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Fachadas de casas que amamos

Fachadas de casas que amamos

Amamos fachadas! Elas expressam a personalidade da casa e dos seus moradores, além de apresentar a construção ao seu entorno – composição essa que pode (e deve) ser harmônica, assim colaborando de forma positiva com o local em que está inserida. 

Por isso, hoje vamos falar das fachadas que amamos e te ajudar a escolher a sua dentre os estilos mais desejados atualmente. 

Você sabia que a escolha do estilo pode impactar até no custo da obra? Explicamos um pouco sobre isso em nosso e-book Guia da Construção Sustentável em Light Steel Frame

Para começar essa conversa, achamos importante você saber que toda a casa que projetamos chega para nós como algumas demandas em comum: 

  • a casa é sempre a realização de um sonho
  • deve ser linda aos olhos dos moradores 
  • tem muitas personalizações, para se adequar ao estilo de vida de cada pessoa quem viverá nela
  • tem um orçamento alvo para ser realizada
Por isso, é bem importante entendermos como atender o check list de cada futura família que busca um lar. Como normalmente esta busca parte de imagens do espaço extraordinário desejado, criamos este material sobre os estilos mais em alta no momento e as vantagens e desvantagens de cada estilo, do ponto de vista da execução e custo da obra. 

Estilos

São muitos os estilos arquitetônicos existentes, mas como toda a decisão que precisa ser tomada antes do projeto começar, cada um deles tem prós e contras: vamos falar aqui dos mais pedidos por nossos clientes em sua busca pela moradia ideal.

Contemporâneo

Estilo marcado por linhas retas, formas puras e detalhes com materiais e texturas em cores mais neutras. Geralmente é marcado pela combinação de planos lisos ou texturizados de cores claras com pedra ou madeira. Neste estilo, está muito em alta o uso de esquadrias pretas.

Imagem: Shutterstock

VANTAGENS

Por suas formas puras, é simples de executar em qualquer sistema construtivo, levando em consideração materiais e mão de obra disponíveis atualmente, sem grandes diferenciais técnicos, desde que siga um projeto racional.

DESVANTAGENS

O uso de combinações de revestimentos, com esquadrias que vão do piso ao teto, muitas vezes coloridas (em geral pretas), eleva o custo de acabamentos externos e janelas. 

Casas Tradicionais, Rústicas ou de Campo 

São casas marcadas por elementos simples, com telhados aparentes em telhas de barro ou concreto, beirais com forros aparentes de madeira, com paredes rebocadas, texturizadas ou em tijolos aparentes. Geralmente usam esquadrias em formatos e tamanhos mais tradicionais, em tons de madeira ou brancas. 

Fonte: https://www.trendhunter.com/

VANTAGENS

Por ser um estilo muito familiar a todos, são casas simples de executar em praticamente todas as técnicas construtivas e, por seus materiais serem simples, tendem a ser mais acessíveis para comprar e mais fáceis de utilizar pela mão de obra contratada.

DESVANTAGENS

Por ser um estilo mais conservador, podem perder o valor de mercado mais rapidamente, mas não há grandes desvantagens construtivas para este estilo. Caso escolha um sistema a seco de construção, como o light steel frame e o wood frame, recomendamos uma telha mais leve, para evitar reforços (e custos) desnecessários na estrutura.

Estilo Americano

As casas americanas caíram recentemente no gosto brasileiro. São casas com fachadas mais decoradas, incorporando detalhes como molduras em beirais e janelas. O telhado mais utilizado é em telha shingle e, quanto mais detalhes ele tiver, mais charmosa a casa fica. As janelas geralmente são de tamanhos menores, mas utilizadas em maior quantidade, e muitas casas utilizam um recurso estético chamado pinázio para deixar as janelas quadriculadas, sem abrir mão de sistemas mais eficientes de esquadrias, como as de PVC. Revestimentos e detalhes em materiais como pedra natural também são bem vindos neste estilo. 

Fonte: acervo Nesta - Projeto Autoral

VANTAGENS

Quando há opção por um sistema construtivo a seco, como o light steel frame ou o wood frame, este estilo tem inúmeras vantagens, principalmente em relação ao usos dos materiais próprios para estes sistemas serem mais facilmente adaptados ao modelo. Materiais como os sidings com acabamentos lisos ou imitando madeira facilitam a mão de obra e o acabamento. 

DESVANTAGENS

O número de detalhes desejável para este estilo, eleva o custo com este tipo de fachada. No entanto, há possibilidade de manter a simplicidade e as vantagens proporcionadas pelo estilo. Na dose certa, pode ser uma ótima escolha. 

Estilo Minimalista

O minimalismo é mais do que um estilo arquitetônico, e por isso vem sendo incorporado como um estilo de vida nos últimos anos. Vem da premissa de que “menos é mais“, preconizada pelo arquiteto alemão Ludwig Mies Van Der Rohe (1886-1969), um dos grandes mentores do assunto. É caracterizado por grandes vãos em concreto, fechados com vidros, mínima variedade de materiais e muita limpeza visual. 

Fonte: tuacasa.com.br

VANTAGENS

Por seus grandes vãos em concreto e  grandes planos envidraçados, é uma arquitetura que exige menos tipos de materiais na obra. 

DESVANTAGENS

Apesar da aparente simplicidade, os grandes vãos de concreto e os grandes planos de vidros geram custos com estrutura e esquadrias maiores que todos os demais estilos citados. A sua execução requer equipes especializadas por exigir acabamentos de alto padrão, pois em geral o concreto é deixado aparente. Além disso, a falta de paredes opacas requer sistemas de climatização e elementos de privacidade (cortinas/ brises ou persianas) muito bem planejados para que deixem a casa confortável. 

Agora que você já sabe como escolher a fachada da sua casa dentre os estilos apresentados, que tal acessar mais algumas ideias de fachadas? Acesse nosso Pinterest, lá criamos uma pastinha de fachadas bem lindas para te ajudar a escolher a sua. 

 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008

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Arquitetura Sustentável Dicas Iluminação

Saúde e qualidade do ar na arquitetura

Saúde e qualidade do ar na arquitetura

Em um momento tão desafiador como o que estamos passando, é impossível não pensarmos em nossa saúde e nos cuidados que devemos ter para que tenhamos uma vida longa e saudável. A pandemia trouxe à tona um assunto importantíssimo na arquitetura – a qualidade do ar e dos ambientes em que vivemos.

 

Recentemente o GBC – Green Building Council – um movimento global, presente em 80 países, que trabalha pela transformação da indústria da construção em direção à sustentabilidade – organizou no Brasil um evento chamado Green Building Week, cujo tema era Qualidade do Ar no Ambiente Construído.

Um assunto muito pertinente, e com certeza, não aleatório, que traz para a comunidade da construção civil uma discussão fundamental sobre os cuidados que devemos ter com a qualidade do ar nos ambientes projetados e construídos.

Em 1982 a organização Mundial da Saúde reconheceu a Síndrome do Edifício Doente (SED) após a comprovação de que a morte de 34 pessoas e a constatação de que 182 casos de contágio com a bactéria denominada Legionella pneumophila foram ocasionados pela contaminação do ar interno de um hotel na Filadélfia.

Isso aconteceu em 1976, durante uma convenção da Legião Americana de Veteranos, que reuniu mais de 4 mil ex-soldados no Bellevue Stratford Hotel. Os participantes começaram a adoecer misteriosamente, apresentando tosse, febre e dificuldade para respirar.

Como identificar a Síndrome do Edifício Doente

Quando mais de 20% dos ocupantes de um imóvel apresentam sintomas como dores de cabeça, fadiga, irritação nos olhos, nariz e garganta, ele pode ser diagnosticado com a Síndrome do Edifício Doente.

Em um primeiro momento, problemas de saúde como estes parecem não ter qualquer relação com os aspectos construtivos de uma edificação, porém, assim como nós as construções adoecem e apresentam patologias.

Nesses casos, a origem do problema pode estar na concepção do projeto da edificação – principalmente dos sistemas de ar-condicionado – e na falta de planos de manutenção periódica dos equipamentos.

Essa síndrome, que começou a ser estudada na década de 1970, está frequentemente relacionada ao sistema de refrigeração ou de aquecimento dos edifícios. Ela pode ser provocada pela presença de bactérias, vírus ou fungos em sistemas de ar condicionado sem manutenção adequada; de produtos químicos dispersos no ar ou de poeira acumulada em carpetes ou cortinas.

Além das bactérias e vírus, os contaminantes do ar interno podem aparecer na forma química. Entre os contaminantes químicos estão: monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, ozônio, formaldeído, dióxido de enxofre, amônia e radônio 222 (oriundo do decaimento radioativo do rádio 226), presente nos solos, lençóis freáticos e materiais como pedras, tijolos e concreto. 

Os materiais sintéticos de revestimento, aglomerados de madeira, alcatifas, papéis de parede, colas, removedores, cera, espumas de isolamento, solventes, tintas, vernizes, além de equipamentos como impressoras e fotocopiadoras e produtos de limpeza, são potenciais fontes de contaminação.

Além destes, outros fatores como iluminação, ruídos e odores, podem agravar os problemas de saúde relacionados ao edifício.

Certamente, nos projetos residenciais e de edifícios de pequeno porte, alguns destes problemas são produzidos em uma escala menor, porém não podem ser ignorados.

Vamos listar aqui 5 ações simples, mas de grande impacto, que consideramos premissas básicas para projetos inteligentes e que levam em consideração a qualidade de vida das pessoas.

  1. Iluminação natural – pensar em ambientes com iluminação natural e preferencialmente com incidência direta do sol durante alguns períodos do dia.
  2. Ventilação Natural – dimensionar corretamente as aberturas e permitir a ventilação natural e cruzada.
  3. Manutenção dos Equipamentos – realizar a manutenção preventiva dos equipamentos de ar condicionado respeitando a periodicidade recomendada pelo fornecedor.
  4. Materiais e produtos – dar preferência para produtos com ausência de metais pesados e tintas e que não utilizem formaldeído e não liberem COV’s (compostos orgânicos voláteis).
  5. Vegetação – Sempre que possível, tenha jardins internos e plantas purificadoras de ar. 

Os ambientes construídos influenciam a saúde, o bem-estar e a produtividade das pessoas que os utilizam. O ambiente que você mora, trabalha, fica ou se recupera não pode te deixar doente. A saúde é um grande motivador para fazermos ações conscientes e a arquitetura pode ser uma grande aliada nessa missão.

Acreditamos em ambientes mais saudáveis e sustentáveis, se você também acredita , dissemine essa ideia. Compartilhe esse texto com quem você gosta e promova equipamentos e ambientes mais saudáveis. 


Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

 

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Saiba como as arquitetas da Nesta especificam porcelanato

Saiba como as arquitetas da Nesta especificam porcelanato

O porcelanato é um dos materiais queridinhos da construção atualmente e, apesar de ser muito utilizado, percebemos que nossos clientes ainda têm muitas dúvidas na hora de escolher. Então resolvemos contar como especificamos porcelanato em nossos projetos e ainda reunimos dicas das nossas especialistas, que aplicam porcelanato em suas obras há mais de 14 anos.

Entenda as diferenças

Para começar, achamos importante você entender as diferenças entre os materiais, já que existem vários tipos de porcelanatos.

Ouvimos bastante de nossos clientes que viram um porcelanato igual a este ou aquele em promoção em algum lugar. Fique atento!! Nem sempre é o mesmo material.

CATEGORIASTÉCNICOESMALTADO
Não recebe nenhuma camada de esmalte na sua superfície, por isso, é conhecidos popularmente como “toda massa” ou “massa única”.Tem uma camada superficial de esmalte aplicada sobre a peça, que pode ter diferentes tipos de acabamento: liso, brilhante, fosco.
CLASSESAC
É o piso padrão de todas as marcas, ou seja, o piso que passou no controle de qualidade, classificado como padrão normal de cor, textura, tamanho e acabamento.É chamado de piso C ou Comercial o piso que tem pequenas manchas ou diferenças na tonalidade. São as peças com mesmo material e resistência dos materiais A, mas que não passaram no controle de classificação por pequenos defeitos, portanto, de melhor preço.  
ACABAMENTO DAS BORDASRETIFICADOBOLD
O que diferencia o porcelanato retificado dos demais é o acabamento de borda. Apresenta bordas mais regulares e precisas, podendo receber acabamento com juntas de 1 a 2m. Para chegar nesse efeito a peça é retificada, ou seja, tem suas bordas cortadas, e por isso é mais regular.O acabamento bold é mais natural e, por isso, tem bordas mais arredondadas e podem apresentar maior variação em suas dimensões, o que exige maior quantidade de rejunte para compensar possíveis irregularidades no tamanho e no formato das peças, de 3 a 4 mm.
ACABAMENTO DA SUPERFÍCIE/ APLICAÇÃOPOLIDONATURALEXT
Sua principal característica é o brilho, que dependendo do acabamento e da cor podem ter um aspecto quase espelhado.Podem ser usados em paredes e pisos internos, sempre tendo o cuidado em áreas como box e áreas de banho para evitar quedas, pois são os mais lisos.  Tem acabamento acetinado, ou seja, nem brilho, nem áspero. É de fácil limpeza e menos escorregadio que o polido. Pode ser usado em todos os ambientes, tendo o cuidado em áreas externas muito expostas à chuva para não ficarem escorregadios.É anti-derrapante e tem a superfície áspera e acabamento totalmente fosco. São recomendados somente para áreas externas.
CORESEm cada padrão, algumas cores ou texturas são mais usuais, veja as principais:
lisos e marmorizadoslisos, levemente texturizado, cimentos, madeirados e marmorizadostexturas mais próximas de pedras, lisos e madeirados

Como escolhemos?

Passo 1: Tamanho das peças x tamanho do ambiente

Conforme o tamanho e o uso do espaço, precisamos especificar o piso e as paredes mais adequados. Sempre calculamos o tamanho das peças que melhor se adequam a área e às medidas de cada espaço para evitar quebras e desperdícios de material.

Os formatos variam de 60×60, 60×120, 20×120, 80×80, 90×90, 100×100, 120×120 e muitos outros. A tendência atualmente é usarmos peças maiores, mas nem sempre é a melhor opção em ambientes pequenos.

DICA DAS ARQUITETAS: peças maiores requerem mão de obra especializada para assentá-las com perfeição e o custo da colocação também aumenta. Das peças grandes, as de 80×80 e 60×120 tem o melhor custo-benefício de aplicação, principalmente para grandes áreas. E nada impede você de ter um detalhe especial com peças maiores em uma área menor, como em um banheiro ou até mesmo na sua sala de estar ou quarto, desde que a parede tenha medidas que comportem uma peça maior, sem muitos recortes.

Passo 2: Pelo uso e segurança

Definimos o acabamento da superfície de acordo com o uso, pensando não somente em beleza, mas em limpeza e segurança.

Áreas externas sempre recomendamos o acabamento EXT; em banhos e boxes, preferencialmente pisos acetinados. O brilho fica para as paredes e ambientes secos, onde não há risco de escorregar. E para grandes áreas de piso em ambientes sem umidade, como salas e living, o acetinado também é sempre uma boa opção, pois é mais atemporal que o polido.

DICA DAS ARQUITETAS: ambientes como banheiros e varandas podem precisar de pisos menos escorregadios, por isso dê preferência pelo porcelanato natural ou EXT. No entanto, o piso EXT ou externo é mais difícil de limpar, então tenha em mente que mesmo em áreas externas, pisos muito claros podem precisar de limpeza com lava-jato para que fiquem bem limpos e o rejunte pode ter que ser substituído de tempos em tempos. 

Passo 3: Pela cor e o estilo  

Conforme o efeito desejado, é possível utilizar diversas opções de cores e formatos para dar a ideia e a sensação do espaço que se busca.

Lembramos que a cor e o estilo são decisões emocionais e ligadas ao gosto de cada cliente, por isso, nesta etapa, sempre prevalece nas nossas escolhas o que fará o morador do futuro espaço mais feliz.

Faça a você mesmo as perguntas que fazemos aos nossos clientes:

1-    Quando você imagina este espaço, este revestimento te trará uma sensação de bem-estar?

2-    É muito claro? 

3-    É muito escuro?

4-    Combina com os móveis e objetos?

5-    Você busca simplicidade ou sofisticação?

DICA DAS ARQUITETAS: o que está em alta em nossos projetos atualmente são produtos com alta durabilidade, ou seja, produtos de qualidade, e cores e texturas mais neutras, que tornam seus ambientes mais bonitos e modernos por mais tempo. 

Aqui a nossa lista de algumas de estilos de texturas favoritas que são encontradas em todas as marcas, com as texturas “best sellers” em porcelanatos no momento: 

MADEIRADOS – ARAUCÁRIA ESCURA PORTOBELLO
CIMENTÍCIOS – BERLINER SAND PORTOBELLO
 
 
RELEVO – WHITE DOBRADURAS MIX PORTOBELLO
MARMORIZADOS – MICHELANGELO PORTOBELLO
MARMORIZADO – MARE D’AUTUNNO PORTOBELLO

Este texto foi elaborado com consulta a outros sites e nossa experiência profissional. Se quiser saber mais, leia também:

Tipos de porcelanato: veja quais são os melhores para usar em toda a casa

Todos os materiais mencionados podem ser encontrados no Site da Portobello.

Para receber mais conteúdos como este inscreva-se no no nosso mailing, publicamos novidades toda a semana. 

 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008

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Arquitetura Sustentável Eficiência energética

Ar condicionado e sustentabilidade

Ar condicionado e sustentabilidade

Quem nos acompanha já percebeu que nosso “mote” é a sustentabilidade na arquitetura. Todas as decisões que tomamos em projeto desafiam as mesmices das casas convencionais, que não estão preparadas para um futuro próximo de racionalização de energia e consumo de água.

Hoje em dia, qualquer atividade só é possível com o uso de uma ou mais fontes de energia. Você com certeza já se surpreendeu com um dia sem luz, tendo a maioria das atividades, principalmente de trabalho, inviabilizadas.

Essa introdução é para falarmos sobre um vilão do consumo energético nas casas e apresentar soluções que adotamos para minimizar seu impacto, já que seu uso, por hora, não conseguimos evitar: o ar condicionado

Não sabemos se você já teve a experiência de ter um. A gente já teve e, talvez por nosso posicionamento em relação ao consumo e eficiência, nos deixava aflitas ao vê-lo ligado. 

Porém, apesar das construções serem consideradas organismos vivos (nós acreditamos muito nisso) e de podermos aproveitar recursos naturais para sua climatização, em casos mais extremos de temperatura, elas ainda não podem se resfriar e aquecer sozinhas e, portanto, precisam de sistemas complementares para melhorar o condicionamento térmico.

É aí que entra o ar condicionado.

Ok, mas afinal, qual é o consumo energético do ar condicionado? É realmente tanto assim? Conforme informações da PROCELINFO: 

Um equipamento tipo split de 9.000 Btus, que atende um ambiente de aproximadamente 12 m², considerando que ele fique ligado 8h por dia, durante 30 dias, seu consumo é de 142,28 kWh. Isso representa, aqui no RS, atualmente, em torno de R$ 65,00/mês. Já um equipamento de 14.000 BTU/h, representa R$ 87,00 em um mês de uso, durante 8h do dia. 

Mas será que a única solução para resfriarmos um ambiente é com o ar condicionado? E qual é a solução para diminuirmos seu uso sem abrirmos mão do conforto? 

Antigamente, nossos antepassados não tinham ar condicionado em suas casas, e tiveram que começar a pensar em como as forças e elementos da natureza agiam e influenciavam na vida e em como poderiam tirar proveito disso em benefício próprio e da comunidade.

Até o século XV a casa era considerada apenas um abrigo contra o frio e a chuva. As residências eram insalubres e, por consequência, motivo de muitas doenças para seus moradores.

A grande virada aconteceu com o uso das janelas e, consequentemente, do vidro, quando houve uma revolução no modo de vida dentro das casas. A luz foi levada ao interior dos ambientes e o calor dos raios do sol permitiu a melhoria da qualidade de vida dos moradores. Nos projetos, os desenhos e o modo de vida da população deram um salto.

Os recursos da natureza, quando aproveitados de forma inteligente em uma construção, trazem conforto térmico e consequentemente ajudam na sensação de felicidade dos seus moradores.

Porém, atualmente, ofuscados pelas maravilhosas descobertas tecnológicas, esquecemos de olhar para os recursos que a natureza pôs à nossa disposição e simplesmente aderimos aos equipamentos artificiais.

Vamos falar então da eficiência dos recursos naturais que são nossos aliados para uma arquitetura saudável e sustentável?

 

Ventos: 

Quando estudamos o terreno, devemos fazer uma análise dos ventos dominantes da região e se existem elementos ao redor (montanhas, prédios) que podem influenciar na sua intensidade e direção. Para aproveitarmos este recurso, precisamos estudar o seu funcionamento e aplicar técnicas de desenho arquitetônico como a posição das aberturas, por exemplo. 

A ventilação cruzada acontece quando posicionamos aberturas em paredes opostas, e ela permite que o ar atravesse o ambiente, favorecendo a renovação e tornando o microclima da edificação mais saudável.

 

Vegetação:

O uso adequado da vegetação no entorno da construção, também pode beneficiar a criação de um microclima adequado. Quando posicionada como barreira para ventos indesejados, ou incidência direta do sol,  podem alterar significativamente a temperatura das suas paredes e consequentemente do seu interior.

Um gramado no jardim da casa ajuda a diminuir o calor dos raios solares e a amenizar a temperatura do entorno.

 

Sol:

A luz do sol ajuda o organismo na produção de Serotonina, vitamina D e de uma série de substâncias que fazem nosso corpo saudável e feliz. 

O uso adequado da luz natural, que é a iluminação por meio da luz solar, apresenta muitas vantagens:

  • Torna a residência mais econômica, ao reduzir o consumo energético
  • Diminui as cargas térmicas provenientes das luminárias
  • Produz efeitos estimulantes aos moradores
  • Produz níveis de iluminação superiores à artificial

Porém, na climatização de uma edificação, se o sol não for aproveitado de forma inteligente, pode criar problemas como o aquecimento excessivo das paredes e do telhado e a incidência direta dos raios solares através dos vidros, aquecendo demais o interior.

Utilizar beirais mais longos, brises e paredes de grande inércia térmica, como o steel frame e as paredes de tijolos duplas com câmara de ar, ajudam na proteção do sol indesejado.

Para encerrarmos, é importante pontuarmos as esquadrias, pois em boa parte, é através delas que podemos perceber e receber a dádiva dos recursos naturais. Uma janela mal posicionada pode ser um desastre para a climatização de uma casa.

As esquadrias de PVC oferecem um ótimo isolamento e se aliadas ao vidro duplo e às persianas externas, podem otimizar muito o desempenho térmico da edificação como um todo.

Veja esta tabela de desempenho de esquadrias: 

Neste link você pode simular a economia de energia que a substituição por esquadrias de PVC pode proporcionar na sua casa. 

“…deve-se agir de tal forma que, a partir de qualquer que seja a zona do céu que possa ser alcançada, nessa direção se deixarão os locais das janelas; assim, as construções ficarão iluminadas.” (Vitrúvio (70-25 a.C.)

Tendo em vista tudo que falamos até agora, podemos concluir que o uso do ar condicionado pode ser significativamente reduzido, porém, seria exagero dizermos que ele pode ser eliminado. 

Para fazermos as pazes com ele (rsrsrs), vamos deixar aqui algumas dicas importantes para explorarmos de forma inteligente o seu uso e aplicação.

Escolhendo o local de instalação:

Se você está pensando em colocar um ar condicionado em sua casa, você deve analisar se tem a possibilidade de comunicar o aparelho que fica dentro do ambiente com a máquina externa e colocá-la em um local adequado, que não fique muito aparente (na frente da casa por exemplo) e onde possa ser instalado o dreno (um caninho que leva a água para fora). 

Também é importante, analisar sua posição em relação às áreas mais utilizadas do ambiente. Por exemplo, é indicado centralizá-lo ao invés de instalá-lo no canto de uma parede, de maneira a alcançar a maior área de convivência possível. Mas cuidado para não colocá-lo em um local onde o ar fique incidindo diretamente em você.

 

Temperaturas indicadas

Ok, aparelho instalado. E agora, qual a temperatura adequada para que você se sinta confortável?

Por mais que, muitas vezes, seu desejo seja de criar um freezer em grande escala, não é esse o caminho: a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) indica manter uma temperatura de 23ºC a 26ºC para ambientes fechados. Esse dado não leva em conta apenas o conforto, mas também a economia de energia e o aumento de performance da máquina.

Durante a noite, o recomendado cai para 20ºC a 23ºC, visando a manutenção do equilíbrio térmico do corpo. A única exceção é no quarto dos pequenos, onde o clima mínimo é de 26ºC. 

 

Manutenção

Não esqueça da manutenção. É muito importante realizar a higienização periódica dos filtros, que garantem a qualidade do ar, evitando doenças respiratórias. A periodicidade depende da frequência de uso, geralmente variando entre 15 dias e um mês. O processo varia conforme o modelo, tendo em vista que alguns filtros são resistentes à água e outros, não. Portanto, o indicado é contratar um técnico ou informar-se com o manual de instruções! 

Há também a limpeza completa do aparelho, que deve ser feita uma vez por ano e exige mão de obra especializada.

Calculando a quantidade de BTUs

Com o intuito de determinar a capacidade de refrigeração que atenda à sua necessidade, é definida a quantidade de BTU (British Termal Unit). Ela é estabelecida com calculadoras específicas, mas a grosso modo considera-se 600 a 800 BTUs por m². Confira aqui uma calculadora online que opera com diversas variáveis!

Design e ideias para o ar condicionado

Em nossa pasta no Pinterest você pode encontrar ótimas ideias para te inspirar. Vá em frente!

Modernidades do mercado

Confira abaixo as novidades da área.

 

Wind Free

Os aparelhos dotados dessa tecnologia são capazes de climatizar o ambiente sem o incômodo de ventos fortes. Isso acontece porque eles apresentam uma barreira com mais de 20.000 micro furos pelos quais o ar flui! Mas será que esfria mesmo? A Samsung, pioneira no assunto, está de prova: assista aqui o vídeo. 

 

Wi-fi

Controlar e monitorar sua casa à distância é um recurso cada vez mais presente. Diversas marcas como Apple, Amazon, Samsung, Xiaomi e Google já vendem dispositivos capazes de ligar e desligar lâmpadas, tomadas e aspiradores de pó, trancar portas e janelas, dentre outras utilidades. Certamente, o ar condicionado viria a aderir a essa nova realidade! Modelos com suporte para wi-fi permitem que seu usuário controle suas funcionalidades a partir de um smartphone, mesmo longe de casa. Indo muito além dos controles que vimos anteriormente, alguns modelos podem gravar suas preferências, detectar a presença de pessoas na sala – desligando-se caso não haja – e até mesmo estimar e informar dados estatísticos a respeito do gasto energético gerado.

 

Inverter

Mesmo que não tão nova, essa tecnologia merece ser mencionada, já que costuma gerar dúvidas. Sua principal característica é a economia de até 60% em relação aos convencionais devido ao modo como opera: variando as rotações do compressor com base na temperatura escolhida, ao invés de desligá-lo e ligá-lo como ocorre com os demais, método responsável por altas variações de clima e picos energéticos. Além disso, outros benefícios são redução de barulho, maior sustentabilidade devido ao gás R-410 usado e o custo-benefício a longo prazo.

Para encerrar, podemos dizer que o ar condicionado pode parecer, a primeira vista, indispensável, mas que também pode ter seu uso mais consciente se aliado a outros recursos de climatização mais sustentáveis. 

Vale ressaltar a importância de se fazer uma avaliação responsável e técnica dos sistemas que serão usados para deixar sua casa mais confortável, e obter o máximo de eficiência de cada um deles.

 

Fontes

Minha Casa Sustentável – Guia para uma construção residencial responsável. 2010. Heliomar Venâncio

8 dúvidas sobre ar-condicionado mais recorrentes. Dufrio, 2017. Acesso em: janeiro de 2021.

Conheça as funções do controle do ar-condicionado. Frigelar, 2020. Acesso em: janeiro de 2021 

Qual o melhor lugar para instalar o ar-condicionado? Daikin, 2020. Acesso em: janeiro de 2021.

Saiba como fazer o cálculo de BTUs do ar condicionado. Leroy Merlin, 2019. Acesso em: janeiro de 2021.

Qual é a diferença entre o ar-condicionado inverter e o convencional? Dufrio, 2017. Acesso em: janeiro de 2021.

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

 

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Arquitetura Sustentável Sustentabilidade

Sustentabilidade é para mim?

Sustentabilidade é para mim?

Sustentabilidade na prática: 12 ideias para aplicar hoje mesmo

Você pode acreditar que faz muito pouco para ser sustentável. Temos certeza que você, caro leitor, já pensou nisso, certo? Se não pensou ainda, temos certeza que depois de ler este conteúdo vai pensar 🙂 Acreditamos no poder do [um]: cada um de nós é único e faz diferença em todas as boas iniciativas para tornar nosso pequeno planeta um lugar melhor para viver. Escrevemos para quem ainda pensava que este tema não era para você, mas acredite, a sustentabilidade pode ser aplicada na prática e trouxemos 12 ideias para você começar hoje mesmo. 

 

“Queremos tornar a sustentabilidade prática e acessível, para que todos possam fazer a sua parte.”

 

No dia-a-dia, muitas vezes nem paramos para pensar nisso.

Mas quando pensamos em construir, podemos querer uma casa mais sustentável e saudável, especialmente quando começamos a pensar em materiais de construção, sistemas para aquecer a casa, a água de banho, o sistema de ar condicionado e tantas outras escolhas que serão feitas antes de iniciar a obra. 

Mas antes, sugerimos começar pela sua casa.

Na sua casa

Existem diversas formas simples e práticas de aplicar princípios de sustentabilidade na sua casa [e você talvez já aplique alguns], confere aí: 

  1. Separar seu lixo: a correta destinação de materiais orgânicos e recicláveis já é uma atitude nota 10! 
  2. Usar menos descartáveis: copos, talheres, embalagens, o que for possível evitar já está ajudando o planeta.
  3. Reduzir o uso de água: manter a torneira fechada para escovar os dentes e lavar a louça, tomar um banho mais curto, lavar o carro a seco e utilizar menos água potável na limpeza. 
  4. Evitar excessos: de móveis, utensílios, roupas, menos consumo = vida mais consciente e mais sustentável.

Na sua [futura] obra

Já na sua construção, você pode pensar que residências e pequenas reformas podem contribuir pouco para o impacto ambiental, mas é importante saber que, no Brasil, a maior parte dos entulhos, algo em torno de 70%, é gerada nas obras de pequeno porte. A construção civil brasileira é responsável por 50% dos resíduos do país 

Então aqui vai uma série de ideias sustentáveis, que também são estratégias que usamos em nossos projetos, para você usar no seu projeto também. 

Para deixar bem prático, dividimos em 3 partes: 

  • Sistemas – é tudo aquilo que é instalado, ou seja, redes elétricas, hidráulicas, e outras.
  1. Captação de água da chuva: simples e barata, não há nenhuma razão para deixar de fora de seu projeto. 
  2. Sistema de ar condicionado SPLIT Inverter: o sistema inverter é muito mais eficiente e economiza energia.
  3. Solar térmico: aquelas placas ou tubos que ficam no telhado, esquentam a água do banho por até 10 meses por ano, sem usar outras fontes de energia.
  • Materiais: você pode escolher melhor!
  1. Materiais secos: obras de steel framewood frame e outros sistemas secos, utilizam menos água e resultam em obras mais eficientes (se não conhece os sistemas, e ficou curioso(a) comenta aqui no post que traremos um conteúdo para explicar eles para você!).
  2. Eficiência energética: produtos certificados, eletrodomésticos com selo Procel A, janelas que vedam melhor, isolamento térmico para paredes, telhados e forros garantem contas mais leves de energia ao longo de toda a vida da sua construção.
  • Atitudes em obras: formas de fazer que mudam o resultado
  1. Menor desperdício de materiais: sempre que investimos o tempo necessário em projeto, fazemos escolhas mais acertadas e gastamos menos materiais
  2. Madeira legalizada e certificada: todo produto certificado tem maior garantia de uma extração justa e um manejo sustentável  
  3. Disposição correta dos resíduos: o que você gera também é sua responsabilidade, se certifique que você esteja contratando empresas sérias para cuidar dos seus resíduos de construção.

Esta lista poderia continuar por muitos itens mais. Afinal, podemos sempre fazer melhor. Acreditamos na diferença que você pode fazer! 😉

Aqui na Nesta, nós utilizamos estas 12 iniciativas e muitas outras em nossos projetos e obras, sempre pensando no meio ambiente e no custo de construir, afinal, para que SEU espaço seja extraordinário, sustentabilidade é apenas um dos NOSSOS requisitos.

Se quiser construir seu espaço extraordinário e sustentável junto com a gente, é só agendar uma consulta 😉 

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