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Biofilia – tendência ou genética?

Biofilia – tendência ou genética?

Biofilia – do grego bios, vida e philia, amor, afeição – significa literalmente “amor pela vida”. É um termo que vem sendo usado na arquitetura e no design há pouco tempo, porém, ele foi mencionado pela primeira vez em 1964 por um psicólogo, e se popularizou na década de 80, através do biólogo Edward O. Wilson.

 

Segundo Winston em seu livro “Biofilia”, os seres humanos têm uma ligação emocional inata com outros organismos vivos e com a natureza.

Este mesmo conceito foi desenvolvido em seu segundo livro, em parceria com Stephen Kellert, intitulado “A hipótese da biofilia” que discute a possibilidade de haver base genética para nosso apreço pela natureza.

 

Na história da humanidade, o homem sempre teve muito contato com a natureza. Se formos analisar alguns números, desde o Homo Sapiens, (200.000 anos), passando pela agricultura (16.000 anos) e, finalmente, com o surgimento das cidades (6.000 anos), veremos que esse afastamento é recente em proporção a nossa existência e a nossa relação com a natureza.

 

Fonte: http://uptowhat.com.br/vislumbres/o-homem-e-natureza

Nossa história está essencialmente ligada a ambientes naturais. Até a década de 50, dois terços da população vivia em ambientes naturais. Isso tudo que está acontecendo é muito recente com relação à história da humanidade.

Biofilia no presente

 

Neste novo cenário construído as pessoas vivem uma pressão por desempenho, e dividem sua atenção com tudo que está acontecendo ao seu redor, gerando dificuldade de foco e aprofundamento contemplativo. 

 

Nossa sociedade está sendo chamada por estudiosos de sociedade do cansaço. O trabalho esteve em primeiro plano por muitas décadas e os ambientes construídos passaram a ser o cenário de maior permanência da maioria das pessoas. 

 

A organização mundial da saúde OMS estima que a ansiedade, que se manifesta pelo pânico, estresse e compulsão, atinge 1 a cada 25 pessoas na terra. No Brasil, quase 10% da população sofre de distúrbios psíquicos.

 

Diferente do que se pensava antigamente, a qualidade de vida não tem ligação direta com o desenvolvimento econômico. Ela depende de nos sentirmos bem, em paz – e a Biofilia é nossa capacidade natural de nos sentirmos bem em determinados lugares. É um sentimento inato de pertencimento a algo maior, é nossa essência.

 
Fonte: https://itsinformov.com.br/pt_br/projetos/its-informov/

Felizmente a arquitetura tem voltado seus olhares e estudos para ambientes mais conectáveis, não no sentido tecnológico, mas sensorial. Cada vez mais os criadores, designers e arquitetos estão voltando sua atenção para a perfeição da natureza. E existe melhor referência para qualquer projeto do que essa?

Na prática

Mas como os arquitetos podem alcançar essa conexão? Integrando a natureza aos seus espaços, através da iluminação natural, ventilação e, principalmente, vegetação. Incorporando materiais naturais como madeira, fibras e pedras aos seus projetos. 

 

Um estudo conduzido por 10 anos pelo Dr. Chris Knight da Exeter University demonstrou que as plantas aumentam em 38% a produtividade dos funcionários, enquanto estimularam uma melhora em 47% nos níveis de bem estar e 45% nos níveis de criatividade.

 
Fonte: https://itsinformov.com.br/pt_br/projetos/its-informov/

Neuroarquitetura

É comprovado que ambientes biofílicos aumentam a produtividade, o bem estar, a criatividade e a cognição. Além disso, diminuem em 37% a ansiedade e em 30% os distúrbios psíquicos.   

 

Dentro deste contexto, não poderia deixar de mencionar a Neuroarquitetura, que estuda a influência dos espaços no cérebro humano, e que tem dentro dela a biofilia. Estudos demonstram que a neuroarquitetura e a biofilia proporcionam espaços especiais para trabalhar.

 

Passamos 90% da nossa existência em determinados ambientes e isso torna ainda mais urgente que elementos relacionados à natureza estejam presentes para que a qualidade de vida de quem usufrui dos espaços também esteja ali.

 
Fonte: https://www.wework.com/pt-BR

Isso vale para todos os locais. Porém, quando pensamos em ambientes corporativos, os estudos são ainda mais necessários, já que faz uma grande diferença no aumento da produtividade – o que, consequentemente, oferece o crescimento da empresa e do profissional ao demonstrar um trabalho de qualidade.

Sabe-se que em hospitais, pacientes se curam 30% mais rápido em espaços com janelas ou vegetação. Isso se reflete também para os profissionais da saúde, que acabam se sentindo mais dispostos em voltar para o seu ambiente de trabalho.

 
Hospital Universitário St. James em Leeds na Inglaterra - Fonte: https://sustentarqui.com.br/arquitetura-biofilica-traz-bem-estar-a-pacientes/

Mais produtividade, mais atenção, menos pessoas doentes. As pessoas querem trabalhar nestes lugares pois elas se sentem mais felizes.

A gente pertence à natureza, quer queira, quer não. 

Nos afastamos demais desse contato mas, felizmente, estamos voltando para essa conexão, para a necessidade humana de estarmos mais próximos à natureza. Afinal, não é mais fácil preservar o que temos e conviver com essa maravilha que a natureza nos dá? 

É um caminho sem volta… Estejamos abertos.

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

Fontes: WEWork | IST Informov | Eduardo Cabral – arquiteto informov | TarJab | VegMag | Lab Design

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Casa inteligente: eu preciso de uma?

Casa inteligente: eu preciso de uma?

Estamos na era da internet das coisas, logo teremos a velocidade do 5G. Cada vez mais nossa casa tem a possibilidade de ser automatizada, se auto gerenciar e fazer atividades simples de forma remota.

Mas será que você e a sua casa precisam disso? Quais as vantagens, benefícios e razões para ter uma casa inteligente? Nessa matéria, você entenderá o que a automação residencial pode fazer por você e por que ter [ou não] na sua casa. 

Afinal, a escolha é SUA! 

Tipos de automação

Atualmente, você pode contar com dois tipos de solução para automatizar sua casa: 

Sem fio: utiliza sistemas modulares conectados a uma central wi-fi onde cada módulo controla um ou mais equipamentos, lâmpadas ou circuitos. A vantagem deste sistema é a possibilidade de ser implantado em obras existentes, praticamente sem nenhuma intervenção. 

Cabeada: utiliza uma central onde o sinal é distribuído a cada ponto por uma rede de cabos conectados a cada um dos equipamentos ou circuitos a automatizar. Esta tecnologia, em geral, tem maior estabilidade por não sofrer interferências ou instabilidades de sinal, no entanto, precisa ser pensada durante o seu projeto, sob o risco de inviabilidade de implantação. 

Se quiser saber mais sobre o comparativo entre esses dois sistemas, leia mais aqui

O QUE AUTOMATIZAR E PORQUE

Climatização

Sistemas de calefação, ar condicionado, piso radiante, lareiras eletrônicas, entre outros sistemas podem ser programados para ligar e desligar em horários específicos. Isso gera, além de conforto, economia de energia. 

Aquecimento da água

Se você utiliza sistemas de água com taque de acumulação, poderá ter um custo muito alto para que tenha água quente disponível a maior parte do tempo. A automação pode te dar conforto e economia permitindo que você aqueça a água somente em horários alternados. Em outras palavras, acione o aquecimento somente quando realmente necessário, economizando energia. 

Sensores 

Uma das formas mais simples de automação, os sensores de presença, chuva ou luminosidade nos permitem acionar equipamentos, luzes ou mesmo a irrigação através desta tecnologia.

Home Theather – Som e Imagem

Entretenimento e conforto andam juntos, e você já pode ter isso na palma da mão. Os sistemas de som nos permitem ter mais de uma área da casa compartilhando o equipamento de home theather para diferentes áreas de som, com tecnologia e qualidade. 

Iluminação

A iluminação é umas das categorias onde a automação é mais utilizada. O sistema nos permite criar cenários para chegada e saída de casa, férias, verão e inverno, a imaginação é o limite. 

Ligar e desligar luzes em horários específicos pode gerar muita economia de energia e ainda facilitar o dia a dia, afinal, quem nunca esqueceu uma lâmpada acesa ao sair de casa?  

Persianas e Cortinas

Além de controlar a luminosidade, as cortinas e persianas protegem nosso mobiliário e nossa privacidade. Com a automação, podemos controlar a incidência solar em nossas casas, reduzindo até mesmo a carga térmica produzida pelo sol e o uso do ar condicionado no verão. 

Irrigação

Os sistemas de irrigação atendidos pela automação residencial podem molhar a sua grama apenas quando não chove. São controlados por centrais climáticas e sensores de umidade, economizando água e garantindo o melhor cuidado com o seu jardim. 

Segurança

Se você busca segurança, a casa inteligente poderá controlar fechaduras magnéticas, câmeras de segurança e alarme. 

Seja fechando toda a casa, apagando as luzes e ligando o alarme na sua saída, registrando ou até mesmo avisando quando há acessos na sua fechadura eletrônica. 

Outras funções

Além de tudo que já falamos, você ainda poderá: 

  • Ligar/desligar eletrodomésticos de forma remota 
  • Utilizar Assistentes de Voz como o Google e a Alexa 
  • Controlar sua casa pelo smartphone

 

BENEFÍCIOS

 

Além da sustentabilidade obtida através da redução do consumo de água, energia e outros combustíveis, você pode gerar muito conforto e bem estar através da automação. 

Segurança e economia de energia são os pontos altos da automação em nossa opinião, e a tecnologia já não é mais vista somente como supérflua ou luxo. 

Deixamos aqui um vídeo do canal do colega Ralph Dias, da Planarq eu ilustra um pouco de tudo que foi falado aqui no texto para você entender e se inspirar. 

Acreditamos no poder das escolhas, na informação de qualidade e nas decisões assertivas – aquelas que levam sua casa a ser um espaço extraordinário.

As casas inteligentes já são uma realidade aplicada a muitos de nossos projetos e acreditamos que não são apenas luxo ou uma novidade para poucos. Temos certeza que, dentro das suas necessidades e desejo de investimento, não é necessário fazer todos os sistemas citados aqui. Afinal, a sua decisão é sempre a melhor, pois é a que atende você e sua família.

Nosso papel é trazer o que há de mais inovador e ajudá-lo a fazer a sua casa ser o mais sustentável possível. E concluímos que sim, a automação residencial é um recurso de sustentabilidade. 

Esperamos ter ajudado!

Quer nos ajudar também? Compartilha esse texto com quem está pensando em construir, curte nossas redes sociais e escreve para nós sobre quais temas vocês gostaria de saber mais. 

 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

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Reforma sustentável – o valor das edificações existentes

Reforma sustentável – o valor das edificações existentes

O tempo passa e, em cada período, a arquitetura apresenta características diferentes. As demandas dos moradores não são mais as mesmas. É preciso que a casa se adapte e se transforme.

Dentro da bandeira das construções sustentáveis e responsáveis, existe uma abordagem que não é muito reconhecida, porém que possui alta demanda e grande potencial: as reformas. É um ponto de vista diferente, que ganha força no movimento por construções que causem menos impacto. 

Ouso dizer que uma reforma pode ser mais sustentável do que uma obra nova, principalmente porque aproveita algo existente. Quando reformamos, “pulamos” uma boa parte do processo construtivo. É como se fossemos direto para a etapa dos acabamentos e instalações, porque tudo o que vem antes já está pronto. 

Isso por si só já economiza muitos recursos e evita todo o desperdício de materiais que envolve esta etapa em uma construção convencional (digo convencional, pois nos sistemas construtivos a seco o desperdício é bem menor). 

 
“Em um mundo onde o lixo é um problema grave, é urgente que a arquitetura se adapte.”

Nossa proposta

Dentro dos serviços que prestamos, a reforma tem ganhado espaço e é, de certa forma, uma queridinha. 🙂 Quem nunca assistiu os episódios de Irmãos a obra? É maravilhoso poder ver espaços antigos e que não atendem mais às necessidades da família se transformarem em espaços lindos, renovados e funcionais!

Porém nossa proposta vai além da reforma em si – avançamos, propondo reformas mais sustentáveis, que valorizam as características originais e as qualidades da edificação, com menor impacto e foco na saúde e bem estar do usuário.

O retrofit

Nesse caso, o Retrofit, é o que representa melhor essa abordagem. Porém, “o termo retrofit não deve ser confundido com restauração — que devolve o edifício ao seu estado original — nem com reforma — que não se compromete com as características originais do prédio. Modernização é a palavra que tem o significado conceitual mais próximo da técnica — já que, além de restaurar o edifício, o retrofit renova as estruturas com novos materiais e soluções.

Dentre as principais vantagens que o retrofit proporciona às obras de arquitetura, destaca-se o potencial sustentável — uma vez que a adequação torna a fachada mais eficiente e introduz sistemas hidráulicos, de eletricidade, iluminação e ventilação que atendem exigências ambientais.

Em suma, além de uma grande intervenção no edifício, o retrofit determina a forma como o prédio irá funcionar para reduzir gastos energéticos e custos com manutenções.” – AECWEB

Na prática

Vamos ver como isso funciona na prática? Listamos abaixo algumas iniciativas que adotamos para ter uma de reforma sustentável:

1 – Reaproveitar itens 

Antes de sair descartando tudo na caliça de coleta de resíduos, é importante fazer uma avaliação do que pode ser reaproveitado ou doado. Alguns materiais como torneiras, esquadrias e móveis, por exemplo, podem ser relocados ou doados. A prática de vender ou doar itens é muito sustentável. Ela permite que outras pessoas possam comprar produtos usados com valores acessíveis, evitando que eles virem lixo.

 
2 – Flexibilidade

Além das necessidades atuais da reforma, é importante pensar em como o espaço pode se adequar a novos usos que possam surgir. Principalmente nos projetos corporativos, é comum que as empresas contratem novos funcionários ou incorporem novos setores à estrutura e precisem adequar o espaço às novas demandas. 

Neste caso, divisórias que podem ser reposicionadas e plantas livres que permitam novas compartimentações são importantes de serem consideradas. Estruturas metálicas que são recicláveis também podem ser desmontadas e reaproveitadas, além de chegarem prontas para serem instaladas.

 
3 – Projeto executivo

Sabemos que qualquer reforma não está livre de surpresas e, mesmo que seja bem planejada, requer ajustes e adaptações. Porém, quando existe um projeto bem resolvido e pensado para ser executado, esses ajustes reduzem drasticamente. 

Uma equipe com qualidade técnica e que faça um levantamento detalhado e um projeto compatibilizado é item importante para a sustentabilidade da obra. 

4 – Eficiência energética

Renovar as instalações elétricas pode representar boa economia na nova conta: para isso, tenha projeto elétrico elaborado por um profissional capacitado. Substituir a iluminação por lâmpadas de led e dimensionar a necessidade de iluminação artificial, por exemplo, complementam e contribuem para um melhor desempenho energético.

 
5 – Valorização da iluminação e ventilação natural 

Foi-se o tempo em que os funcionários eram considerados quase parte do mobiliário. Hoje, a produtividade é sinônimo de bem-estar e é comprovado que proporcionar ambientes bem iluminados e ventilados aumenta a produtividade e reduz as chances de problemas de saúde e consequentemente se ausentar com frequência. 

 
6 – Biofilia e vegetação

Estar dentro dos ambientes significa se afastar da natureza, certo? Não mais. Conceitos como Biofilia e Urban Jungle estão cada vez mais presentes nos projetos de interiores. Trazer a natureza para dentro é mais que uma tendência, é uma necessidade que proporciona aconchego e bem estar.

 
7 – Torneiras e descargas ecológicas

A reforma é uma ótima oportunidade de optar por produtos que economizam recursos e, consequentemente, dinheiro. Torneiras com temporizador podem reduzir o consumo de água em até 80% se comparadas às torneiras de banheiro tradicionais. As descargas com duplo acionamento também reduzem o consumo de água quando apresentam litragem diferente para líquidos (3 litros) e sólidos (6 litros). 

Além destes itens, as empresas do ramo já apresentam outras soluções para diminuir o consumo tanto de água quanto de energia. A Deca, por exemplo criou o sistema Deca Comfort, que está presente em toda a linha de torneiras e misturadores Deca e proporciona economia de até 60% de água.

Já a cuba L. 737, com solução Plug&Play, é sinônimo de Reforma Fácil e foi desenvolvida para auxiliar as pessoas que desejam substituir a cuba de embutir oval (L.37) por uma de apoio, sem precisar fazer a troca ou quebrar a bancada, pois seu tamanho é capaz de cobrir o corte universal de tampos já existentes, além de auxiliar no aproveitamento da furação do tampo para a instalação dos metais. 

 

Existem diversas outras ações que podem ser adotadas para fazer da reforma uma obra sustentável. Valorizar o que já existe é uma virtude na construção civil e já temos muitos edifícios construídos no mundo, talvez seja a hora de parar de construir e começar a reformar. #ficaadica

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

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Piso aquecido: tudo que você precisa saber

Piso aquecido - tudo que você precisa saber

Encontrar o sistema ideal para aquecer a casa é, por vezes, um desafio para quem decide construir e, por existirem opções com características específicas de cada sistema, fica difícil comparar. 

Já falamos em outro post sobre o ar condicionado e sobre sistemas de calefação, então hoje vamos falar de uma opção muito eficiente e com nível de conforto alto, que tem ganhado espaço no mercado e o gosto dos clientes: o piso aquecido

Antes de falarmos especificamente sobre o piso aquecido, vamos lembrar que ele faz parte do sistema de calefação, que é basicamente o aquecimento do ar em ambientes fechados.

O que é piso aquecido? 

Também conhecido como piso radiante, é um sistema de calefação para aquecimento de ambientes fechados muito utilizado em países de clima temperado e frio e também em regiões de inverno rigoroso. 

Diferente dos radiadores, que também são uma forma de calefação, o piso aquecido distribui melhor o calor pelo ambiente, pois é instalado em todo o piso e não fica localizado em um ponto específico.

 

Ele é o tipo de calefação é o mais próximo do modelo ideal de aquecimento de ambientes pois, conforme o artigo “Radiant floor heating in theory an pratice” do professor B. W. Olesen, a melhor forma de aquecimento é de baixo para cima, já que os pés e pernas necessitam de mais calor do que a cabeça.

Por exemplo, se você colocar uma temperatura de 24ºC no chão da sua casa, ela vai cair gradualmente, e na altura da cabeça chegará a 20ºC. Portanto, a sensação térmica do ambiente será muito mais agradável do que se fosse ao contrário. 

Quais são os tipos de piso aquecido?

O sistema de piso aquecido é instalado acima do contrapiso e pode ser hidráulico ou elétrico. O elétrico é mais fácil de ser instalado e faz menos sujeira. Já o hidráulico é indicado para obras maiores e que tenham limitação de carga elétrica. Este pode ser alimentado com várias fontes de aquecimento como gás, lenha entre outros.  

 

Dentro das opções do elétrico, existe a manta para laminados e os cabos calefatores. O funcionamento dos dois é basicamente o mesmo, a diferença é que a manta só pode ser usada com pisos laminados e os cabos calefatores podem ser usados com qualquer tipo de piso. 

No caso da manta, sua aplicação é mais simples e rápida pois não exige o uso de argamassa.

Manta para laminados

Cabos calefatores

Os cabos calefatores são aplicados sobre o contrapiso em contato, ou com a argamassa de assentamento, ou camada superior. Por estarem próximos do revestimento, são cabos que possuem características especiais de resistência e menor gradiente de temperatura.

Escolhendo o piso

Certo, já sabemos que o piso aquecido tem muitos benefícios. Andar descalço no inverno pode ser muito acolhedor para você e sua família. Mas é importante saber escolher o melhor piso para o piso aquecido.

As 5 principais opções de piso para uso sobre calor radiante são:

1 – Porcelanato 
O porcelanato e cerâmicas são ótimos condutores de calor, além disso ele não se expande à medida que o aquece ou contrai quando esfria.
2 – Piso laminado
O piso laminado também faz um bom trabalho com o piso aquecido. Por ser construído com camadas de madeira que correm em direções opostas, ele também não se expande ou contrai com a variação térmica. 
3 – Madeira
Apesar de ser uma opção viável e até bastante usada, a madeira não é indicada para o uso com piso radiante. Isso porque é um material que “trabalha” com a variação térmica, o que pode causar rachaduras. Porém, existem diversos tipos de madeiras e algumas são mais resistentes. Por isso, se tiver realmente a intenção de usar esse piso, consulte uma equipe técnica especializada para orientá-lo. 
4 – Pedra natural
Granito, mármore, arenito e outros tipos de pisos de pedra natural conduzem calor muito bem. Da mesma forma como o porcelanato, está entre os mais indicados para ser usado com piso aquecido. 
5 – Piso vinílico
Uma boa opção de piso “quente” (que no inverno não é desconfortável), e que também possa ser aquecido com qualidade. Este revestimento não possui madeira em sua composição, e é um dos melhores pisos para aquecer. No caso dos flutuantes (clicados) o ideal é escolher os com menor espessura.
 
Bom, já deu pra notar que, em termos de calefação, o piso radiante é top. Então vamos lá para suas principais vantagens.
Vantagens
  • Não produz ruídos
  • Possui controle da temperatura
  • Não necessita de limpeza do equipamento
  • Preserva a pureza do ar
  • Combate excesso de umidade sem queimar oxigênio
  • Não interfere na decoração do ambiente
  • Alta durabilidade 

Quanto custa?

A essa altura você deve estar achando que, com todas essas vantagens, este sistema deve custar muito caro e isso é normal.

Indo direto ao ponto, o preço do metro quadrado tem custado em torno de 190 reais, porém isso pode variar pela influência de alguns fatores como localização da obra e tamanho do ambiente e do circuito e detalhes específicos do projeto.  

Uma informação importante é que, quanto maior a área de um circuito, menor o custo do metro quadrado. Dessa forma, caso desejar reduzir o custo total, basta agrupar circuitos (ex: banheiro e closet unidos em um único circuito).

Com relação aos detalhes de projeto, saber qual será o revestimento final da sua casa (porcelanato, madeira, laminado, vinílico, mármore, entre outros) é muito importante. Assim, é possível definir a potência do cabo de acordo com as peculiaridades do revestimento escolhido e garantir a eficiência do sistema. 

Alguns revestimentos exigem o uso de isolamento térmico, pois são mais isolantes que outros, podendo afetar a eficiência do sistema e causando gastos desnecessários de energia. Siga sempre as orientações do departamento de engenharia.

Termostato

termostato é o elemento essencial para que seu piso térmico funcione harmonicamente, pois é ele quem te permite ajustar a temperatura do ambiente e ligar/desligar o sistema. Nesta fase, você irá se deparar com diversos modelos e deverá escolher aquele que melhor atenderá as suas necessidades.

Consumo

Quanto ao consumo, da mesma forma que a instalação do sistema, existem variações e para calcular o consumo de forma precisa é necessário avaliar todo o projeto. 

Um modelo ideal de piso aquecido pode consumir até R$ 0,03/m².h (três centavos por metro quadrado por hora), algo em torno de 30 a 40 Watts/m².h .

No modelo ideal, um ambiente de 10 metros quadrados pode consumir, se usado 6 horas por dia, 20 dias por mês, R$ 36,00/mês (trinta e seis reais por mês).   

Se você está pensando em instalar um sistema de aquecimento, não deixe de considerar o piso aquecido. Ele se apresenta como uma ótima opção oferecendo qualidade de aquecimento e custo/benefício.

Mas não esqueça, sempre que tiver dúvida, consulte seu arquiteto. Ele é o profissional imparcial que terá condições de te apresentar as diversas opções disponíveis no mercado e te acompanhar na visita a fornecedores para encontrar, junto com você, a melhor opção de aquecimento para sua casa. 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

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Arquitetura de Interiores

4 razões para contratar um projeto de arquitetura de interiores agora

4 razões para contratar um projeto de arquitetura de interiores agora

Se você acredita que Arquitetura de Interiores e Decoração são a mesma coisa, este post vai te ajudar a mudar seus conceitos. 

Entenda como a arquitetura de interiores define o uso dos espaços, interfere na funcionalidade e rotina da sua vida, e até pode ser responsável por melhoras em seu sono e em sua saúde.

Além disso, há algum tempo defendemos que a arquitetura é para todos e que, com a ajuda de um profissional, você sempre economiza na realização dos seus sonhos. 

Arquitetura v.s. decoração

Antes de começar, vamos entender um pouquinho sobre essas diferenças?

As atribuições do profissional de Arquitetura e do Decorador de interiores são bastante diferentes. Embora o arquiteto possa fazer tudo que o decorador faz, a profissão de Decorador não é regulamentada ou regida por Lei, e ainda há a profissão de Designer de Interiores, regulamentada no Brasil pela Lei 13.369 de 2016 que determina:

Art. 2º Designer de interiores e ambientes é o profissional que planeja e projeta espaços internos, visando ao conforto, à estética, à saúde e à segurança dos usuários, respeitadas as atribuições privativas de outras profissões regulamentadas em lei.

 

O Arquiteto tem atribuições mais amplas, que permitem um aprofundamento maior da atividade, podendo exercer reformas e intervenções na estrutura física do imóvel, sob sua responsabilidade técnica ou com o auxílio de outros profissionais da Engenharia.

Em resumo, o Arquiteto é o profissional mais completo para projetar os seus ambientes, no entanto, seu projeto pode ficar ainda mais completo com um time formado por mais profissionais, combinado? 

Há muitas vantagens em contratar um projeto de Arquitetura de interiores:

  1. Gera mais valor ao seu imóvel
  2. Melhor aproveitamento do espaço
  3. Aumento no conforto e no bem estar
  4. Ambientes mais práticos e funcionais
  5. Adequação dos espaços às suas necessidades
  6. Economia sem abrir mão da qualidade

Selecionamos os 4 principais motivos, para nós aqui da Nesta, para contratar um profissional de Arquitetura de Interiores o mais cedo possível e te ajudar a investir melhor em seu projeto e, consequentemente, em sua obra. 

Para ter um espaço extraordinário, acreditamos numa palavra chave: planejamento

Por isso te encorajamos não só a contratar um profissional, mas a fazer isso ainda na fase inicial do seu projeto, para que você possa usufruir de ainda mais qualidade no seu espaço, economizar tempo e dinheiro, e evitar muita dor de cabeça e desperdício de materiais. 

Essa premissa vale tanto para projetos de casas, como de apartamentos. A maioria das construtoras dispõe de um departamento de personalizações e, quanto antes o seu Arquiteto iniciar o processo de projeto, mais elementos podem ser ajustados e mais personalizado o seu espaço poderá ficar.

Além disso, elementos especiais como ilhas, banheiras, automação residencial, sistemas de aquecimento, ou outros quaisquer podem ser previstos e o seu espaço preparado para recebê-los, sem quebra-quebra depois que a obra estiver pronta. 

 

4 razões para contratar um projeto de arquitetura de interiores o mais cedo possível

1- O projeto de arquitetura de interiores interfere na resolução do uso de cada espaço

Quando pensamos no projeto de interior, muitos elementos do projeto de arquitetura precisam ter sido pensados antes. Quer um exemplo? O sistema de ar condicionado deverá ser posicionado de forma que o equipamento não interfira no uso do espaço. Em um dormitório, o vento direto em relação à posição da cama, pode ser incômodo e até causar problemas respiratórios nos moradores. Ou seja, na etapa de projeto arquitetônico, seu espaço tem muito a ganhar com o planejamento integrado do projeto de interior. Isso gera economia para a adequação de instalações ou outras intervenções que se fazem necessárias caso o projeto de interiores fique para depois. 

 

Suíte do menino. Projeto Autoral Nesta, 2021.

2- Grande parte do investimento da sua obra está no que vai dentro dela

Ou seja, você não irá habitar espaço compostos por apenas 4 paredes, janelas e portas. Seu ambiente é composto de pisos, revestimentos de paredes, forros, iluminação, instalações, tudo isso é executado durante a obra civil, mas faz parte da arquitetura de interiores. Se esta conexão entre as duas etapas não for corretamente afinada na fase de projeto, poderá resultar em ambientes pouco funcionais, ou mesmo inadequados para a finalidade para a qual foram pensados.

Espaço Gourmet. Projeto Autoral Nesta, 2020.

3- Todas as instalações que passam pelas paredes precisam ser compatíveis com o seu projeto de interiores

Quando sua obra foi ou será construída, se não houver um projeto de interiores atrelado a ela, os pontos hidráulicos, sanitários, de gás, elétricos, de automação, entre outros, poderão precisar ser adequados para que sejam compatíveis com a disposição desejada de móveis, eletrodomésticos e iluminação. Com isso, alguns ajustes podem gerar um segundo gasto totalmente desnecessário caso tivessem sido pensados de forma antecipada

Muitas vezes a tão desejada ilha, pode ficar só nos sonhos…

Living. Projeto Autoral Nesta, 2021.

4- Saúde e Sustentabilidade

Se você tiver a assessoria de um Arquiteto de Interiores desde o início de seu projeto, as estratégias de sustentabilidade podem ser conectadas ao seu projeto de interior. Um exemplo é a economia de energia: se o seu projeto de iluminação levar em consideração a luz natural, estratégias de automação, combinados aos horários de uso de casa espaço, você pode ter uma grande economia de energia. E isso é apenas um exemplo, há muitas possibilidades. 

Além disso, os materiais utilizados em sua obra, desde tintas, colas, adesivos, pisos e outros podem ser mais saudáveis se forem corretamente selecionados, de preferência, se forem livres de COVs (Compostos Orgânicos Voláteis).

É possível aumentar o conforto e melhorar muito a experiência de viver no seu espaço extraordinário com essas estratégias. 

Se você gostou deste texto, compartilha com os amigos 😉 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

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Saiba tudo sobre gesso acartonado

Saiba tudo sobre gesso acartonado

Quando falamos em construções de secas em light steel frame, é inevitável lembrarmos de gesso acartonado. Este material, depois de muita história, ganhou espaço no mercado e hoje se apresenta como uma solução prática, para uma obra limpa e com ótimo custo-benefício.

Nas obras de light steel frame, ele é utilizado no emplacamento das paredes internas e apresenta alta resistência em composição com as placas de OSB, com resultado estético superior ao reboco. 

As paredes ficam retas (sim, isso é uma característica importante de ser mencionada, já que na construção de alvenaria é pouco comum) e lisas e a textura do gesso traz uma sensação de aconchego e conforto.

  1. PERFIL METÁLICO ESTRUTURAL COM ZINCAGEM DE ALTA RESISTÊNCIA
  2. ISOLANTE TÉRMICO E ACÚSTICO
  3. OSB
  4. MEMBRANA HIDRÓFUGA
  5. PLACA CIMENTÍCIA 10mm
  6. GESSO ACARTONADO
  7. ACABAMENTO

O que é Drywall?

Segundo a Associação Brasileira do Drywall, que é referência de conhecimento técnico, padrões de qualidade e desempenho, o Drywall combina estruturas de aço galvanizado com chapas de gesso de alta resistência mecânica e acústica, produzidas com rigoroso padrão de qualidade

Construção sustentável 5 razões para usar drywall na sua obra

Fonte: decorfácil

História do Drywall

O Drywall teve origem depois de dois grandes incêndios nas cidades de Chicago e Nova York, em 1871 e 1890. As construções eram de madeira, material altamente inflamável, o que tornou o evento devastador deixando muitos mortos e milhares de desabrigados.

Esses acontecimentos trouxeram a necessidade urgente de se pensar em materiais de construção. É nesse contexto que surge o drywall, material que viria a revolucionar a construção civil por ser tratar de um sistema de construção a seco, que não utiliza (ou utiliza em quantidades mínimas) água.

Fonte: vivadecora

A origem do Drywall é datada de 1888, em Rochester, Kent, Reino Unido, porém foi patenteado em 1894 nos Estados Unidos, pelo empresário americano Augustine Sackett, que registrou as chamadas placas Sackett, formadas por 4 camadas de gesso molhado dentro de quatro folhas de papel, lã e camurça.

Posteriormente, em 1910, surge então o “Gypsum Board” (Placa de Gesso) fabricado pela empresa Gypsum, que possuía bordas encapadas e substituía as duas camadas de papel camurça anteriores pelo suporte do papel acartonado e o gesso molhado pelo seco, ficando conhecido como “chapa drywall” ou “chapa parede seca”.

Drywall no Brasil

O sistema drywall chegou ao Brasil em 1970, por iniciativa do médico Roberto de Campos Guimarães, que fundou em Petrolina, PE, a Gypsum do Nordeste. A partir dos anos 90 se instalam no país grandes fabricantes mundiais com sede na Europa como BPB Placo, Knauf e Lafarge Gypsum.

Hoje, as principais reservas no Brasil encontram-se nas regiões Norte (Pará), Centro Oeste e Nordeste, sendo esta última a maior jazida brasileira na Chapada do Araripe, responsável por 85% da produção nacional, entre os Estados de Pernambuco e Ceará. 

Tipos de gesso

Atualmente, existem quatro tipos de gesso bastante encontrados no mercado: acartonado, em pó, placas e blocos. O gesso acartonado é um dos tipos mais requisitados na construção civil. 

 
 
Gesso acartonado
 
Para o acartonado, existem 3 tipos que, no Brasil, são diferenciadas por cores e indicadas para os diferentes usos, com produto apropriado para áreas úmidas ou com necessidade de maior resistência ao fogo, por exemplo.
 
 

(Fonte: decorfacil)

 
  • Verde (RU): possui silicone e aditivos fungicidas misturados ao gesso, pois assim se torna mais adequado para a aplicação em áreas úmidas como banheiro, cozinha e lavanderia.
  • Rosa (RF): resiste mais ao fogo por causa da presença de fibra de vidro na fórmula. Por isso, é indicado ao redor de lareiras e na bancada do cooktop.
  • Branco (ST): é a variedade mais básica (Standard), amplamente empregada em forros e paredes de ambientes secos. 
Vantagens
  • Precisão orçamentária – A quantidade de placas, parafusos, perfis e isolamento, pode ser levantada e orçada com precisão. 
  • Alto rendimento e produtividade – Dois instaladores são capazes de produzir cerca de 30m² de drywall em apenas um dia. Em duas horas a parede está pronta para receber o acabamento. 
  • Isolamento térmico e acústico – Graças ao preenchimento interno com gesso, o drywall isola naturalmente mais do que a alvenaria. Porém é possível aumentar a eficiência utilizando materiais isolantes como a lã de pet ou de rocha.

 

Fonte: acervo. Isolamento com lã de pet

 
  • Versatilidade – Mudar um projeto do meio da obra ou fazer uma reforma é bem mais fácil com drywall. Diferente da alvenaria, a mudança é realizada de modo rápido, econômico, sem gerar entulho e reciclando boa parte dos materiais.
  • Praticidade e rapidez – A instalação do gesso acartonado é rápida, prática, não gera desperdício e quase não produz sujeira ou resíduos.
  • Leveza – o gesso acartonado é um material muito leve, o que o torna ideal para quem deseja reduzir o peso estrutural das fundações.
  • Instalações embutidas  as instalações podem ser feitas com as paredes abertas, sem necessidade de quebrar as paredes para abrir as canaletas.

 

Fonte: acervo. Instalações elétricas e hidráulicas nas paredes de steel frame antes de receber o emplacamento com gesso acartonado 

 

  • Acabamentos e revestimentos – As paredes de gesso acartonado podem receber qualquer tipo de revestimento, como madeira, cerâmica, papel de parede, pintura, entre outros. 

Fonte: acervo. Lavabo com paredes de gesso acartonado revestidas com cerâmica e papel de parede.

  • Pouco consumo de água – o sistema é caracterizado como “construção seca”, que significa que, por utilizar placas e estruturas metálicas em sua instalação, o gasto com água é muito pequeno. 
O gesso acartonado e a sustentabilidade

Essa bandeira a gente levanta e tem grande relevância para nossos projetos e obras, e está presente em todas as escolhas que fazemos. (Leia até o final para ver o uso desse material em nossas obras!)A sustentabilidade do gesso se apresenta na possibilidade de reciclagem e no correto descarte dos resíduos. 

No entanto, há necessidade de realizar a gestão destes resíduos assim como de muitos outros materiais empregados no canteiro de obra. buscando acompanhar as exigências da legislação ambiental brasileira, redução dos custos de produção, de destinação de resíduos e, o mais importante, o menor uso de recursos ambientais.

 

Os resíduos de gesso são constituídos basicamente sulfato de cálcio di-hidratado (CaSO3.2H2O) mais aditivos incorporados durante seu processo produtivo. A deposição em aterros sanitários comuns não é recomendada, portanto, as possibilidades de minimizar o impacto ambiental ocasionado pelos resíduos de gesso são a redução, a reutilização e a reciclagem do material.

Conforme a Associação Brasileira do Drywall, o sistema é sustentável nas quatro dimensões que definem esse conceito:

  • Drywall é ambientalmente adequado: consome relativamente pouca energia para sua fabricação e na montagem gera menos resíduos totalmente recicláveis;
  • Drywall é socialmente justo: a tecnologia drywall valoriza a mão de obra envolvida em todas as fases de sua utilização, notadamente na sua montagem, elevando o padrão de renda dos profissionais envolvidos e reduzindo seu esforço físico em comparação com os métodos construtivos tradicionais;
  • Drywall é economicamente viável: as principais qualidades do drywall – leveza, rapidez de execução, precisão dimensional e geométrica e geração de resíduos mínima – proporcionam economias em todas as etapas das obras;
  • Drywall é culturalmente aceitável: drywall representa um avanço na forma de construir, pois sua execução é mais racional e inteligente e permite projetos com maior liberdade de criação.
Drywall v.s. outros sistemas

Ainda segundo a ABD, a tecnologia drywall, causa baixíssimo impacto no meio ambiente, em comparação com os sistemas construtivos tradicionais, notadamente a alvenaria. 

Em primeiro lugar, gera uma quantidade de entulho muito menor, de cerca de 5% de seu peso (contra 30% da alvenaria convencional), o que facilita sua coleta e seu transporte. Além disso, seus resíduos, notadamente os restos de chapas e de perfis estruturais de aço, podem ser totalmente reciclados.

Os restos de perfis de aço galvanizado já têm soluções de reciclagem consagradas no mercado, a exemplo do que ocorre com a maioria dos metais, que podem ser facilmente reaproveitados pela indústria metalúrgica. Por outro lado, no caso específico das chapas para drywall, que são produzidas à base de gesso, podem ser reaproveitadas em três frentes: indústria de cimento, agricultura e o próprio setor de transformação de gesso.

Fazendo a sua parte

As informações de como realizar a gestão de resíduos do gesso podem ser encontradas no manual técnico de “Resíduos de Gesso na Construção Civil – Coleta, armazenagem e reciclagem” disponibilizado para download pela Associação Brasileira do Drywall. 

Buscar por materiais alternativos, mas tecnológicos, responsáveis com o meio ambiente e que possibilitem construções mais racionais e industrializadas são responsabilidade dos profissionais da construção civil, mas a demanda também pode surgir do cliente. Nossa dica para você que nos segue é: mantenha-se informado e seja curioso com relação às possibilidades de construir diferente e melhor.

Confira abaixo alguns resultados do gesso acartonado em nossas obras!


 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

 

Fontes de pesquisa: Vivadecora | Wikipédia | Evento Anap | Drywall | Decorfácil | Drywall

SANTOS, Alex Ferreira dos. A história e origem do drywall: Drywall no mundo e no Brasil. 2018. Disponível em: <https://brasildrywall.blogspot.com>. Consultado em 15 de agosto de 2021

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7 tendências na arquitetura pós pandemia

7 tendências na arquitetura pós pandemia

Há alguns anos estamos percebendo uma mudança no uso dos espaços e na configuração das casas. Nas últimas décadas, o conceito aberto foi tendência na arquitetura de interiores, com espaços integrados voltados para a convivência e socialização

Porém, a pandemia mudou a rotina e, consequentemente, o uso dos espaços. A integração passou a não fazer mais sentido quando as pessoas precisam de privacidade para trabalhar e as crianças para terem aulas on-line. O hall de entrada passou a ser mais valorizado, deixando de ser um espaço apenas decorativo e de transição para se tornar uma área de descontaminação e higienização.

Neste post, vamos conversar com você sobre as principais tendências na arquitetura pós pandemia, atualizar seus conceitos para a compra ou locação do seu próximo imóvel, para a construção ou reforma da sua casa, ou mesmo para decidir sobre as próximas compras para a sua casa, ajudando no consumo consciente nesse nosso novo mundo. 

Compras on-line

Não é a toa que, durante os primeiros meses de quarentena, as compras on-line de produtos para cama, mesa e banho, aumentaram 165,9% e, de iluminação para paredes e tetos, 52% (Fonte). 

No caso dos produtos destinados à decoração, um estudo aponta crescimento de 28% para vendas on-line. Com a permanência constante dentro de casa, houve um movimento para adaptar o lar às necessidades e deixá-lo mais bonito e confortável. Isso acarretou um aumento de 188% nas vendas de itens para a sala de jantar, bem como 161% em prateleiras e 59% em mesas de cabeceira (Fonte).

Tendências

É fato que muita coisa está mudando definitivamente, e estudos apontam algumas tendências para as próximas décadas que irão transformar a arquitetura e configurar o “Novo Morar”. Convidamos você a refletir sobre tudo que está por vir e a conhecer algumas dessas mudanças que irão impactar na arquitetura e na vida:

Home Office

Segundo a revista The Economist, os humanos querem se socializar novamente no pós pandemia, mas o trabalho remoto basicamente permanecerá o mesmo. Vamos continuar a trabalhar online a partir de nossas casas cada vez mais adaptadas e com reuniões em lugares diferentes todos os meses para socializar e conectar. 

O espaço para trabalhar terá cadeira cativa no layout da casa, por isso espaços físicos mais privativos, cadeiras com melhor ergonomia, iluminação adequada e, claro, um background atrativo para as chamadas de vídeo, terão mais importância no projeto.

Fonte – Pinterest
Automação 

As casas irão se tornar mais tecnológicas e adaptadas ao trabalho diário. A automação residencial está em expansão e soluções inovadoras vão se tornar mais frequentes como a interconexão entre diferentes dispositivos por meio da Internet das Coisas (IoT).

Fonte – Vipdoor
Privacidade

As plantas das casas estão mudando, a compartimentação dos espaços tende a aumentar e ambientes como escritório, varandas e hall de entrada entrarão no programa de necessidades básico. Porém, é possível criar soluções flexíveis com divisórias móveis que permitem a integração ou não dos ambientes. 

Os arquitetos, ao projetar, passam a considerar as atividades e não o nome do ambiente, por exemplo estudar, trabalhar, descansar, dormir em vez de escritório, sala de estar e quarto. 

De acordo com uma pesquisa realizada pela Zillow and The Harris Poll, 27% dos entrevistados disseram considerar se mudar para uma casa com mais cômodos. Sendo o principal motivo: o fato de ter passado mais tempo em casa durante a pandemia.

Bem estar e cuidados com a saúde

Estando mais em casa, as pessoas precisarão de alguns minutos no dia para relaxar, se exercitar e cuidar da saúde. Por isso, salas de ginástica e meditação serão comuns. 

“Buscaremos nos acalmar das formas mais alternativas possíveis. Portanto, teremos que reservar um espaço para ser o nosso santuário. Onde poderemos encontrar o silêncio. O banheiro pode ser o nosso spa, com acabamentos mais escuros, para deixarmos a mente acalmar. Teremos menos objetos, acumularemos menos, porém, os objetos que acumularmos terão um valor maior.” – Lili Tedde, trend forecaster

Fonte – Casa Vogue
Áreas abertas

Além das salas de lazer e descompressão, espaços abertos serão necessários para aquele momento de contato com a natureza

A integração entre área interna e externa da residência é outra tendência que ganhou ainda mais força durante a pandemia. A conexão entre os dois espaços aumenta a amplitude do ambiente como um todo, além de possibilitar maior contato com o exterior da casa e com a natureza.

“Vai mudar a relação da casa com o jardim. Os ambientes terão mais iluminação natural e serão mais ventilados. A combinação reduz o uso do ar-condicionado e melhora da qualidade do ar: bom para a saúde! Os ambientes serão mais integrados com a área externa. E o jardim ganha status de espaço para as família curtir. Com redário, fogo de chão e  pergolados.” – Catê Poli, paisagista

Plantas e hortas

A natureza também entra em casa e a presença de plantas e pequenas hortas dentro de casa complementa a decoração e o paisagismo interno de destaca com jardins e hortas verticais.

Fonte – Casa Vogue

A urban jungle deixa de ser tendência e passa a ser realidade quando a presença das plantas dentro de casa determina a escolha dos móveis e as paredes ganham tons de verde e azul.

Texturas

A casa passa a ser sinônimo de refúgio e aconchego e os materiais mais naturais como algodão e linho ganham destaque. 

“Há tempos que nos nossos livros de tendências explicamos que quanto mais virtuais nos tornarmos, mais iremos buscar a experiência sensitiva. A textura, em forma de tecidos em alto relevo como jacquard, as fibras naturais, a cerâmica, todas com relevos nos trazem de volta à realidade e proporciona conforto. Já os revestimentos em áreas como banheiro e cozinha, terão que ser de fácil limpeza. Mas não descarto tapetes e tecidos com muita textura e que tragam o conforto de se sentir protegido e abraçado.” – Lili Tedde, trend forecaster

A vida, a rotina, a casa, as pessoas, tudo está mudando em um ritmo veloz. Estarmos atentos ao presente é necessário e saudável, porém ao mesmo tempo precisamos estar conectados com o que está por vir para nos adaptarmos aos poucos às novas e significativas mudanças. 

Estamos juntos nessa aventura, sempre em busca por espaços cada vez mais extraordinários.

Fontes de pesquisa: Vipdoor | Líder Interiores | Vobi | Casa Vogue | Jornal Opção | Casa Vogue

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

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Calefação – entenda o que é, e como escolher o melhor sistema para sua casa

Calefação – entenda o que é, e como escolher o melhor sistema para sua casa

Em tempos de frio, falar de calefação é totalmente conveniente, porém não é por este motivo que resolvemos abordar o assunto.

Aqui na Nesta, desde que iniciamos um projeto, ou melhor, ainda antes, no briefing com o cliente, uma das perguntas que fazemos é sobre qual sistema ele quer usar.

Perguntinha fácil, resposta difícil. Existem muitas opções no mercado e você não precisa escolher só uma, sabia?

Antes de avançarmos, é importante esclarecer o significado de calefação: de forma simples, calefação residencial é o aquecimento de um local fechado de forma rápida e segura. O sistema pode ser central (instalado em um ponto fixo da residência) ou local (equipamento instalado em que aquece um ambiente específico).

Sistemas modernos

Atualmente há várias fontes de energia para serem utilizadas: sistemas elétricos, à lenha, solar, à pellet e à gás. Dentro destas opções, ainda temos uma variedade de equipamentos: lareira à lenha, lareira à pellet, lareira à álcool, radiador elétrico, radiador hidráulico, ar condicionado, piso aquecido elétrico, piso aquecido hidráulico, estufa a gás, estufa a óleo, estufa elétrica, fogo de chão… ops, brincadeirinha. 😛

Com todas essas opções, você saberia qual delas escolher? Provavelmente não… Mas é por isso que estamos aqui falando sobre este assunto.

Acredite, apesar de ser um assunto bastante técnico, a escolha do sistema de aquecimento de uma casa tem um viés bem pessoal. Tem pessoas que amam colocar aquela lenha na lareira, outros tem horror à sujeira que ela faz e não querem fazer aquela forcinha pra carregar toras de um lado para o outro.

Alguns não suportam o vento quente do ar condicionado e outros não abrem mão dele pois é versátil e aquece o ambiente rapidamente.

Por isso, quando conversamos com o cliente sobre este assunto a conversa normalmente se estende e, no caso dos mais indecisos, o projeto dá uma “travadinha” pois é preciso de tempo para conhecer as vantagens e desvantagens de todos os sistemas, conversar com fornecedores, visitar lojas e fazer orçamentos.

Vamos falar um pouco sobre cada um deles e como eles impactam no projeto e no orçamento:

Lareira à lenha

A mais conhecida e rústica, para quem gosta e tem tempo de cuidar do fogo. Este modelo tem ótimo rendimento, porém deve ser executado por profissionais experientes e seguir um projeto detalhado para que não tenha problemas de voltar fumaça no ambiente ou de perda de calor. É indicada para espaços abertos e integrados, mas nos cômodos mais distantes, pode não aquecer muito bem, precisando de um complemento.

Lareira à pellet

Considerada a opção mais sustentável, é alimentada com pellets, que é considerada uma fonte de energia renovável. É um combustível sólido em formato de granulado que é feito a partir de resíduos prensados de madeira proveniente de florestas renováveis. Promete eliminar a fumaça e a sujeira da lenha, sem perder o charme do fogo. 

Geralmente tem controles eletrônicos e pode ser automatizada – você programa um horário para ela ligar e “plin”! quando chega em casa ela está quentinha te esperando. Importante mencionar que ela possui uma chama de tamanho reduzido, comparada aos calefatores a lenha, mas nem por isso tem menos potência de aquecimento.

Lareira à álcool ou ecológica

Utiliza álcool etanol como combustível e não emite cheiro nem fumaça, por isso não necessita de chaminé. Sua instalação é simples, e pode ser usada tanto em área interna como externa. Por consumir oxigênio e emitir CO e CO2, é importante ter o ambiente minimamente ventilado. Seu rendimento é considerado razoável, mas deve ser dimensionada por empresas especializadas.

Radiador hidráulico

Modelo de calefação mais conhecido e utilizado, é um sistema de aquecimento central que utiliza dutos de água quente que circulam por toda casa até chegar em um radiador instalado no ambiente. A água é aquecida por um boiler ou caldeira que pode ser a gás (mais utilizado) ou outras fontes de energia, como solar e elétrica. É um sistema muito eficiente e confortável, porém o custo de instalação e manutenção é mais alto que outros sistemas.

Radiador elétrico

Ainda pouco conhecido na nossa região, é um modelo que apresenta ótimo rendimento, é discreto, elegante e com consumo parecido com o do ar condicionado. A vantagem é que não tem aquele ventinho circulando e é completamente silencioso. Ele pode ser pendurado na parede ou com rodízios para ter mobilidade. 

Como as lareiras à pellet, o radiador elétrico pode ser programado para ligar e desligar, e sua potência é dimensionada conforme o tamanho do ambiente. Da categoria dos aquecedores locais, é uma ótima opção para aquecer um ambiente menor com qualidade e conforto.

Imagem: Portal Energia

Ar condicionado

Também conhecido como Split, muito prático e de rápido aquecimento, é um sistema que, diferente de todos os outros, pode ser utilizado no inverno e no verão. O sistema tipo inverter quente e frio possui também grande eficiência energética. Para alguns, apresenta um pequeno inconveniente, que é o vento, o que pede uma avaliação cuidadosa na hora de escolher o melhor local para instalar. Para mais informações sobre consumo e especificidades do sistema, leia este texto!

Piso aquecido

É considerado o mais confortável pois distribui o calor uniformemente pelo ambiente através de serpentinas no piso. Pode ser hidráulico e elétrico, sendo que no primeiro sua energia vem de um sistema de caldeira muito similar à calefação com radiador hidráulico. Outra vantagem deste sistema é que o piso fica quentinho, proporcionando uma sensação muito agradável e como o calor irradia a partir do chão, passa por todo ambiente até chegar ao forro. A desvantagem deste tipo de sistema é a demora para aquecer ambientes maiores ou com pé direito duplo. 

Todas estas opções são válidas e eficientes. Cabe mesmo analisar qual ou quais delas atende melhor às demandas de cada cliente e de cada casa. Dependendo do projeto ou se é um apartamento por exemplo, algumas opções ficam mais restritas. 

Aqui na Nesta, procuramos combinar sistemas com eficiência energética e conforto. Por isso sempre analisamos a fonte de energia e o consumo esperado ao especificar esse conjunto de sistemas. E sempre que utilizamos sistemas elétricos, avaliamos junto com o cliente a possibilidade de gerar sua própria energia como estratégia de redução de consumo, ao longo de toda a vida útil da casa. 

Sistemas de calefação e o Steel Frame

Como trabalhamos com o sistema light steel frame, imagino que possam estar se perguntando se muda alguma coisa em relação às casas de alvenaria: absolutamente nada. Todos estes sistemas podem ser usados em casas de steel frame, com algumas peculiaridades na instalação.

Por exemplo, passar uma tubulação de calefação durante a obra é muito mais simples pois as paredes ficam abertas. No caso da lareira convencional, ela é revestida com tijolos refratários sobre uma placa cimentícia e, dentro na parede, é colocada lã de rocha. O piso aquecido é executado da mesma forma que nas obras convencionais, com aplicação sobre o contrapiso de concreto.

Enfim, tanto em casas de alvenaria quanto de steel, o que importa realmente é adequar o sistema às suas necessidades e isso deve ser feito na etapa inicial do projeto, a qual chamamos de definição. É nela que analisamos todas as questões relacionadas ao sistema de calefação e definimos qual será usado para que possamos prever as instalações no momento adequado à etapa da obra, sem precisar fazer arranjos depois.

Não esqueça: procure sempre a assessoria de um profissional especializado, tanto da arquitetura quanto de fornecedores específicos, e você não terá inconvenientes durante a obra e terá sua casa quentinha sempre que precisar.

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

 

Fontes de pesquisa: Central das Lareiras

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De quem é a responsabilidade sobre a obra? O Método Nesta para construir a casa dos seus sonhos

De quem é a responsabilidade sobre a obra? O Método Nesta para construir a casa dos seus sonhos

Quando o assunto é execução de obras, há muitas dúvidas e nebulosidade na forma que os profissionais e as empresas de construção atuam. Mas afinal, de quem é a responsabilidade pela obra?

Montamos aqui o Guia Definitivo para você fazer a sua obra de sucesso [de preferência conosco ;)] e explicamos como e por que criamos nosso método, que é a prova de bala, para fazer sua obra sem sustos.

Vamos começar por alguns conceitos…

Existem apenas duas formas de contratar a execução de uma obra e, para quem não é do mercado de construção, ou seja, 99% dos nossos clientes, no momento de decidir há muitas dúvidas quanto às responsabilidades pela obra. Você provavelmente deve estar se perguntando:

E se minha casa tiver algum problema, a quem eu me reporto?

Calma, já vamos responder! Como isso depende da forma de contratação dos serviços, criamos esse guia para te ajudar! 

Segundo o CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo, órgão que regulamenta o exercício da profissão dos Arquiteto e Urbanista no país, você pode contratar sua obra de duas formas: por empreitada ou por administração. 

Antes, é muito importante esclarecermos o conceito de execução. Segundo o CAU, é a atividade em que o Profissional, por conta própria ou a serviço de terceiros, realiza trabalho técnico ou científico visando à materialização do que é previsto nos projetos de um serviço ou obra. 

Ou seja, somente se trata de uma execução quando a contratação se dá por uma dessas modalidades. Todas as demais se enquadram na categoria de gestão, o que significa que, seja qual for a empresa ou profissional que vá executar a sua obra, quem ficará responsável por materializar o seu projeto deverá recolher o RRT – Registro de Responsabilidade Técnica pela sua obra através de uma dessas modalidades. 

Este mesmo profissional ou o profissional que responde tecnicamente pela empresa responderá pela execução da sua obra perante o órgão Municipal responsável pela emissão do seu Alvará de Construção, que é o documento que autoriza sua obra a acontecer. Este profissional não precisa ser o autor do projeto. 

Isso também significa que qualquer empresa que você contratar para execução dos serviços deverá ter um responsável técnico, com registro no Conselho de Arquitetura ou Engenharia para responder pela execução da sua obra. 

Conceitos esclarecidos! Agora sim vamos explicar como funcionam as modalidades de execução de obras:  

Execução por empreitada 

É realizada quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço total de material e mão de obra ou preço total de mão de obra. Seu uso se verifica geralmente em contratações de objetos mais comuns, quando os quantitativos de materiais empregados são poucos sujeitos a alterações durante a execução da obra ou da prestação dos serviços e podem ser aferidos mais facilmente. (Fonte: CAU-BR)

 

dica da nesta

Este tipo de contratação normalmente é utilizado pelas construtoras, que entregam a obra pronta conforme materiais descritos em um Memorial Descritivo, sem grandes margens para modificação ou troca de materiais. 
Mesmo que você opte por esta modalidade, sempre contrate o autor do projeto para uma das modalidades de Gestão de Obra para acompanhar se está tudo sendo cumprido de acordo com o contrato, bem como o Memorial Descritivo e as especificações do seu Projeto Arquitetônico. 

Execução por administração 

Consiste no regime de contratação na qual o construtor é remunerado pelo seu trabalho de administração e responsabilidade técnica da obra mediante um percentual dos valores de materiais e mão de obra efetivamente aplicados. (Fonte: CAU-BR)

Nesta modalidade, você tem total domínio dos materiais empregados, uma vez que o papel do administrador da obra é representar você no canteiro de obras. 

A responsabilidade sobre a administração de obra geralmente engloba: 

  • contratação da mão de obra;
  • compra de materiais;
  • gerenciamento de prazos.

Consequentemente, o administrador da sua obra deverá: 

  • recusar serviços feitos em desacordo;
  • conferir todos os materiais que chegam na obra;
  • solicitar pagamentos dos materiais comprados;
  • gerar relatórios mensais de pagamento de serviços.
Abaixo estpa a tabela indicada pelo CAU para pagamento de honorários por serviços de administração de obra. 

 

TABELA DE HONORÁRIOS PARA EXECUÇÃO DE OBRAS POR ADMINISTRAÇÃO Fonte: CAU-BR

dica da nesta

Essa é modalidade que escolhemos para executar obras, pois ela traz transparência aos processos, permite que você só pague o que foi efetivamente executado, e ainda escolha cada um dos materiais que vai ser empregado na sua obra.

Quando você é o comprador, também há o benefício da não bitributação dos materiais, tornando sua obra mais barata. 

Importante: Somente estas duas modalidades de contrato tratam da execução, ou seja, a materialização da obra. Todas as demais não demandam ao profissional autor do projeto responsabilidade sobre a execução. 

Modalidades de Gestão 

Para todas as demais atividades que não sejam de execução, há diferentes níveis de responsabilidade. Abaixo explicamos as principais.

Supervisão

Atividade exercida por profissional ou empresa de Arquitetura e Urbanismo que consiste na verificação da implantação do projeto na obra ou serviço técnico, visando assegurar que sua execução obedeça fielmente às definições e especificações técnicas nele contidas.

Direção ou Condução

Atividade técnica que consiste em determinar, comandar e essencialmente decidir com vistas à consecução de obra ou serviço, definindo uma orientação ou diretriz a ser seguida durante a sua execução por terceiros.

Gerenciamento

Atividade que consiste no controle dos aspectos técnicos e econômicos do desenvolvimento de uma obra ou serviço técnico, envolvendo a administração dos contratos e incluindo um rigoroso controle do cronograma físico-financeiro estabelecido.

Acompanhamento de obra ou serviço técnico

Atividade exercida por profissional ou empresa de arquitetura e urbanismo para verificação da implantação do projeto na obra, visando assegurar que sua execução obedeça fielmente às definições e especificações técnicas nele contidas.

Fiscalização

Atividade que envolve a inspeção e o controle técnicos sistemáticos de obra ou serviço, com a finalidade de examinar ou verificar se sua execução obedece ao projeto e às especificações e prazos estabelecidos. Consiste no serviço de acompanhamento técnico, certificação ou reprovação, indicação das retificações pertinentes e autorização de pagamentos a cada etapa da obra.

Nunca é demais lembrar que se você contratar qualquer forma de gestão de obra, o papel do administrador provavelmente será seu, e isso implica em estar presente a todas as decisões, controlar pagamentos, aprovar serviços, conferir materiais, entre outras atividades. 

O método NESTA 

Aqui na Nesta, trabalhamos com duas formas de contratação dos serviços: 

  • Acompanhamento de Obra ou Serviço Técnico
  • Execução de obra por Administração

Nosso “pulo do gato” consiste em nossa metodologia de trabalho, na qual realizamos algumas etapas pouco convencionais de planejamento em todas as obras que nos envolvemos, sejam projetos autorais ou de terceiros, colocando em fluxo as informações de todas as demandas a serem definidas e o estudo de viabilidade financeira da obra. 

A metodologia Nesta foi elaborada com base em dois conceitos principais:

  1. O fluxo correto de informações para planejar projetos e obras, baseado na metodologia BIM – Definição > Desenho > Entrega 
  2. O custo da obra sendo o principal meio de tornar viável a execução do objeto

Explicando melhor, não é possível decidir quem fará o serviço sem ter certeza do que será feito, certo? 

Parece óbvio, mas não é. Quando um cliente nos procura para fazer uma obra em light steel frame, por exemplo, mas já tem um projeto pronto para orçarmos no sistema, muitas vezes antes disso precisamos definir (ou redefinir) todos os materiais para podermos orçar de forma correta esta obra. 

Um exemplo que pode te ajudar a entender estas diferenças são as fundações em concreto: se você tem um projeto para alvenaria, possivelmente o seu projeto estrutural de fundações está projetado para 4 vezes mais cargas do que se a obra for em light steel frame. Possivelmente terá que ser recalculado para que possa ser orçado. 

Por isso não importa em que estágio o seu projeto esteja, ao colocarmos o seu projeto em rota, sempre é possível ainda tomar as melhores decisões.

Dizemos que nossa metodologia é blindada pois fazemos assim: 

DEFINIÇÃO

Assessoramos você na escolha de tudo o que estiver ainda em aberto: sistema construtivo, climatização, materiais, revestimentos, projetos complementares… Sempre te orientando para o sucesso, com base no SEU BRIEFING, ou seja, você é quem decide o rumo da sua obra. Estas decisões geram o EVF – Estudo de Viabilidade Financeira, que permite que você ajuste a rota para seguir em frente.

DESENHO

Nesta fase realizamos o projeto executivo e as compatibilizações de todos os sistemas, detalhamos tudo o que foi decidido e geramos os projetos necessários para o canteiro. 
Geralmente são gerados aqui 4 cadernos técnicos:
1 – Arquitetura
2 – Interiores
3 – Instalações
4 – Estruturas 

Mas isso poder variar conforme a complexidade de cada obra. 

ENTREGA

Os produtos gerados na fase de desenho são entregues e explicados às equipes selecionadas e, caso você escolha a Nesta para administrar a sua obra, nesta etapa geramos os principais documentos do Planejamento da Obra:

1- Cronograma físico-financeiro
2- Orçamento executivo 

O orçamento executivo é a versão atualizada e revisada do EVF, com os prestadores e produtos já definidos em caráter final de execução. 

Isso permite levantarmos dentro do SEU ORÇAMENTO qual a melhor forma de contratação, quais os prestadores de serviços ideais para sua obra, e também te empoderar sobre o valor a investir para ter a obra pronta, sem sustos

Assim, não há surpresas, mas sim decisões baseadas em fatos e números, o que resulta em um planejamento real, à prova dos “achismos”, estimativas e chutes que tanto ouvimos em nosso dia a dia. 

Em breve falaremos mais da metodologia Nesta aqui no blog, fique com a gente e deixe a sua dúvida, pergunta ou sugestão de conteúdo que podemos fazer novos textos para ajudar você 😉 

 

 

Simone Fraga é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Construções Sustentáveis e pós graduanda em Coordenação e Gestão de Projetos em BIM, atua na área de projetos desde 2008.

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Feng Shui e Sustentabilidade

Feng Shui e Sustentabilidade

Desde que começamos a trabalhar com arquitetura, estamos sempre em busca de algo mais: casas mais confortáveis, construções mais inteligentes, materiais mais sustentáveis e por aí vai… Iniciamos em 2010 com a construção seca e desde então não paramos mais. Nesta busca, iniciamos em 2012 os estudos de um conhecimento milenar sobre o meio ambiente e sua influência ao homem, o Feng Shui

Inicialmente, confesso, estava em busca de algo a mais para minha vida pessoal, o que de fato encontrei. Porém, compreendi depois, que no pessoal também estava a arquitetura, afinal, ela faz parte da minha vida.

O Feng Shui é uma arte, um conhecimento profundo e encantador sobre vida, natureza, homem e arquitetura. 

Hoje, em nosso trabalho, projetos, relacionamento com os clientes, escolha de parceiros e em nossas obras, aplicamos todo conhecimento que adquirimos durante a vida, mas dois conceitos são muito fortes em nossa assinatura e atendem ao nosso propósito através da arquitetura: sustentabilidade e Feng Shui. A relação entre esses dois conhecimentos é íntima e muito alinhada. 

Agir em fluxo consciente no nosso espaço está intimamente conectado com a sustentabilidade do nosso planeta. Acreditamos que tudo que é natural tem uma assinatura energética, constante e forte. Portanto, quanto mais natural for a nossa casa, mais saudável ela será

Fatores que influenciam

Se permitirmos que a nossa casa respire com materiais e produtos mais naturais, também nos beneficiaremos de uma maior clareza e leveza todos os dias.

Cuidar das escolhas que fazemos sobre o que vai “morar” com a gente, passa a ser algo além do “comprar”. Isso vale desde o material de construção, do mobiliário, e até que produtos de higiene e limpeza usamos, que tipo de comida comemos ou como tratamos o nosso lixo.

Existem estudos em várias áreas que demonstram que os cheiros, texturas, cores e principalmente o que não vemos, influenciam nosso humor, nossa saúde, nosso sono. 

De forma mais científica podemos citar os COVs (Compostos Orgânicos Voláteis), os metais pesados, os fungos e as bactérias presentes no ar. Uma pesquisa da Agência de proteção ambiental americana (EPA) mostrou que o ar interno pode ser 100 vezes mais tóxico do que o ar externo.

Na linha mais holística (conheça o significado desta palavra), temos a influência do “Qi” – energia intrínseca a tudo que existe que é utilizada nas aplicações do Feng Shui – as radiações, o magnetismo, a radiestesia e a geobiologia, dentre outros.

Tudo isso considera que as coisas que convivemos e que estão à nossa volta, nos afetam de alguma forma

Vale lembrar…

Gastar abundantemente os recursos disponíveis não é sinal de prosperidade mas sinal de não saber gerir a energia disponível, interna (emoções) e externa (corpo). Apagar as luzes quando não são necessárias, ter filtros nas torneiras para que gastem menos água e ventilar os espaços naturalmente são apenas algumas ideias para uma melhor gestão dos recursos disponíveis.

Por isso, Feng Shui e sustentabilidade estão diretamente relacionados. Seja na escolha dos materiais, nos estudos de iluminação e mobiliário, ou na posição correta da cama, tudo influencia de forma positiva ou não, nas pessoas.

Casas não devem ser projetadas para vender, elas devem ser para o usuário. E se isso for feito com uma visão abrangente, holística (sem misticismos) e sustentável, teremos cada vez mais qualidade de vida, bem estar e construções saudáveis. 

Em um próximo texto iremos falar de como aplicamos esses conceitos em nossos projetos. Nos acompanhe! 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

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