usados com qualquer tipo de piso. 

No caso da manta, sua aplicação é mais simples e rápida pois não exige o uso de argamassa.

Manta para laminados

Cabos calefatores

Os cabos calefatores são aplicados sobre o contrapiso em contato, ou com a argamassa de assentamento, ou camada superior. Por estarem próximos do revestimento, são cabos que possuem características especiais de resistência e menor gradiente de temperatura.

Escolhendo o piso

Certo, já sabemos que o piso aquecido tem muitos benefícios. Andar descalço no inverno pode ser muito acolhedor para você e sua família. Mas é importante saber escolher o melhor piso para o piso aquecido.

As 5 principais opções de piso para uso sobre calor radiante são:

1 – Porcelanato 
O porcelanato e cerâmicas são ótimos condutores de calor, além disso ele não se expande à medida que o aquece ou contrai quando esfria.
2 – Piso laminado
O piso laminado também faz um bom trabalho com o piso aquecido. Por ser construído com camadas de madeira que correm em direções opostas, ele também não se expande ou contrai com a variação térmica. 
3 – Madeira
Apesar de ser uma opção viável e até bastante usada, a madeira não é indicada para o uso com piso radiante. Isso porque é um material que “trabalha” com a variação térmica, o que pode causar rachaduras. Porém, existem diversos tipos de madeiras e algumas são mais resistentes. Por isso, se tiver realmente a intenção de usar esse piso, consulte uma equipe técnica especializada para orientá-lo. 
4 – Pedra natural
Granito, mármore, arenito e outros tipos de pisos de pedra natural conduzem calor muito bem. Da mesma forma como o porcelanato, está entre os mais indicados para ser usado com piso aquecido. 
5 – Piso vinílico
Uma boa opção de piso “quente” (que no inverno não é desconfortável), e que também possa ser aquecido com qualidade. Este revestimento não possui madeira em sua composição, e é um dos melhores pisos para aquecer. No caso dos flutuantes (clicados) o ideal é escolher os com menor espessura.
 
Bom, já deu pra notar que, em termos de calefação, o piso radiante é top. Então vamos lá para suas principais vantagens.
Vantagens
  • Não produz ruídos
  • Possui controle da temperatura
  • Não necessita de limpeza do equipamento
  • Preserva a pureza do ar
  • Combate excesso de umidade sem queimar oxigênio
  • Não interfere na decoração do ambiente
  • Alta durabilidade 

Quanto custa?

A essa altura você deve estar achando que, com todas essas vantagens, este sistema deve custar muito caro e isso é normal.

Indo direto ao ponto, o preço do metro quadrado tem custado em torno de 190 reais, porém isso pode variar pela influência de alguns fatores como localização da obra e tamanho do ambiente e do circuito e detalhes específicos do projeto.  

Uma informação importante é que, quanto maior a área de um circuito, menor o custo do metro quadrado. Dessa forma, caso desejar reduzir o custo total, basta agrupar circuitos (ex: banheiro e closet unidos em um único circuito).

Com relação aos detalhes de projeto, saber qual será o revestimento final da sua casa (porcelanato, madeira, laminado, vinílico, mármore, entre outros) é muito importante. Assim, é possível definir a potência do cabo de acordo com as peculiaridades do revestimento escolhido e garantir a eficiência do sistema. 

Alguns revestimentos exigem o uso de isolamento térmico, pois são mais isolantes que outros, podendo afetar a eficiência do sistema e causando gastos desnecessários de energia. Siga sempre as orientações do departamento de engenharia.

Termostato

termostato é o elemento essencial para que seu piso térmico funcione harmonicamente, pois é ele quem te permite ajustar a temperatura do ambiente e ligar/desligar o sistema. Nesta fase, você irá se deparar com diversos modelos e deverá escolher aquele que melhor atenderá as suas necessidades.

Consumo

Quanto ao consumo, da mesma forma que a instalação do sistema, existem variações e para calcular o consumo de forma precisa é necessário avaliar todo o projeto. 

Um modelo ideal de piso aquecido pode consumir até R$ 0,03/m².h (três centavos por metro quadrado por hora), algo em torno de 30 a 40 Watts/m².h .

No modelo ideal, um ambiente de 10 metros quadrados pode consumir, se usado 6 horas por dia, 20 dias por mês, R$ 36,00/mês (trinta e seis reais por mês).   

Se você está pensando em instalar um sistema de aquecimento, não deixe de considerar o piso aquecido. Ele se apresenta como uma ótima opção oferecendo qualidade de aquecimento e custo/benefício.

Mas não esqueça, sempre que tiver dúvida, consulte seu arquiteto. Ele é o profissional imparcial que terá condições de te apresentar as diversas opções disponíveis no mercado e te acompanhar na visita a fornecedores para encontrar, junto com você, a melhor opção de aquecimento para sua casa. 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Uncategorized

Planejamento de obras residenciais: como e porque fazer

Planejamento de obras residenciais: como e porque fazer

Se você acha que porque vai construir “apenas” uma casa não precisa planejar com tanta precisão, este post veio para mudar os seus conceitos. 

Nesta matéria, vamos te explicar quais as etapas de um bom planejamento e a importância de fazê-lo, mesmo para obras menores. 

Mas porque as obras atrasam? 

Em pesquisa realizada em obras de construção civil no Brasil sobre os motivos das obras atrasarem, os resultados mostraram que os principais problemas parecem estar relacionados muito mais às questões internas e de organização dentro do canteiro de obras pelos gestores das construtoras, do que a questões externas ao ambiente de execução (chuvas, solo, variações de mercado, fornecedores, envolvimento dos clientes, etc.), o que reforça cada vez mais a importância do investimento em qualificação de pessoas, sistemas e metodologias, mesmo que simplificados, de planejamento e controle de obras.

Os fatores causadores mais comuns são:

  • atrasos nos serviços anteriores
  • falta de materiais
  • falta de detalhamento e decisões de projetos
  • quebra de equipamentos
  • falta de mão de obra

E a causa mais frequente apontada para os problemas acima é a forma inadequada de gestão

Planejamento passo-a-passo

Todas as pessoas que nos procuram para construir suas casas fazem sempre duas perguntas, geralmente no início da nossa da nossa conversa, antes mesmo de falarmos sobre projeto: 

1- Quanto vai custar?
2- Quanto tempo leva? 

No entanto, as duas perguntas-chave do planejamento não podem ser respondidas sem antes sabermos:

1- O que vamos construir (escopo)?
2- Quais as etapas do processo (cronograma)? 

E é claro que temos ideias e estimativas, tanto de custo quanto de tempo, mas o objeto e as etapas para chegar nele são totalmente diferentes para cada obra. 

E sabemos que todos querem acreditar num número mágico de tantos R$ por m² e numa ideia pré-concebida de tempo para construir. Seria o mundo perfeito!! 

Mas isso simplesmente não existe. Não acredita? Então vou te dar apenas um motivo para que tudo mude.

Se tivermos a mesma exata casa, com o mesmo projeto, as mesmas equipes, os mesmos materiais, para construir em um terreno diferente, poderemos ter um orçamento e um cronograma completamente diferentes.  

Isso porque em um terreno podemos ter que executar contenções ou fundações profundas e no outro não. Isso muda tanto o tempo quanto o custo de execução, concorda?

Por isso, é fundamental iniciarmos pelo planejamento. 

Aqui na Nesta, utilizamos Ferramentas de Planejamento e Gestão baseadas na metodologia BIM – Building Information Modeling, que consiste em desenhar e modelar sua obra como se já a estivéssemos construindo, ainda nas fases iniciais de projeto.

Essa metodologia permite atrelarmos ao projeto em 3D algumas interfaces a mais, como tempo (4D) e planejamento, levando seu projeto ao que chamamos de 5D. Isso facilita decisões de custo e prazo, quando ainda está em tempo de alterar definições que impactam no custo global da sua obra. 

Antes de começar

Você deve estar se perguntando, o que preciso saber para poder iniciar o planejamento da minha obra?

É comum para quem não é do ramo da construção achar que quando contrata o Projeto Arquitetônico, ali terá tudo o que precisa para construir, e esse é um dos enganos que pode custar maios caro em toda a sua obra. 

Por isso, antes mesmo de planejar, queremos que você entenda o que é preciso para que possamos organizar uma obra tranquila e sem sustos.

E para que você compreenda melhor todos os aspectos da sua construção, é muito importante que você saiba que o ciclo de vida de uma obra inicia muito antes da obra começar, e termina muito tempo depois dela ficar pronta. 

Na imagem abaixo, mostramos o ciclo de vida de uma construção, do pré ao pós obra.

Para que possamos planejar a sua obra, precisaremos ter em mãos: 

1- Projeto de Arquitetura (Concepção e Conceituação)
2- Estudo de Viabilidade Financeira
3- Projetos: 

  • Arquitetônico Executivo: interior e exterior – neste momento devemos saber todos os materiais a serem utilizados, qual a mão de obra especializada a ser empregada, ter em mãos os detalhamentos de projetos de forros, pisos, revestimentos, equipamentos, esquadrias, vidros, coberturas, eletrodomésticos, luminárias, pinturas, cercamento, calçadas, vegetações, entre outros. 
  • Estruturas: profundas, superficiais e aparentes
  • Instalações: elétricas, hidrossanitárias, gás, automação, aquecimento de água, climatização, drenagens, piscinas, entre outros.
  • Planejamento e cronograma: é baseado nas equipes necessárias, na disponibilidade de cada uma delas, no custo global da obra, e na obtenção das licenças e aprovações junto aos órgãos responsáveis

4 – Preparação do canteiro de obras: terraplanagem, tapumes, depósito, ligações de água e luz, verificação da necessidade de executar serviços preparatórios (cortinas e contenções, por exemplo). 

5- Então a obra pode iniciar 😉

Porque não pular etapas

Você deve estar se achando que isso é um exagero, não é mesmo?

Mas podemos te garantir que se, ao menos, levar em consideração essas demandas durante a fase de projeto, poderá economizar muito na sua obra.

Depois de mais de 14 anos executando obras, podemos te afirmar com muita certeza: se algumas destas decisões não tiver sido tomada antes da sua obra, ela custará de 20% a 50% mais caro se tomada durantes a obra, pois nesse momento você estará assumindo alguns destes riscos [ou todos]:

  • as equipes podem ter que parar
  • o custo dos materiais já subiu
  • algo que você planejou já não é mais possível ser executado
  • ou pode ser feito, mas gerará retrabalho e atrasos

Etapas do Planejamento

Agora sim, podemos começar a planejar a obra!

Para começar, montamos o que chamamos de EAP – Estrutura analítica de projeto. A EAP serve para criarmos pacotes de serviços, facilitando a organização da obra em blocos, a definição do escopo de cada equipe e a ordem de serviços. 

EAP Residência em LSF. Fonte: Autora

Após entendermos quais são as tarefas a executar, precisaremos estimar os prazos de cada serviço.

Para que isso funcione, é necessário entender:

1- Quem fará cada serviço
2- Quais os materiais utilizados
3- Os prazos de entrega de cada material e os prazos execução de cada serviço

Para melhor organizar essas informações, normalmente utilizamos gráficos, como este abaixo, bem conhecido de todos, o Gráfico de Gantt, que cruza tarefas com prazos: 

Fonte: office.com

No entanto, esta não é a melhor forma de planejar, pois assim não enxergamos o caminho crítico da sua obra. 

Mas o que isso significa?

Em um projeto, a maior parte das atividades possui relação de dependência umas com as outras. Isto é, quando a “atividade A” for concluída, a “atividade B” se inicia e, posteriormente, a “atividade C”, e assim por diante.

Acontece que, para executar sua obra, vários são os caminhos possíveis (sequência de atividades) até que o projeto seja executado em sua totalidade.

E o caminho crítico é aquele dito mais longo, ou seja, aquele cujas durações das atividades somadas equivalem ao prazo total do projeto.

Dessa forma, se alguma atividade do caminho crítico sofrer atraso, o projeto inteiro sofrerá consequências. Contudo, caso uma atividade de um caminho não-crítico atrasar, não há problema, pois entre elas há uma folga que pode absorver esse atraso.

Isso se deve ao fato que ele considera fatores importantes da execução dos serviços, como a interdependência de tarefas e o que é necessário fazer para que uma tarefa não atrase as outras.

A melhor forma de garantir uma execução tranquila são métodos mais completos, como o planejamento em linhas de balanço e também o acompanhamento e a gestão da obra por equipes especializadas, não apenas pela mão de obra, mas também por administrar sua obra.

Benefícios de uma obra bem planejada

Ao final do processo você contará com uma obra sem sustos, e ainda terá vários benefícios, entre eles:
  • Prazos mais curtos
  • Custos mais assertivos
  • Menor desperdício
  • Maior precisão no resultado
  • Previsibilidade dos desembolsos

Se quiser saber mais sobre nosso método de trabalho e como realizar obras extraordinárias, entre em contato! 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

Fontes: 

DE FILIPPI, G. A.; MELHADO, S. B. Um estudo sobre as causas de atrasos de obras de empreendimentos imobiliários na região Metropolitana de São Paulo. Ambiente Construído, Porto Alegre,v. 15, n. 3, p. 161-173, jul./set. 2015. ISSN 1678-8621 Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. http://dx.doi.org/10.1590/s1678-86212015000300033 

Templates.Office | Project Builder

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário