Categorias
Arquitetura Sustentável Eficiência energética Iluminação Meio Ambiente Se liga na sustentabilidade Sustentabilidade Uncategorized

Você já ouviu falar de Certificação para Construções Sustentáveis?

Há pouco anunciamos em nossas redes que nos tornamos membros do GCB Brasil, um órgão certificador para construções sustentáveis. Hoje, estamos aqui para explicar um pouco melhor o que isso significa e contar pra vocês sobre as certificações ambientais para a construção civil.

Para começar, vamos contextualizar lá, beeeem do início.

A adoção do termo desenvolvimento “sustentável” surgiu em 1972, quando foi criada a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Anos depois, em 1987, sob a coordenação da Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, foi criado Relatório de Bruntland, um documento intitulado “Nosso Futuro Comun”, que disseminou o conceito de desenvolvimento sustentável.

O relatório faz parte de uma série de iniciativas, as quais questionam o modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas.

O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.(…) Muitos de nós vivemos além dos recursos ecológicos, por exemplo, em nossos padrões de consumo de energia(…) No mínimo, o desenvolvimento sustentável não deve pôr em risco os sistemas naturais que sustentam a vida na Terra: a atmosfera, as águas, os solos e os seres vivos.(…) Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas.[1]

Nas décadas seguintes, grandes convenções internacionais passaram a ser realizadas e metas foram definidas para a desaceleração do consumo de recursos naturais, podendo-se citar a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (Estocolmo, 1972); a Convenção de Viena para Proteção da Camada de Ozônio (Viena, 1985); o Protocolo de Montreal (Montreal, 1987); a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento – ECO’92 (Rio de Janeiro, 1992), a Conferência das Nações Unidas (Istambul, 1996) e o Protocolo de Kyoto (1997). Nessas reuniões, protocolos internacionais foram firmados, a fim de rever as metas e elaborar mecanismos para o desenvolvimento sustentável.

Desde então, este conceito tem sido usado (às vezes de forma banalizada) para representar ações em prol do uso consciente dos recursos naturais, nas esferas: ambiental, social, econômica e cultural.

A construção civil é historicamente um grande gerador de resíduos e consumidor de recursos naturais, desta forma o termo construções sustentáveis ganhou repercussão rapidamente no setor.

As construções sustentáveis representam uma necessidade diante do quadro ambiental vivido. Se considerarmos o impacto que a construção civil gera, poderemos entender a mitigação que ações sustentáveis e conscientes irão desencadear nas próximas décadas.

A construção é a atividade humana de maior impacto ambiental, consome 75% dos recursos naturais do planeta e representa:

Edificações sustentáveis otimizam o uso dos recursos de água e energia e não perdem em conforto e tecnologia. Além disso, proporcionam mais conforto e menor consumo, tornando a vida útil da construção mais barata.

Diante disso tudo, com a demanda crescente por construções mais sustentáveis e responsáveis, surgiram as Certificações Ambientais, como uma estratégia para estimular construções mais conscientes.

Elas comprovam que a construção utiliza técnicas e tecnologias visando a preservação dos recursos naturais e concedem uma valorização e diferenciação nas construções do mercado.

Felizmente, as certificações que avaliam as práticas sustentáveis para edifícios estão ficando cada vez mais conhecidas no mundo todo.

No Brasil, podemos citar os 5 principais selos de sustentabilidade:

– Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal;

– Certificação Leed | Leadership in Energy and Enviromental Design;

– Certificação AQUA-HQE | Alta Qualidade Ambiental;

– Selo Procel Edifica;

– FSC Brasil.

O Brasil é o quinto país com mais edificações buscando a certificação LEED, atrás apenas dos Estados Unidos, Canadá, China e Índia. A mesma ferramenta é usada em 143 países, o que permite a comparação do desempenho em consumo de energia, água ou qualidade do ar com um prédio nos Emirados Árabes, por exemplo.

O LEED (sigla para Leadership in Energy and Environmental Design) faz parte das certificações emitidas pelo GBC Brasil (Green Building Council Brasil) “uma entidade ligada à World Green Building Council e que tem como objetivo promover a capacitação de profissionais, informar a sociedade sobre as melhores práticas da construção civil, aplicar a certificação LEED e atuar junto a Organizações Não Governamentais (ONGs) no sentido de promover políticas públicas que incentivem os construtores a pensar na sustentabilidade dos seus empreendimentos.”

Além do LEED, o GBC atua também com outras certificações: GBC Casa, GBC Condomínio, GBC Life e GBC Zero Energy.

CERTIFICAÇÃO LEED

Aplicável a praticamente todos os tipos de projetos de edifícios, comunidades e cidades, o LEED fornece uma estrutura para criar edifícios sustentáveis, saudáveis, altamente eficientes e econômicos. A certificação LEED é um símbolo globalmente reconhecido de conquista de sustentabilidade. https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-leed/

CERTIFICAÇÃO GBC BRASIL CASA

Aplicável a novas construções de unidades unifamiliares, o GBC Casa avalia as fases de projeto e obra reconhecendo residências mais eficientes e confortáveis, que promovem redução dos custos operacionais ao longo do ciclo de vida da edificação e conforto, saúde e bem estar para os ocupantes. https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-casa/

CERTIFICAÇÃO GBC BRASIL CONDOMÍNIO

Aplicável a novas construções de condomínios multifamiliares, o GBC Condomínio avalia as fases de projeto e obra reconhecendo residências mais eficientes e confortáveis, que promovem redução dos custos operacionais ao longo do ciclo de vida da edificação e conforto, saúde e bem estar para os ocupantes. https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-condominio/ 

GBC LIFE

Guia referencial para projetos de interiores residenciais com foco em conforto, saúde e bem-estar. https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/gbc-life/

GBC BRASIL ZERO ENERGY

A certificação GBC Brasil Zero Energy é uma ferramenta extremamente prática e eficiente para o desenvolvimento de construções, reformas ou operação, visando o equilíbrio entre o consumo e geração de energia por fontes renováveis nestas edificações. https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/zero-energy/

Cada modalidade de certificação avalia critérios específicos que são categorizados em áreas e pontuados. Para exemplificar, vamos aprofundar sobre a certificação Leed, a mais conhecida e utilizada internacionalmente.

LEED – O Leadership in Energy and Environmental Design ou LEED, é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações utilizado em mais de 160 países, e possui o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações.

O LEED possui 4 tipologias, que consideram as diferentes necessidades para cada tipo de empreendimento

As tipologias analisam 8 áreas:

Os pré-requisitos são as ações obrigatórias em qualquer empreendimento que busca a certificação. Não cumprindo um dos diversos pré-requisitos, impossibilita o empreendimento receber a certificação.

Créditos são ações que o LEED sugere, sempre focadas em performance de desempenho. A medida que o empreendimento assume tal ação, recebe uma pontuação.

Total de 110 pontos possíveis em todas as tipologias. Os pontos são conquistados à medida que o empreendimento aplica os créditos sugeridos pelo LEED.

Os benefícios proporcionados pelas edificações sustentáveis e certificadas são muitos, entre eles:

Econômicos:

  • Diminuição dos custos operacionais
  • Diminuição dos riscos regulatórios
  • Valorização do imóvel para revenda ou arrendamento
  • Aumento na velocidade de ocupação
  • Aumento da retenção
  • Modernização e menor obsolescência da edificação

Ambientais:

  • Uso racional e redução da extração dos recursos naturais
  • Redução do consumo de água e energia
  • Implantação consciente e ordenada
  • Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas
  • Uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental
  • Redução, tratamento e reuso dos resíduos da construção e operação.

Sociais:

  • Melhora na segurança e priorização da saúde dos trabalhadores e ocupantes
  • Inclusão social e aumento do senso de comunidade
  • Capacitação profissional
  • Conscientização de trabalhadores e usuários
  • Aumento da produtividade do funcionário; melhora na recuperação de pacientes (em Hospitais); melhora no desempenho de alunos (em Escolas); aumento no ímpeto de compra de consumidores (em Comércios).
  • Incentivo a fornecedores com maiores responsabilidades socioambientais
  • Aumento da satisfação e bem estar dos usuários
  • Estímulo a políticas públicas de fomento a Construção Sustentável

A Nesta acredita e apoia movimentos para um futuro mais sustentável, responsável, e por construções com mais tecnologia e conforto. Por isso nos tornamos membros do GBC e levantamos a bandeira das certificações e da capacitação de profissionais e consumidores, para avançarmos cada vez mais rumo a um futuro sustentável.

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

Gostou deste post?

Share on facebook
Compartilhe no Facebook
Share on twitter
Compartilhe no Twitter
Share on linkedin
Compartilhe no Linkedin
Share on pinterest
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura Sustentável Sustentabilidade

A etapa de desenho do seu espaço extraordinário

A etapa de desenho do seu espaço extraordinário

Neste texto você vai entender porque esse é um momento crucial para a execução correta de tudo que vai em sua construção e porque a ordem dos fatores é tão importante. A etapa de desenho do seu espaço extraordinário é um momento fundamental para o sucesso da obra. 

Chamamos nossas fases de projeto de Definição, Desenho e Entrega

Caso você esteja chegando aqui agora, vamos recomendar que você faça uma leitura deste texto, que fala da etapa de Definição, antes de começarmos a falar da fase de Desenho da sua futura construção, pois esta etapa é uma etapa intermediária entre o projeto inicial e o projeto executivo (Entrega). 

Depois de passar pela nossa fase de Definição, entramos na fase que geraremos todos os desenhos técnicos da obra, ou seja, nesta etapa acontecem eventos muito importantes, que definem o futuro funcionamento da edificação.

Popularmente conhecida como ANTEPROJETO, podemos separar esta etapa em três grandes fases:

  • Projeto Legal
  • Projetos Complementares
  • Compatibilização de Projetos
É uma etapa com baixa participação do cliente, visto que as definições mais importantes e cruciais foram feitas na fase anterior.

O que é Anteprojeto ?

Segundo o Colégio de Arquitetos, o “Anteprojeto é a etapa intermediária do projeto arquitetônico que consiste em uma configuração definitiva da construção proposta. É formado por um conjunto de desenhos que representam o projeto com maior clareza e personalidade.

 

No anteprojeto são incorporados os dados necessários à sua aprovação pelo cliente e pela autoridade competente.

 

Situa-se entre o estudo preliminar e o projeto de execução, de modo que somente a partir do anteprojeto devem ser iniciadas as atividades dos projetos complementares (estrutura, elétrica e hidráulica)”.

A importância da experiência

Aqui começa o ponto chave do sucesso da obra: a experiência profissional. 

E é claro que você quer que tudo dê certo, afinal, não estamos falando apenas de obras, mas de sonhos. 

Então, nesta etapa, a experiência conta muito.

Acredito que você, ou alguém muito próximo de você, passou por uma situação assim 👇

Fonte: Desconhecida

Está bem, não vamos exagerar… mas, que obras tem a péssima fama de serem geradoras de problemas e de casos inusitados durante sua execução, isso precisamos concordar. Esta percepção das pessoas não é nada agradável, e diz muito a respeito de quem somos como sociedade, pois aceitamos isso como algo normal. 

Não ficamos nada satisfeitas com esta má fama das obras.

Para nós, obra não é projeto em andamento, projeto é projeto e obra é obra. Por isso criamos um método de trabalho, para atuar nesses pontos onde o processo precisa de mais atenção.

E vamos te explicar isso passo-a-passo, na ordem em que as atividades acontecem em cada etapa: 

1- Projeto Legal: etapa que consiste em legalizar e licenciar a construção. É preciso entender quando devemos iniciar etapas complementares, por exemplo, realizar projetos complementares antes de aprovar o projeto, pode gerar transtornos desnecessários com ajustes de projetos, por isso, aprovar antes de fazer qualquer tipo de projeto complementar é fundamental.  

2- Projetos Complementares: para que tudo esteja funcionando em harmonia com a arquitetura, na etapa anterior tudo é escolhido, e nesta etapa de desenho, os projetos de estruturas, sistemas, equipamentos e outros são feitos para atender à arquitetura da edificação, já aprovada pelo órgão responsável, ou seja, em sua forma legal. São exemplos de projetos complementares:

  • Hidráulico
  • Redes de Esgoto
  • Redes Pluviais
  • Drenagens
  • Elétrico 
  • Lógico
  • Geração de energia
  • Climatização 
  • Automação
  • Rede de aspiração central
  • Piscinas e tanques 
  • Paisagismo
  • Estruturais: concreto, aço, madeira e/ou alvenarias

3- Compatibilização de projetos: após os projetos lançados, em conjunto com as Engenharias, fazemos o que chamamos de análise de “clashes” ou conflitos. Assim, inconsistências entre as disciplinas de arquitetura e sistemas podem ser detectadas de forma antecipada, evitando ou minimizando retrabalho, atrasos e custos inesperados durante a obra.

Porque o fluxo importa?

Mais uma vez, ressaltamos a importância de ter uma metodologia: o fluxo correto de processos, baseado em metodologias BPM – Business Process Management, garante que nenhuma atividade fuja da ordem, pulando etapas que possam causar perda de informações, ou mesmo sendo produzidas sem que haja uma etapa anterior de aprovação. 

Abaixo um trecho do projeto na metodologia Nesta, desenhada com exclusividade para nossa equipe e parceiros, deixando o caminho claro para cada etapa e onde estão os pontos chave do processo, e onde tudo deve ser aprovado antes de seguir adiante. 

FLUXO DE PROJETOS BIM. Fonte: Nesta Projetos

Acreditamos na cultura do projeto de qualidade, nas informações organizadas e em projetos capazes de mudar o mundo.

 

Por isso nos dedicamos com paixão a projetos cada dia mais especializados, sustentáveis e eficientes. 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura Sustentável Eficiência energética Meio Ambiente

Afinal, o que é sustentabilidade e porque você deveria se preocupar com isso?

Afinal, o que é sustentabilidade e porque você deveria se preocupar com isso?

Falamos em sustentabilidade aqui o tempo todo. Se somos um pouco repetitivas, pedimos a sua paciência :), nosso objetivo é que o mundo seja um lugar melhor para viver, por isso não cansamos deste assunto

E você? Já parou para pensar se sabe realmente o que é sustentabilidade e porque aplicar na sua vida deveria ser algo natural, como um hábito?

Já trouxemos aqui algumas ideias [que usamos em nossas vidas] de como aplicar no seu dia a dia de forma bem prática ações sustentáveis, pois entendemos que ações valem mais do que palavras.

No entanto, sabemos que as informações chegam para você de forma aleatória, por isso, entendemos que poderíamos contribuir com o teu processo de busca por uma vida mais sustentável e te convidar a conhecer um pouco mais o nosso mundo e o que nos move

Se você quer aprender mais sobre esse conceito e tudo que ele significa, este texto é para você.

Afinal, o que é sustentabilidade e porque você deveria se preocupar com isso?

Conceitos e Breve Histórico 

Para começar, vamos entender o que é sustentabilidade, e um pouquinho de como e porque esse termo começou a ficar tão presente em nossas vidas [e na sua também]. 

 

Sustentabilidade é a capacidade de cumprir com as necessidades do presente sem comprometer a disponibilidade dos recursos para as gerações futuras. O desenvolvimento sustentável tem como o objetivo a preservação do planeta e o atendimento das necessidades humanas. 

Ou seja, quem somos hoje para a nossa família, para a nossa comunidade e para o nosso planeta, impacta diretamente no que terá disponível para as futuras gerações, assim, os nossos filhos, amigos e entes queridos que ainda nem nasceram dependem de nós para ter um futuro sobre o nosso planeta. 

Como tudo começou

Nos anos 90, o sociólogo e consultor britânico John Elkington, co-fundador da organização não-governamental internacional SustainAbility, com grande visão de futuro, criou o conceito de Tripé da Sustentabilidade, advertindo as empresas de que elas teriam que expandir seus modelos de negócios tradicionais, direcionando-se não apenas para a obtenção de lucro, mas também para cuidar do desenvolvimento humano e social, além de agir no sentido de preservar os recursos naturais para as futuras gerações.

Em inglês, o conceito de Tripé da Sustentabilidade que foi criado por Elkington é chamado de Triple Bottom Line, e foi sintetizado em 3 Ps: Profit (Lucro), Planet (Planeta) e People (Pessoas).

 

O conceito evoluiu ao longo dos anos, passando de um conceito mais genérico, dos pilares Econômico, Social e Ambiental para os 3P’s e chegar no que é atualmente, incorporando novos valores, como a vitalidade cultural, evidenciando ainda mais o fator humano ligado ao tema. 

E para onde estamos indo?

Em setembro de 2015, representantes dos 193 Estados-membros da ONU se reuniram em Nova York e reconheceram que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. 

Ao adotarem o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, os países comprometeram-se a tomar medidas ousadas e transformadoras para promover o desenvolvimento sustentável nos próximos 15 anos sem deixar ninguém para trás.

A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal. O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta. São objetivos e metas claras, para que todos os países adotem de acordo com suas próprias prioridades e atuem no espírito de uma parceria global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro.

Este é um plano para governos, sociedade, empresas, academia e para você.

As metas abrangem todos os setores da economia, todos os temas, e de alguma forma impactam a sociedade como um todo. 

E acredite, ler esse documento e se informar sobre isso já é um grande passo! 

Agenda 2030: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Um mundo perfeito

Como o mundo seria se todos pudéssemos fazer o nosso melhor? 

Se reduzíssemos a geração de lixo, se nenhum ser ficasse sem acesso a alimentos seguros ou água potável, o mundo seria um lugar perfeito.

Estamos longe disso, mas acredite, sustentabilidade começa muito mais em você do que imagina. Alguns objetivos de sustentabilidade sequer tem a ver com o meio ambiente, pois começam em nós, nos comportamentos de igualdade, tolerância, na não-discriminação e também na garantia de direitos básicos.

Afinal, somos todos humanos, compartilhando o mesmo pequeno planeta. 

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) emergiram de uma série de cúpulas multilaterais realizadas durante os anos 1990 sobre o desenvolvimento humano. 

O processo de construção dos ODM contou com especialistas renomados e esteve focado, principalmente, na redução da extrema pobreza. A Declaração do Milênio e os ODMs foram adotados pelos Estados-membros da ONU em 2000 e impulsionaram os países a enfrentarem os principais desafios sociais no início do século XXI.

Os ODMs reconheceram a urgência de combater a pobreza e demais privações generalizadas, tornando o tema uma prioridade na agenda internacional de desenvolvimento e sendo incorporados posteriormente à Agenda 2030.

Veja que isso foi no ano 2000, e a meta seria chegar a esses objetivos até 2015. Passaram-se 21 anos e faltam apenas 9 para a nossa Agenda 2030. 

Acreditamos que agora você deve ter entendido como esse assunto passou a fazer parte tão presente da sua vida. 😉

 

Primeiros passos da Agenda 2030: Os objetivos do Milênio

Curiosidade: 

Você sabia que o famoso Empire State Building em Nova Iorque é o maior Greenbuilding do mundo? Construído em 1930, tem 103 andares e segue se reiventando. Obteve o nível Leed Gold em 2011. Na arquitetura, é possível ser antigo e totalmente contemporâneo ao mesmo tempo. Pense nisso!

Empire State Building - Fonte da imagem: getyourguide.com.br

Quanto custa não ser sustentável

Dizem que podemos aprender de duas formas, por amor ou pela dor. 

Você já parou para pensar no que está perdendo quando pensa que essa “onda verde” não é para você? 

Além de gastar mais recursos naturais, sua conta é mais cara também, afinal, como costumamos explicar para nossos clientes: quando se trata de sustentabilidade na arquitetura, todo investimento feito para ter tecnologias melhores durante a obra, resulta em economia depois, no uso da edificação. 

Afinal, um sistema como o de geração de energia solar fotovoltáica é pago uma vez, enquanto a conta de luz pagamos todos os meses. 

Esse é um conceito de sustentabilidade que chamamos de pay back, que significa, literalmente, “pagar de volta”. É a conta matemática que fazemos de quanto tempo levará para recuperarmos o investimento feito em um sistema através da economia gerada por ele.  

Guarde essa informação: os números não mentem! 

 

Quero começar e não sei por onde

Recomendamos que você comece por onde cabe no seu tempo e na sua rotina. Mas grandes mudanças vem aos poucos, não é mesmo?

Então você pode fazer isso todos os dias um pouquinho, começando assim: sempre que for consumir, comprar ou construir, procure saber se o que você vai adquirir ou o serviço que vai usar é socialmente responsável ou sustentável. 

Vamos assumir que separar o seu lixo e consumir água e energia de forma consciente  você já faz, combinado?

Por isso, vamos te dar alguns exemplos de como ir além 😉

Mas antes, temos algumas boas notícias! 

Se você costuma comprar de produtores e empresas locais, priorizando os negócios próximos a você, você já é mais sustentável.

Quando você pensa além do seu espaço, seja da sua casa, empresa, escola do seu filho, quando olha para o seu bairro, para a cidade, para o país, você está pensando de forma alinhada com os pilares da sustentabilidade: social, econômico e ambiental. A consciência de que impactamos além das paredes das nossas casas já é um ato de sustentabilidade. 

E agora, sim, vamos além?

  1. Vamos trocar o mais breve possível em nossas vidas: lâmpadas incandescentes, ar condicionado de janela, chuveiro elétrico e deixa de usar água potável no vaso sanitário.
  2. Quando for pensar em construir, você pode escolher:
  • Sistemas construtivos mais limpos
  • Empregar menos água na sua obra
  • Usar bacias sanitárias economizadoras de água
  • Instalar sistemas que economizam energia
  • Reaproveitar a água da chuva
  • Gerar sua própria energia 
  • Dar atenção ao isolamento térmico e acústico, para economizar energia
  • Buscar produtos locais e menor impacto com transporte
  • Escolher fornecedores social e ambientalmente responsáveis
  • Consumir produtos certificados 
  • Reduzir o uso de madeira, mas se usar, escolher apenas madeiras com certificação de origem 
  • Preocupar-se com o destino dos resíduos 
  • Fazer uma obra licenciada, legalizada e com responsáveis técnicos
  • Solicitar nota fiscal dos produtos que compra
  • Entender que as escolhas feitas repercutem por toda a vida do imóvel
  • Investir mais tempo no projeto para garantir a qualidade de todas essas escolhas
Como você pode ver, a sustentabilidade é uma escolha.
 

E por isso escolhemos estar em constante evolução para construir melhor e com menos impacto. 

Nosso próximo passo é construir espaços não mais apenas sustentáveis, mas saudáveis, pensando no bem estar das pessoas acima de tudo. Em breve te contamos mais sobre isso, pois estamos estudando este tema com muita dedicação no momento. 

Essa é a nossa missão: criar espaços extraordinários é pensar nas pessoas, e é por isso que a sustentabilidade é tão importante para nós.

Nesta semana começa a COP26, que vai 31 de outubro a 12 de novembro de 2021, na qual Líderes mundiais encontram-se em Glasgow, na Escócia, para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática. 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura de Interiores Arquitetura Sustentável

Biofilia – tendência ou genética?

Biofilia – tendência ou genética?

Biofilia – do grego bios, vida e philia, amor, afeição – significa literalmente “amor pela vida”. É um termo que vem sendo usado na arquitetura e no design há pouco tempo, porém, ele foi mencionado pela primeira vez em 1964 por um psicólogo, e se popularizou na década de 80, através do biólogo Edward O. Wilson.

 

Segundo Winston em seu livro “Biofilia”, os seres humanos têm uma ligação emocional inata com outros organismos vivos e com a natureza.

Este mesmo conceito foi desenvolvido em seu segundo livro, em parceria com Stephen Kellert, intitulado “A hipótese da biofilia” que discute a possibilidade de haver base genética para nosso apreço pela natureza.

 

Na história da humanidade, o homem sempre teve muito contato com a natureza. Se formos analisar alguns números, desde o Homo Sapiens, (200.000 anos), passando pela agricultura (16.000 anos) e, finalmente, com o surgimento das cidades (6.000 anos), veremos que esse afastamento é recente em proporção a nossa existência e a nossa relação com a natureza.

 

Fonte: http://uptowhat.com.br/vislumbres/o-homem-e-natureza

Nossa história está essencialmente ligada a ambientes naturais. Até a década de 50, dois terços da população vivia em ambientes naturais. Isso tudo que está acontecendo é muito recente com relação à história da humanidade.

Biofilia no presente

 

Neste novo cenário construído as pessoas vivem uma pressão por desempenho, e dividem sua atenção com tudo que está acontecendo ao seu redor, gerando dificuldade de foco e aprofundamento contemplativo. 

 

Nossa sociedade está sendo chamada por estudiosos de sociedade do cansaço. O trabalho esteve em primeiro plano por muitas décadas e os ambientes construídos passaram a ser o cenário de maior permanência da maioria das pessoas. 

 

A organização mundial da saúde OMS estima que a ansiedade, que se manifesta pelo pânico, estresse e compulsão, atinge 1 a cada 25 pessoas na terra. No Brasil, quase 10% da população sofre de distúrbios psíquicos.

 

Diferente do que se pensava antigamente, a qualidade de vida não tem ligação direta com o desenvolvimento econômico. Ela depende de nos sentirmos bem, em paz – e a Biofilia é nossa capacidade natural de nos sentirmos bem em determinados lugares. É um sentimento inato de pertencimento a algo maior, é nossa essência.

 
Fonte: https://itsinformov.com.br/pt_br/projetos/its-informov/

Felizmente a arquitetura tem voltado seus olhares e estudos para ambientes mais conectáveis, não no sentido tecnológico, mas sensorial. Cada vez mais os criadores, designers e arquitetos estão voltando sua atenção para a perfeição da natureza. E existe melhor referência para qualquer projeto do que essa?

Na prática

Mas como os arquitetos podem alcançar essa conexão? Integrando a natureza aos seus espaços, através da iluminação natural, ventilação e, principalmente, vegetação. Incorporando materiais naturais como madeira, fibras e pedras aos seus projetos. 

 

Um estudo conduzido por 10 anos pelo Dr. Chris Knight da Exeter University demonstrou que as plantas aumentam em 38% a produtividade dos funcionários, enquanto estimularam uma melhora em 47% nos níveis de bem estar e 45% nos níveis de criatividade.

 
Fonte: https://itsinformov.com.br/pt_br/projetos/its-informov/

Neuroarquitetura

É comprovado que ambientes biofílicos aumentam a produtividade, o bem estar, a criatividade e a cognição. Além disso, diminuem em 37% a ansiedade e em 30% os distúrbios psíquicos.   

 

Dentro deste contexto, não poderia deixar de mencionar a Neuroarquitetura, que estuda a influência dos espaços no cérebro humano, e que tem dentro dela a biofilia. Estudos demonstram que a neuroarquitetura e a biofilia proporcionam espaços especiais para trabalhar.

 

Passamos 90% da nossa existência em determinados ambientes e isso torna ainda mais urgente que elementos relacionados à natureza estejam presentes para que a qualidade de vida de quem usufrui dos espaços também esteja ali.

 
Fonte: https://www.wework.com/pt-BR

Isso vale para todos os locais. Porém, quando pensamos em ambientes corporativos, os estudos são ainda mais necessários, já que faz uma grande diferença no aumento da produtividade – o que, consequentemente, oferece o crescimento da empresa e do profissional ao demonstrar um trabalho de qualidade.

Sabe-se que em hospitais, pacientes se curam 30% mais rápido em espaços com janelas ou vegetação. Isso se reflete também para os profissionais da saúde, que acabam se sentindo mais dispostos em voltar para o seu ambiente de trabalho.

 
Hospital Universitário St. James em Leeds na Inglaterra - Fonte: https://sustentarqui.com.br/arquitetura-biofilica-traz-bem-estar-a-pacientes/

Mais produtividade, mais atenção, menos pessoas doentes. As pessoas querem trabalhar nestes lugares pois elas se sentem mais felizes.

A gente pertence à natureza, quer queira, quer não. 

Nos afastamos demais desse contato mas, felizmente, estamos voltando para essa conexão, para a necessidade humana de estarmos mais próximos à natureza. Afinal, não é mais fácil preservar o que temos e conviver com essa maravilha que a natureza nos dá? 

É um caminho sem volta… Estejamos abertos.

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

Fontes: WEWork | IST Informov | Eduardo Cabral – arquiteto informov | TarJab | VegMag | Lab Design

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura Sustentável Construção Seca Steel Frame

Engenheiro conta como são as fundações para o Light Steel Frame

Engenheiro conta como são as fundações para o Light Steel Frame

Você que nos acompanha, sabe que o Light Steel Frame é nosso sistema construtivo principal. 

Já fizemos inúmeras palestras e visitas guiadas em nossas obras para levar o conhecimento para consumidores, estudantes e profissionais da arquitetura e quando iniciamos uma visita, normalmente começamos explicando como são as fundações e quais as características específicas para atender ao sistema. 

Bem, é sobre este assunto que vamos falar hoje. 

Quando falamos em Light Steel Frame, logo pensamos em construção rápida e leve e isso afeta diretamente nas fundações. Para o sistema de construção a seco, em nossa região, normalmente usamos de dois tipos: convencional (sapatas, pilares, vigas e laje) ou radier.

Pelo fato de não termos muitos pavimentos e o peso por metro quadrado ser baixo, (em média, a construção com em Steel Frame pesa 250Kg/m² contra 1.250Kg/m² da Construção Convencional – alvenaria) a fundação mais utilizada para o sistema é o radier.

O Radier

Radier é um tipo de fundação superficial caracterizada por uma laje de concreto armado que recebe as cargas da edificação e distribui sobre uma grande área do solo. Possui normalmente entre 10 e 20 cm de espessura.

 
 
Foto: Acervo Nesta

Tecnicamente falando, muitos fatores influenciam no tipo de fundação que será utilizada em uma construção, como resistência do solo, número de pavimentos, projeto arquitetônico, entre outros. 

Separamos a seguir, 5 perguntas que fizemos para nosso engenheiro civil* sobre as fundações para Steel Frame:

1- Qual o tipo de fundação mais indicada para o Steel Frame?

Em qualquer obra, o correto a fazer é um estudo do solo no local, por intermédio de sondagens ou análises das propriedades do solo, mas em geral, o radier atende bem às demandas do steel frame.

2 – Por que o radier é bastante utilizado nesse sistema?

O radier é um tipo de fundação fácil e de rápida execução, além de ser barato comparado ao sistema de sapatas, blocos e estacas quando bem dimensionado.

3 – O que influencia na escolha do tipo de fundação para o steel frame?

O principal fator a ser avaliado do steel frame, são as cargas provenientes da estrutura e como estas serão dissipadas no solo, além disso, diferente dos sistemas convencionais de concreto armado com alvenaria de vedação, o steel frame já vem pronto da indústria, trabalhando com precisão milimétrica nas peças, ou seja, a fundação adotada precisa seguir o perímetro do steel frame com pequena taxa de erro no esquadro da fundação.

4 – Como é feito o radier?

O radier segue o mesmo conceito de uma laje convencional, com a diferença de ficar apoiado diretamente no solo. O solo precisa ser compactado antes da execução do radier e preparado com uma lona e brita, para servir de leito para o concreto do radier. 

Leito com lastro de brita. Foto: Acervo Nesta

A armação do radier, diferente da maioria das lajes convencionais, é feita com malha dupla, podendo ser comprada pronta em qualquer loja de material de construção, dando agilidade e economia na execução da obra.

Armadura para o radier. Foto: acervo Nesta
5 – Quando NÃO é possível utilizar o radier como fundação no Steel Frame?

Terrenos que possuem grandes diferenças de nível inviabilizam a utilização do radier. Para edificações com mais de quatro pavimentos ou muito carregadas não se recomenda o uso do radier sem o estudo adequado do solo.

Também é importante mencionar que as tubulações elétricas e hidráulicas devem ser colocadas abaixo do radier com saídas na laje antes da concretagem, evitando assim que sejam feitos cortes e furos na base já executada. 

Tubulações e esperas antes da concretagem (Foto: Acervo Nesta)

Em geral, como todo o sistema de construção a seco, as fundações também costumam ser mais simples e o radier se apresenta com vantagens em relação às fundações convencionais, as quais podemos citar: o baixo custo, a redução de mão-de-obra e a rapidez na execução.

De qualquer forma, é sempre importante avaliar cada caso e ter uma equipe técnica especializada para desenvolver o projeto e a obra. Na Nesta, você encontra tudo isso. Vem com a gente fazer sua obra extraordinária!

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

*Giusephe Tael Much é Engenheiro Civil formado pela FSG (Centro Universitário da Serra Gaúcha) e trabalha com a Nesta desde 2019. 

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura de Interiores Arquitetura Sustentável Dicas Eficiência energética Iluminação Meio Ambiente Sustentabilidade

Reforma sustentável – o valor das edificações existentes

Reforma sustentável – o valor das edificações existentes

O tempo passa e, em cada período, a arquitetura apresenta características diferentes. As demandas dos moradores não são mais as mesmas. É preciso que a casa se adapte e se transforme.

Dentro da bandeira das construções sustentáveis e responsáveis, existe uma abordagem que não é muito reconhecida, porém que possui alta demanda e grande potencial: as reformas. É um ponto de vista diferente, que ganha força no movimento por construções que causem menos impacto. 

Ouso dizer que uma reforma pode ser mais sustentável do que uma obra nova, principalmente porque aproveita algo existente. Quando reformamos, “pulamos” uma boa parte do processo construtivo. É como se fossemos direto para a etapa dos acabamentos e instalações, porque tudo o que vem antes já está pronto. 

Isso por si só já economiza muitos recursos e evita todo o desperdício de materiais que envolve esta etapa em uma construção convencional (digo convencional, pois nos sistemas construtivos a seco o desperdício é bem menor). 

 
“Em um mundo onde o lixo é um problema grave, é urgente que a arquitetura se adapte.”

Nossa proposta

Dentro dos serviços que prestamos, a reforma tem ganhado espaço e é, de certa forma, uma queridinha. 🙂 Quem nunca assistiu os episódios de Irmãos a obra? É maravilhoso poder ver espaços antigos e que não atendem mais às necessidades da família se transformarem em espaços lindos, renovados e funcionais!

Porém nossa proposta vai além da reforma em si – avançamos, propondo reformas mais sustentáveis, que valorizam as características originais e as qualidades da edificação, com menor impacto e foco na saúde e bem estar do usuário.

O retrofit

Nesse caso, o Retrofit, é o que representa melhor essa abordagem. Porém, “o termo retrofit não deve ser confundido com restauração — que devolve o edifício ao seu estado original — nem com reforma — que não se compromete com as características originais do prédio. Modernização é a palavra que tem o significado conceitual mais próximo da técnica — já que, além de restaurar o edifício, o retrofit renova as estruturas com novos materiais e soluções.

Dentre as principais vantagens que o retrofit proporciona às obras de arquitetura, destaca-se o potencial sustentável — uma vez que a adequação torna a fachada mais eficiente e introduz sistemas hidráulicos, de eletricidade, iluminação e ventilação que atendem exigências ambientais.

Em suma, além de uma grande intervenção no edifício, o retrofit determina a forma como o prédio irá funcionar para reduzir gastos energéticos e custos com manutenções.” – AECWEB

Na prática

Vamos ver como isso funciona na prática? Listamos abaixo algumas iniciativas que adotamos para ter uma de reforma sustentável:

1 – Reaproveitar itens 

Antes de sair descartando tudo na caliça de coleta de resíduos, é importante fazer uma avaliação do que pode ser reaproveitado ou doado. Alguns materiais como torneiras, esquadrias e móveis, por exemplo, podem ser relocados ou doados. A prática de vender ou doar itens é muito sustentável. Ela permite que outras pessoas possam comprar produtos usados com valores acessíveis, evitando que eles virem lixo.

 
2 – Flexibilidade

Além das necessidades atuais da reforma, é importante pensar em como o espaço pode se adequar a novos usos que possam surgir. Principalmente nos projetos corporativos, é comum que as empresas contratem novos funcionários ou incorporem novos setores à estrutura e precisem adequar o espaço às novas demandas. 

Neste caso, divisórias que podem ser reposicionadas e plantas livres que permitam novas compartimentações são importantes de serem consideradas. Estruturas metálicas que são recicláveis também podem ser desmontadas e reaproveitadas, além de chegarem prontas para serem instaladas.

 
3 – Projeto executivo

Sabemos que qualquer reforma não está livre de surpresas e, mesmo que seja bem planejada, requer ajustes e adaptações. Porém, quando existe um projeto bem resolvido e pensado para ser executado, esses ajustes reduzem drasticamente. 

Uma equipe com qualidade técnica e que faça um levantamento detalhado e um projeto compatibilizado é item importante para a sustentabilidade da obra. 

4 – Eficiência energética

Renovar as instalações elétricas pode representar boa economia na nova conta: para isso, tenha projeto elétrico elaborado por um profissional capacitado. Substituir a iluminação por lâmpadas de led e dimensionar a necessidade de iluminação artificial, por exemplo, complementam e contribuem para um melhor desempenho energético.

 
5 – Valorização da iluminação e ventilação natural 

Foi-se o tempo em que os funcionários eram considerados quase parte do mobiliário. Hoje, a produtividade é sinônimo de bem-estar e é comprovado que proporcionar ambientes bem iluminados e ventilados aumenta a produtividade e reduz as chances de problemas de saúde e consequentemente se ausentar com frequência. 

 
6 – Biofilia e vegetação

Estar dentro dos ambientes significa se afastar da natureza, certo? Não mais. Conceitos como Biofilia e Urban Jungle estão cada vez mais presentes nos projetos de interiores. Trazer a natureza para dentro é mais que uma tendência, é uma necessidade que proporciona aconchego e bem estar.

 
7 – Torneiras e descargas ecológicas

A reforma é uma ótima oportunidade de optar por produtos que economizam recursos e, consequentemente, dinheiro. Torneiras com temporizador podem reduzir o consumo de água em até 80% se comparadas às torneiras de banheiro tradicionais. As descargas com duplo acionamento também reduzem o consumo de água quando apresentam litragem diferente para líquidos (3 litros) e sólidos (6 litros). 

Além destes itens, as empresas do ramo já apresentam outras soluções para diminuir o consumo tanto de água quanto de energia. A Deca, por exemplo criou o sistema Deca Comfort, que está presente em toda a linha de torneiras e misturadores Deca e proporciona economia de até 60% de água.

Já a cuba L. 737, com solução Plug&Play, é sinônimo de Reforma Fácil e foi desenvolvida para auxiliar as pessoas que desejam substituir a cuba de embutir oval (L.37) por uma de apoio, sem precisar fazer a troca ou quebrar a bancada, pois seu tamanho é capaz de cobrir o corte universal de tampos já existentes, além de auxiliar no aproveitamento da furação do tampo para a instalação dos metais. 

 

Existem diversas outras ações que podem ser adotadas para fazer da reforma uma obra sustentável. Valorizar o que já existe é uma virtude na construção civil e já temos muitos edifícios construídos no mundo, talvez seja a hora de parar de construir e começar a reformar. #ficaadica

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura Sustentável Decisão de compra

O que é EVF e porque você precisa de um para ter uma obra de sucesso

O que é EVF e porque você precisa de um para ter uma obra de sucesso

EV o quê?? 

Se você só quer uma obra tranquila, que fique dentro do seu orçamento, vem com a gente em mais um texto para guardar no histórico e consultar para sempre. 

Vamos falar de Estudo de Viabilidade Financeira, ou EVF para os íntimos. Uma receita de sucesso para todas as obras da sua vida 😉 

Por que planejar? 

Você que está buscando fazer a sua casa, como a maioria das pessoas que não é do mercado de projetos e construções, já deve ter se feito essa pergunta. 

Afinal, se você vai construir “apenas uma casa”, por que deveria gastar tanta energia planejando? 

O primeiro erro que cometemos ao pensar assim é o de subestimar a complexidade de uma obra residencial.

Isso acontece porque não fomos educados para planejar, nem mesmo nós, arquitetas de formação. Saímos da faculdade acreditando que o projeto básico, ou aquele necessário para aprovar o projeto junto à Prefeitura, é suficiente para executar a obra. 

Mas não se engane, planejar é a melhor forma que você terá de ter as rédeas das decisões financeiras da sua obra. 

O que é EVF e para que ele serve

O Estudo de viabilidade financeira é um levantamento preliminar apurado de todas as atividades e custos que a sua obra envolve, desde as fases que a antecedem até o seu final.

Ele é o resultado de etapas de levantamento de custos e cenários, que te permitem tomar as melhores decisões tendo em vista não apenas o preço dos materiais e da mão de obra, mas também de opções técnicas e de desempenho que afetam diretamente o custo final da usa obra. 

Vamos a um exemplo prático: 

Ao fazer o EVF da residência de um cliente, orçamos três opções com técnicas diferentes para fazer a piscina: 

Opção 1: Piscina em fibra
Opção 2: Piscina em alvenaria revestida com cerâmica
Opção 3: Piscina em alvenaria revestida com vinil 

Neste caso, o valor variou entre R$ 26 e 86 mil entre a solução de menor e maior custo. O mais importante, nesse caso, foi que o EVF evidenciou não apenas a diferença de custo, mas também de logística e planejamento do canteiro de obras.

Para fazer a piscina em fibra, que foi a opção escolhida, o período de início da execução durante o cronograma da obra foi completamente diferente do que nos outros dois cenários, com uma logística de entrega completamente diferente, visto que a piscina de fibra só será instalada após a metade do prazo total da obra e precisa ser trazida de guindaste, enquanto a obra de alvenaria iniciaria junto com as fundações e contenções, e o material poderia ser entregue na obra já nas primeiras semanas. 

Assim, fica muito claro que o EVF não serve apenas para levantar os custos, mas para determinar o melhor planejamento da obra e, consequentemente, seu cronograma de desembolsos. 

 

Etapas de um EVF

Para que você entenda com clareza porque o EVF é tão importante, vamos te explicar quais as etapas e custos principais a serem levantados.

Todas as etapas listadas aqui geram custos, e muitos deles você talvez nem saiba. 

1- ATIVIDADES QUE ACONTECEM ANTES DA OBRA

  • Projetos Complementares
  • Aprovações e licenças
  • Preparação do Canteiro: tapumes, ligações provisórias de água e luz, espaço para guarda de materiais, segurança 

2 – ATIVIDADES QUE ACONTECEM DURANTE A OBRA

  • Aquisição de materiais para todas as atividades da obra 
  • Contratação de mão de obra 
  • Compra e instalação de equipamentos
  • Acompanhamento e gestão: serviços como recebimento e conferência de materiais, medições de serviços, pagamentos, organização e limpeza do canteiro, acompanhamento do cronograma, controle de prazos e fiscalização dos serviços
  • Movimentações finais de terra, paisagismo e cercamentos. 

3- ATIVIDADES QUE ACONTECEM APÓS A OBRA

  • Desmobilização do canteiro: retirada de tapumes, entulhos, desmobilização de equipes 
  • Ligações definitivas
  • Obtenção de Habite-se
  • Recolhimento de impostos municipais e federais
  • Averbações / Regularização da construção 

Com estas informações você já deve ter entendido: sua obra vai muito além da planilha de materiais e mão de obra da sua casa. 

O EVF é um instrumento não apenas de orçamento, mas de planejamento, pois é possível obter através dele, muito além dos serviços envolvidos e seu custo, um raio-x da sua futura obra. 

 

Porque eu preciso de um profissional para saber quanto vai custar a obra

Agora vamos revelar o nosso pulo do gato.

Aquele fator UAU, que só uma empresa que projeta espaços extraordinários busca atingir, a cereja do bolo. 

Muitos vão te dar orçamentos, valores por m² de construção e te fazer acreditar numa fórmula mágica que faz a sua obra caber no seu orçamento. 

Mas NINGUÉM vai te dizer a verdade como fazemos aqui na Nesta.

Se você realmente gosta do seu dinheiro, que você tanto trabalhou para conquistar para investir na sua tão sonhada casa, acredite, nós também valorizamos o seu dinheiro, e é por isso que vamos te falar a verdade

Nua e crua. 

Só existe EVF com projeto completo, de qualidade, com dedicação e decisões. 
Sim, decisões. Escolhas entre um material e outro, um sistema construtivo e outro, uma casa maior ou menor, um pavimento ou dois, e por aí vai. 

E a maioria delas só você pode tomar. Afinal o sonho é seu.

O dinheiro é seu. 

Sem isso, você terá apenas estimativas. Vazias e genéricas. 

Pois só existe valor por m² igual para todo mundo se não houver transparência de informação. 

Quer saber como a gente sabe?

Te provamos. 

Ligue para um construtor que trabalhe por empreitada que você conheça e peça qual o valor que ele cobra por m². Ele dirá, temos certeza, um número com o qual você se sinta bem e confortável. O número que você quer ouvir. 

Mas que é uma estimativa, o mesmo número que ele diz para todos que ligam

E como sabemos que não é verdade?

Por experiência e transparência com você.

Pensa com a gente, se você tem dois projetos:

 

1- É uma casa de dois pavimentos, com terreno de 600m², calefação, piscina, fachadas revestidas em pedras e esquadrias de PVC com vidros duplos.

2- É uma casa térrea, em um terreno de 360m², sem piscina, com garagem aberta e acabamentos simples. 

Como ambas podem ter o mesmo valor por m²? Além disso, como podemos calcular o mesmo custo para um terreno de 600 e um de 360m²? E o cercamento, o paisagismo, as calçadas e gramado, como teriam o mesmo custo? 

Há diversos outros fatores que influenciam no custo da obra, vamos listar alguns apenas para você refletir: 

1- Projeto: número de pavimentos, tamanhos e cores das esquadrias, tipos de vidros, acabamentos, instalações, etc… 

2- Desempenho: as paredes serão simples ou duplas? a obra será em outros sistemas como steel frame ou wood frame? Usarei tijolos maciços ou furados? 

E é por isso que falamos em decisão.

O pulo do gato é decidir. Com informação e projeto de qualidade, o que você quer para sua obra. 

Acreditamos no poder da transparência que só um projeto completo acompanhado de um bom EVF pode te dar: poder de decisão sobre o seu orçamento

Porque economizar é comprar melhor e pelo melhor preço.
Simples assim.

Se você também acredita, comenta aqui e em nossas redes sociais! 

Até breve,

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura Sustentável

Construção saudável: a arquitetura e as pessoas

Construção saudável: a arquitetura e as pessoas

Recentemente um aluno do ensino médio me pediu para responder um questionário sobre a profissão de arquiteto e entre as perguntas estava: Qual a função do arquiteto? Isso me fez refletir e resumir em uma frase curta, não suficiente para explicar. Segundo o CAU – Conselho de Arquitetos e Urbanistas- as atribuições do arquiteto são: 

De acordo com a sua formação generalista, o arquiteto e urbanista está habilitado a atuar em diversas áreas concernentes ao planejamento e execução de edificações, paisagismo e urbanismo. A Lei nº. 12.378 estabelece genericamente 11 campos de atuação para arquitetos e urbanistas.

Mas o que me fez refletir depois dessa pergunta foi: Qual a verdadeira atribuição do arquiteto? Qual é a responsabilidade que ele carrega de entrega para a sociedade?

Bom, simplificada e tecnicamente falando, sua principal atribuição seria a Concepção e execução de projetos. Porém, gostaria de ir mais longe…

A atribuição do arquiteto não é simplesmente fazer um projeto ou construir uma edificação (essa palavra, vamos combinar, soa um tanto fria). Na minha humilde opinião, o que o arquiteto entrega são ambientes, espaços de viver que tem uma influência importante em nosso bem estar, em nossa rotina, na nossa vida.

Por que discutir isso é importante?

Estamos falando de uma geração que passa 90% do seu tempo entre 4 paredes em construções padronizadas. Mas onde tudo começou quando deixamos a natureza para trás? Enchemos nossas casas de coisas. Substituímos a luz natural pela artificial e construímos lugares de onde não queríamos mais sair.

Depois de um tempo, os cientistas descobriram que o ar que respiramos dentro de casa é cinco vezes mais poluído que o ar exterior e que a falta de luz natural pode prejudicar a aprendizagem das crianças e aumentar a tensão arterial.

Descobriram também que o quarto das crianças tem a maior concentração de substâncias tóxicas da casa e que viver em casas com humidade e bolor aumenta o risco de asma em 40%.

Muitas das doenças que sofremos são causadas por ambientes internos ruins e insalubres.

Por sorte, estamos vivendo um momento de reflexão forte sobre o modo de viver e usarmos os espaços, e o conceito da construção saudável tem sido apontado como tendência e ganhado espaço nos últimos anos no mercado da arquitetura sustentável.

A construção saudável

A construção saudável foca na saúde, no bem-estar e na qualidade de vida dos ocupantes, onde o principal foco são as pessoas e não a construção.

É uma tendência sem volta. Quando o ambiente construído prioriza as pessoas ele é capaz de proporcionar melhora no conforto e bem-estar e isso reflete na saúde dos seus usuários. Está comprovado o aumento de produtividade em escritórios, de aprendizado nas escolas e que este tipo de construção acelera a evasão dos leitos hospitalares. [Arquiteta Maíra Macedo, Gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Greenbuilding Council Brasil]

O ”saudável” busca evitar que as edificações sejam causadoras de algum tipo de doença e, ao contrário, tornem-se razão de conforto, vitalidade e saúde plena.

No entanto, este não é um conceito novo, diversas culturas antigas e tradicionais utilizavam conhecimentos ancestrais, como o Feng Shui, radiestesia e a geobiologia, para a análise dos espaços e construção de edificações mais saudáveis.

Infelizmente, com o avanço da industrialização, as construções se tornaram mais padronizadas e a preocupação com saúde dos habitantes só diminuiu. Atualmente, este movimento já possui empresas trabalhando para tornar o conceito mais conhecido e com ações aplicáveis.

O HBC – Healthy Building Certificate é uma Organização internacional com sede nos Estados Unidos e operação no Brasil desde 2014 que tem como foco capacitar e orientar os profissionais para projetar, construir e manter ambientes, gerando espaços mais saudáveis e promotores de bem estar.

Construção saudável na prática

Separamos aqui 5 princípios básicos orientados pelo HBC para garantir projetos de interiores saudáveis:

1 – Qualidade do Ar Interno

Existem alguns compostos orgânicos voláteis considerados poluentes perigosos, sendo altamente tóxicos e cancerígenos. E quando os indivíduos são expostos a isso durante muito tempo, podem ter uma série de reações como problemas respiratórios.

Geralmente, esses poluentes estão presentes no acabamento dos espaços como pintura, verniz, revestimentos, carpetes e até mesmo nos móveis. Por isso, é necessário prestar atenção nesses detalhes, priorizando a ventilação natural, outro fator primordial para garantir o bem-estar.

2 – Iluminação Correta e Natural

Passamos mais de 90% do nosso tempo no interior de edificações, portanto melhorar a qualidade desses espaços é fundamental!

Mesmo a iluminação artificial mais forte não pode corresponder à luz do dia para nos manter saudáveis. Uma pesquisa científica provou as ligações entre a falta de luz do dia e uma variedade de problemas físicos e mentais. Na verdade, os especialistas estimam que 15% da população mundial sofre de diferentes níveis de TAS (Transtorno Afetivo Sazonal ou depressão de inverno), e essa tendência é maior com o aumento da latitude.

Existem também muitos outros problemas de saúde relacionados com a falta de luz natural adequada. Por exemplo, a deficiência de vitamina D, que tem sido associada a problemas como cansaço, fadiga e maior vulnerabilidade a doenças. Além disso, a luz artificial pode atrapalhar nosso relógio biológico, o que pode levar a problemas de concentração, pressão alta – e muito mais.

Basicamente, a quantidade e a qualidade da luz natural implicam no funcionamento das nossas glândulas, hormônios e até mesmo no estado de humor. Por isso, projetos que valorizam a iluminação natural são mais saudáveis.

3. Design Ativo

O Design Ativo está ligado a uma série de fatores dentro das construções que incentivam a atividade física. Nele, há uma integração da prática de exercícios físicos na rotina das pessoas como, por exemplo, subir escadas. E ao se tratar de projetos saudáveis, incluir o design ativo significa pensar na saúde dos ocupantes, melhorando seus hábitos e evitando o sedentarismo.

4. Proteção contra Radiações Nocivas

Talvez você não saiba, mas as radiações eletromagnéticas, principalmente, as advindas de antenas e aparelhos celulares são extremamente prejudiciais à nossa saúde. A exemplo disto, um estudo da Academia Russa de Ciências comprovou que quando estamos próximos a aparelhos celulares na hora de dormir, as fases do sono são alteradas, podendo atrapalhar o momento do sono reparador.

5. Materiais Atóxicos

Na hora de escolher os materiais para a construção é preciso garantir que eles serão atóxicos (na medida do possível). Uma forma de observar isso é descobrir se eles têm metais pesados em suas composições, caso sim, deixe-os de lado. Enquanto as tintas, vernizes, e outros, o ideal é que não contenham formaldeído e não liberem os COV’s (compostos orgânicos voláteis). Sabe aquele cheirinho de carro novo? É um exemplo de COV’s. Quando você evita tudo isso, além de proteger a sua saúde, também assegura o bem do meio ambiente.

Por isso, quando pensamos nas construções saudáveis, devemos considerar afastar – ao máximo – o excesso de campos eletromagnéticos que já foram considerados como sendo o ”cigarro do século XXI.”

Benefícios dos ambientes responsáveis

Mesmo sabendo que a construção saudável tem se tornado um assunto mais abordado, ainda é comum encontrar construções irregulares que ocasionam certos desconfortos nas pessoas, como é o caso de alguns dos problemas como rinite alérgica, dores de cabeça e mal-estar

Os benefícios de uma construção saudável são muitos:

  • Ambientes saudáveis para uma sociedade de bem estar
  • Diminuição de doenças provocadas pela edificação e síndrome do edifício enfermo
  • Aumento da percepção de valor do imóvel
  • Aumento da satisfação e qualidade de vida

Sabemos que toda essa informação pode ser preocupante, mas o bom de tudo isso é que você pode escolher como essa história termina…

Então, o que eu posso fazer?

Além de novas rotinas diárias, também é importante aproveitar as chances de fazer mudanças fundamentais no clima interno de sua casa. Para isso, procure profissionais que se preocupem com o bem estar e estejam bem informados sobre assuntos como construções saudáveis, biofilia e sustentabilidade para consultoria ou projeto.

Além disso, ações relativamente simples como as listadas abaixo, podem trazer resultados mais imediatos.

1 – VENTILE com mais de uma janela aberta

O conteúdo do ar interior inclui gases, partículas, resíduos biológicos e vapor de água, que são todos perigos potenciais para a saúde. É recomendável arejar a casa três a quatro vezes por dia, por pelo menos 10 minutos de cada vez, com mais de uma janela aberta. Além disso, areje o quarto antes de ir para a cama e ao acordar pela manhã.

Cuide da sua casa, limpe, decore, mas tenha sempre consciência que o que tem disponível de graça é o que mais importa, e o que mais precisamos. Então, agora, tire um minuto e abra as janelas, deixe o sol e o vento entrar.

2 – Siga a luz natural

Mova sua mesa de jantar ou escrivaninha para mais perto da janela. A luz artificial não consegue reproduzir as qualidades da luz solar, que é um antidepressivo natural. Ilumine sua casa e local de trabalho com o máximo de luz natural possível. Existem muitas evidências científicas que associam a luz do dia a melhor saúde e qualidade de vida, como melhora do humor, menos cansaço e menor fadiga ocular.

3 – Entre no ritmo

Nossos corpos só podem se sincronizar com o chamado ritmo de 24 horas “dormir, trabalhar, viver” por meio da exposição correta à luz e à escuridão. Se possível, oriente seus quartos – principalmente aqueles para adolescentes e adultos jovens, que têm um relógio biológico atrasado e muitas vezes têm dificuldade para se levantar pela manhã – na direção leste em direção ao sol da manhã. Além disso, certifique-se de que suas cortinas evitem a entrada de tanta luz quanto possível no quarto à noite.

4- Dê um passeio

A maioria dos cientistas concorda que ser exposto a duas horas de luz do dia por dia é um grande impulso para o nosso bem-estar mental. Saia quando tiver oportunidade e tente esticar as pernas regularmente.

Para te inspirar

Separamos algumas imagens para te inspirar por uma vida mais saudável através da arquitetura. “Carpe Diem”.

Smith Residence

A primeira casa ativa nos Estados Unidos, é uma casa tradicional construída com os padrões mais modernos

Fonte: Velux.com

Uma casa moderna que oferece um clima interior saudável e uma eficiência energética excepcional – ao mesmo tempo que se harmoniza com a sua vizinhança tradicional. Essa é a primeira casa ativa nos Estados Unidos. Casa da família Smith de St. Louis, Missouri, que acha sua casa extremamente confortável.

Fonte: velux.com

PRÉ-ESCOLA COM LUZ DO DIA E AR FRESCO

A reconstrução de duas salas de aula pré-escolar na Endrup School ofereceu uma oportunidade de criar ambientes internos saudáveis para as crianças e implementar novas tecnologias de eficiência energética. Ao fazer isso, a equipe de design também esperava criar um espaço melhor para aprender e ensinar – e para se conectar com a natureza.

Fonte: velux.com
CASA DO JARDIM DE VÊNUS, ÁUSTRIA

Esta casa foi construída em cima de uma casa de fazenda histórica. O resultado é uma casa ativa brilhante e não convencional.

Fonte: velux.com
Fonte: velux.com

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

 

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura Sustentável Eficiência energética Steel Frame

Vidros duplos ou simples? Como escolher os vidros para sua casa

Vidros duplos ou simples? Como escolher os vidros para sua casa

Cada dia ocupando um espaço maior e de mais destaque nas construções, os vidros podem ser soluções arquitetônicas incríveis ou grandes vilões de uma edificação.

E como aqui na Nesta falamos muito dos conceitos de sustentabilidade, eficiência energética, isolamento térmico e acústico e saúde nas construções, não poderíamos deixar de fazer um guia para você escolher com segurança esse item tão importante da sua obra.

Antes mesmo de começar, precisamos te explicar que as esquadrias e os vidros fazem parte da curva ABC do orçamento das construções, ou seja, estão entre os itens que representam o maior custo da obra

A curva ABC é um método de classificação de informações para que se separem os itens de maior importância ou impacto, os quais são normalmente em menor número ou quantidade, mas representam os maiores valores ou importância. Também pode ser relacionada com a lei de Pareto ou Lei dos 80/20, em resumo, são os itens que representam 20% da sua obra, mas que custam 80% do valor investido. 

Neste post você vai entender: 

  • Como escolher o melhor vidro para sua obra;
  • Quais os custos e benefícios decorrentes das escolhas feitas durante o seu projeto de arquitetura;
  • Quais as melhores estratégias de conforto em relação aos vidros;
  • Como obter grandes vãos sem grandes custos.

 

Vidro é assunto sério!

No Brasil, os vidros devem ser especificados de acordo com a Norma NBR 7199 – Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. 

Isso significa que você deve sempre pedir orientação ao responsável técnico pelo seu projeto para que especifique corretamente seus vidros, em especial, de acordo com o uso, para que atendam ao desempenho e à segurança esperados.

A Norma Brasileira tem força de lei, portanto, isso gera garantias sobre os vidros da sua obra, desde que os vidros sejam aplicados conforme a norma.

Instalações com normas específicas: 

  • Boxes de banheiro: NBR 14207
  • Sistemas de envidraçamento de sacadas: NBR 16259

Conhecendo um pouco os vidros disponíveis

 

Por ser um assunto extenso e super especializado, falaremos aqui apenas dos principais tipos de vidros utilizados na construção civil, mais especificamente em construções residenciais.

 

1. Vidro float ou comum

É o vidro mais comum. Um vidro plano transparente, incolor ou colorido, com espessura uniforme e massa homogênea. É o vidro ideal para aplicações que exijam perfeita visibilidade, pois não apresenta distorção óptica, e possui alta transmissão de luz. É a matéria-prima para processamento de todos os demais vidros planos. 

Pode ser: laminado, temperado, curvo, serigrafado e usado em duplo envidraçamento. Utilizado na indústria automobilística, eletrodomésticos, construção civil, móveis e decoração.

 

2. Vidro impresso

 

O vidro impresso é um vidro plano translúcido, incolor ou colorido, que recebe a impressão de um padrão (desenho) quando está saindo do forno. É utilizado para reduzir visibilidade e aumentar a privacidade em ambientes como banheiros, por exemplo. Exemplo: vidro mini boreal, muito utilizado em janelas de banheiros.

 

3. Vidro de segurança

 

É produzido a partir do vidro float, objetivando minimizar riscos em caso de acidentes e quebra acidental. Os vidros de segurança são definidos pela ABNT como sendo “aqueles que, quando fraturados, produzem fragmentos menos suscetíveis de causar ferimentos graves”. Podem ser: temperado e laminado.

 

3.1 Vidro temperado

O vidro temperado recebe um tratamento térmico (é aquecido e resfriado rapidamente) que o torna mais rígido e mais resistente à quebra. Em caso de quebra produz pontas e bordas menos cortantes, fragmentando-se em pequenos pedaços arredondados.

 

3.2 Vidro laminado

O vidro laminado é composto por duas chapas de vidro intercaladas por uma película plástica de grande resistência (PVB – Polivinil Butiral). O vidro laminado é o produto adequado para diversas aplicações, como coberturas, fachadas, sacadas, guarda-corpos, portas, janelas, divisórias, vitrines, pisos e outros, pois em caso de quebra, os cacos ficam presos na película de PVB, evitando ferimentos e mantendo a área fechada até que a substituição do vidro seja realizada.

3.3 Vidro laminado temperado

O vidro laminado temperado é resultante da composição, como o próprio nome diz, de chapas de vidro temperadas unidas pela película PVB compondo um vidro laminado. Ele é recomendado para áreas de cobertura, escadas, pisos, onde houver trânsito ou carga sobre o vidro, que além de mais resistente, também possui a mesma segurança do laminado em caso de quebra.

 

4. Vidro acústico

 

4.1 Vidro laminado acústico

 

É um vidro laminado com um PVB especial (acústico) e por isso funciona como um excelente isolante acústico. É um produto inovador que garante uma poderosa proteção contra ruídos.

 

4.2 Vidro duplo ou insulado

 

É o conjunto de dois vidros separados por uma camada de ar ou gás, conferindo redução na propagação de som, na entrada de calor e uma infinidade de combinações decorativas. Largamente utilizado na construção civil dos países europeus, o vidro duplo está presente no nosso dia a dia, como por exemplo, na porta dos freezers e refrigeradores (com a função de isolação térmica). 

O duplo envidraçamento pode ser composto por qualquer tipo de vidro, melhorando a performance térmica e acústica. Além disso, pode ser equipado com persianas internas, que dão ao conjunto um efeito estético diferenciado. Quando composto por pelo menos um vidro laminado, atende às mais exigentes especificações de projetos residenciais. 

 

5. Vidro Jumbo 

Normalmente, o tamanho de chapas padrão fabricado no Brasil é em torno de 2,4m x 3,21m. O vidro jumbo mais comumente aplicado por aqui é o de 6,00 m x 3,21m, podendo ser temperado e/ou laminado e passar por outros processos de beneficiamento, inclusive espelhação. A

s chapas têm 6, 8 ou 10mm de espessura, não menos que 6mm para não quebrar, mas podem chegar a 12mm e até 16mm para atender especificações de resistência a ventos e segurança. Para se ter uma ideia, uma chapa de 10 mm de vidro float pesa 500kg e, se passar por laminação, pode atingir uma tonelada.

 

Saiba mais sobre os vidros Jumbo

Um dos maiores desafios do vidro jumbo é a movimentação, pois ele necessita de transporte, manipulação e armazenagem diferenciados, dentro e fora da fábrica. Toda movimentação deve ser feita com equipamentos específicos, evitando qualquer interação manual no vidro, preservando a segurança dos trabalhadores. A armazenagem e as instalações devem ser apropriadas: altura do galpão, portas de acesso, mesas de corte, ponte rolante, estoque, etc.

Os custos com fretes e movimentação, a necessidade de equipamentos especiais para transporte e manipulação tornam o valor do produto até 50% mais caros que dos vidros convencionais, e em alguns casos acima disso(Fonte: adaptado de vidroimpresso.com.br)

 

Fonte: http://www.guiadovidro.com.br/noticia/o-vidro-jumbo-na-arquitetura-e-nas-construcoes-modernas

Como escolher seus vidros

Para saber a espessura correta de seus vidros, a fabricante Cebrace criou uma ferramenta para auxiliar na especificação. Para saber mais, clique aqui.

A Abravidro também criou um Guia de Aplicação de vidros na Construção Civil, confira! 

No que se refere ao seu projeto, continue lendo para conhecer nosso guia para conforto, melhores escolhas na arquitetura e grandes vãos. 

Conforto x Perdas 

Se você busca conforto térmico, há dois caminhos:

1. Vidros duplos ou insulados

Para regiões mais frias ou úmidas, é o vidro ideal. Nas regiões mais frias ou úmidas, o vidro duplo aumenta o conforto térmico e evita a condensação. 

DICA IMPORTANTE: o vidro não faz seu trabalho sozinho. Para que o fator conforto térmico seja atingido com eficiência, as esquadrias precisam ter boa vedação. Por essa razão, as esquadrias de PVC são as mais recomendadas por nós atualmente. Elas atingem isolamento superior em conjunto com vidros duplos, pois tem melhor vedação e estanqueidade que outros materiais, como a madeira e o alumínio, por exemplo

2. Vidros simples laminados ou vidros térmicos

Para regiões onde a questão é o calor, os vidros laminados e térmicos são sua melhor opção. 

Com o uso deste tipo de solução, você reduz a carga térmica dos seus ambientes, reduzindo a necessidade de utilizar o ar condicionado. 

Fique atento às perdas térmicas:

  • Vidros temperados não possuem qualquer barreira térmica, por isso não são recomendados para fins de isolamento de qualquer finalidade. 
  • A inversão térmica rápida, com grandes diferenças entre a temperatura interna e externa, pode gerar condensação nos vidros simples (sejam eles laminados, temperados ou float), pois a troca térmica entre interior e exterior é direta, porque o vidro é um material fino e de baixa resistência térmica. 

Além disso, o vidro laminado possui outros benefícios, como a redução da entrada de ruídos externos (quando comparado aos vidros comuns) e a proteção contra os raios UV (Ultravioleta), pois o PVB (película que fica entre os vidros) barra 99,6% dos raios solares UV (Ultravioleta), protegendo as pessoas dos danos causados por esse tipo de raio. Isso também evita o desbotamento e envelhecimento dos móveis, cortinas, tapetes e outros objetos.

 

Se você busca conforto acústico, o vidro laminado é uma ótima opção. Mais uma vez, o fator vedação e estanqueidade das esquadrias são essenciais para um bom desempenho. 

Se você busca desempenho térmico e acústico, sua melhor opção é o vidro duplo ou insulado, sendo que você terá desempenho térmico superior com câmaras de ar maiores e acústica com vidros de diferentes espessuras.  

Arquitetura: Custos e benefícios

Tenha sempre em mente que o projeto de arquitetura define a escolha dos vidros para sua casa, por isso é importante conhecer os estilos arquitetônicos e algumas das premissas que vem junto com eles.

Vamos lá?

Casas contemporâneas:

Marcadas por grandes volumes geométricos, estas casas pedem aberturas maiores, mais envidraçamento e grandes vãos de vidro. Para essas obras, é importante observar limitações de chapas de vidros que, de forma geral, vão até 2,40 x 3,20m, evitando o uso das chapas de vidro jumbo, que tornam os vidros até 2 vezes mais caros.

Casa Contemporânea. Projeto Autoral Nesta. Ano: 2020
Casas tradicionais, em estilo americano, rústico ou colonial 
Geralmente têm aberturas menores, portanto, vidros menores. Nesse tipo de projeto, os vidros custam menos. 
 

 

Casa em Estilo Americano. Projeto Autoral Nesta. Ano: 2020
Casas minimalistas 

Com grandes planos envidraçados do piso ao forro, geralmente suas esquadrias são folhas deslizantes com altura acima da média, entre 3,00 e 4,00 metros de altura. É preciso pensar não apenas nos vidros, mas nos sistemas de folhas móveis das suas esquadrias, especialmente se você busca vidros duplos ou insulados.

VOCÊ SABIA? Os sistemas móveis das esquadrias tem limitação de peso por folha móvel. Isso significa que você precisa ter mais folhas conforme o peso vai aumentando, ou seja, o valor da suas esquadrias aumenta por várias razões: tamanho dos vãos, peso dos vidros, número de folhas e quantidade de trilhos (no caso dos sistemas deslizantes). Isso pode tornar sua obra ainda mais cara, sendo que os vidros podem ser bastante significativos nesta conta.

E NÃO SE ESQUEÇA: como há menos paredes, os sistemas de climatização precisam, em geral, ficar no piso ou no forro, aumentando também o custo para manter o conforto térmico. 

Fonte: tuacasa.com.br

Grandes vãos

Se você não abre mão de grandes vãos envidraçados, peça ao seu arquiteto para considerar as limitações técnicas dos produtos especificados para vidros, esquadrias e orientação solar.

Grandes rasgos verticais podem ser divididos com travessas ou vigas para reduzir o tamanho dos vidros e distribuir melhor as cargas na estrutura.

Vidros duplos ou insulados devem ser especificados em conjunto com a esquadria, tendo o cuidado de alinhar especificações de espessuras de paredes e isolamento térmico e acústico. 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário

Categorias
Arquitetura de Interiores Arquitetura Sustentável Construção Seca Decisão de compra Dicas Eficiência energética Steel Frame

Calefação – entenda o que é, e como escolher o melhor sistema para sua casa

Calefação – entenda o que é, e como escolher o melhor sistema para sua casa

Em tempos de frio, falar de calefação é totalmente conveniente, porém não é por este motivo que resolvemos abordar o assunto.

Aqui na Nesta, desde que iniciamos um projeto, ou melhor, ainda antes, no briefing com o cliente, uma das perguntas que fazemos é sobre qual sistema ele quer usar.

Perguntinha fácil, resposta difícil. Existem muitas opções no mercado e você não precisa escolher só uma, sabia?

Antes de avançarmos, é importante esclarecer o significado de calefação: de forma simples, calefação residencial é o aquecimento de um local fechado de forma rápida e segura. O sistema pode ser central (instalado em um ponto fixo da residência) ou local (equipamento instalado em que aquece um ambiente específico).

Sistemas modernos

Atualmente há várias fontes de energia para serem utilizadas: sistemas elétricos, à lenha, solar, à pellet e à gás. Dentro destas opções, ainda temos uma variedade de equipamentos: lareira à lenha, lareira à pellet, lareira à álcool, radiador elétrico, radiador hidráulico, ar condicionado, piso aquecido elétrico, piso aquecido hidráulico, estufa a gás, estufa a óleo, estufa elétrica, fogo de chão… ops, brincadeirinha. 😛

Com todas essas opções, você saberia qual delas escolher? Provavelmente não… Mas é por isso que estamos aqui falando sobre este assunto.

Acredite, apesar de ser um assunto bastante técnico, a escolha do sistema de aquecimento de uma casa tem um viés bem pessoal. Tem pessoas que amam colocar aquela lenha na lareira, outros tem horror à sujeira que ela faz e não querem fazer aquela forcinha pra carregar toras de um lado para o outro.

Alguns não suportam o vento quente do ar condicionado e outros não abrem mão dele pois é versátil e aquece o ambiente rapidamente.

Por isso, quando conversamos com o cliente sobre este assunto a conversa normalmente se estende e, no caso dos mais indecisos, o projeto dá uma “travadinha” pois é preciso de tempo para conhecer as vantagens e desvantagens de todos os sistemas, conversar com fornecedores, visitar lojas e fazer orçamentos.

Vamos falar um pouco sobre cada um deles e como eles impactam no projeto e no orçamento:

Lareira à lenha

A mais conhecida e rústica, para quem gosta e tem tempo de cuidar do fogo. Este modelo tem ótimo rendimento, porém deve ser executado por profissionais experientes e seguir um projeto detalhado para que não tenha problemas de voltar fumaça no ambiente ou de perda de calor. É indicada para espaços abertos e integrados, mas nos cômodos mais distantes, pode não aquecer muito bem, precisando de um complemento.

Lareira à pellet

Considerada a opção mais sustentável, é alimentada com pellets, que é considerada uma fonte de energia renovável. É um combustível sólido em formato de granulado que é feito a partir de resíduos prensados de madeira proveniente de florestas renováveis. Promete eliminar a fumaça e a sujeira da lenha, sem perder o charme do fogo. 

Geralmente tem controles eletrônicos e pode ser automatizada – você programa um horário para ela ligar e “plin”! quando chega em casa ela está quentinha te esperando. Importante mencionar que ela possui uma chama de tamanho reduzido, comparada aos calefatores a lenha, mas nem por isso tem menos potência de aquecimento.

Lareira à álcool ou ecológica

Utiliza álcool etanol como combustível e não emite cheiro nem fumaça, por isso não necessita de chaminé. Sua instalação é simples, e pode ser usada tanto em área interna como externa. Por consumir oxigênio e emitir CO e CO2, é importante ter o ambiente minimamente ventilado. Seu rendimento é considerado razoável, mas deve ser dimensionada por empresas especializadas.

Radiador hidráulico

Modelo de calefação mais conhecido e utilizado, é um sistema de aquecimento central que utiliza dutos de água quente que circulam por toda casa até chegar em um radiador instalado no ambiente. A água é aquecida por um boiler ou caldeira que pode ser a gás (mais utilizado) ou outras fontes de energia, como solar e elétrica. É um sistema muito eficiente e confortável, porém o custo de instalação e manutenção é mais alto que outros sistemas.

Radiador elétrico

Ainda pouco conhecido na nossa região, é um modelo que apresenta ótimo rendimento, é discreto, elegante e com consumo parecido com o do ar condicionado. A vantagem é que não tem aquele ventinho circulando e é completamente silencioso. Ele pode ser pendurado na parede ou com rodízios para ter mobilidade. 

Como as lareiras à pellet, o radiador elétrico pode ser programado para ligar e desligar, e sua potência é dimensionada conforme o tamanho do ambiente. Da categoria dos aquecedores locais, é uma ótima opção para aquecer um ambiente menor com qualidade e conforto.

Imagem: Portal Energia

Ar condicionado

Também conhecido como Split, muito prático e de rápido aquecimento, é um sistema que, diferente de todos os outros, pode ser utilizado no inverno e no verão. O sistema tipo inverter quente e frio possui também grande eficiência energética. Para alguns, apresenta um pequeno inconveniente, que é o vento, o que pede uma avaliação cuidadosa na hora de escolher o melhor local para instalar. Para mais informações sobre consumo e especificidades do sistema, leia este texto!

Piso aquecido

É considerado o mais confortável pois distribui o calor uniformemente pelo ambiente através de serpentinas no piso. Pode ser hidráulico e elétrico, sendo que no primeiro sua energia vem de um sistema de caldeira muito similar à calefação com radiador hidráulico. Outra vantagem deste sistema é que o piso fica quentinho, proporcionando uma sensação muito agradável e como o calor irradia a partir do chão, passa por todo ambiente até chegar ao forro. A desvantagem deste tipo de sistema é a demora para aquecer ambientes maiores ou com pé direito duplo. 

Todas estas opções são válidas e eficientes. Cabe mesmo analisar qual ou quais delas atende melhor às demandas de cada cliente e de cada casa. Dependendo do projeto ou se é um apartamento por exemplo, algumas opções ficam mais restritas. 

Aqui na Nesta, procuramos combinar sistemas com eficiência energética e conforto. Por isso sempre analisamos a fonte de energia e o consumo esperado ao especificar esse conjunto de sistemas. E sempre que utilizamos sistemas elétricos, avaliamos junto com o cliente a possibilidade de gerar sua própria energia como estratégia de redução de consumo, ao longo de toda a vida útil da casa. 

Sistemas de calefação e o Steel Frame

Como trabalhamos com o sistema light steel frame, imagino que possam estar se perguntando se muda alguma coisa em relação às casas de alvenaria: absolutamente nada. Todos estes sistemas podem ser usados em casas de steel frame, com algumas peculiaridades na instalação.

Por exemplo, passar uma tubulação de calefação durante a obra é muito mais simples pois as paredes ficam abertas. No caso da lareira convencional, ela é revestida com tijolos refratários sobre uma placa cimentícia e, dentro na parede, é colocada lã de rocha. O piso aquecido é executado da mesma forma que nas obras convencionais, com aplicação sobre o contrapiso de concreto.

Enfim, tanto em casas de alvenaria quanto de steel, o que importa realmente é adequar o sistema às suas necessidades e isso deve ser feito na etapa inicial do projeto, a qual chamamos de definição. É nela que analisamos todas as questões relacionadas ao sistema de calefação e definimos qual será usado para que possamos prever as instalações no momento adequado à etapa da obra, sem precisar fazer arranjos depois.

Não esqueça: procure sempre a assessoria de um profissional especializado, tanto da arquitetura quanto de fornecedores específicos, e você não terá inconvenientes durante a obra e terá sua casa quentinha sempre que precisar.

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

 

Fontes de pesquisa: Central das Lareiras

Gostou deste post?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Linkedin
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário