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Você já ouviu falar de Certificação para Construções Sustentáveis?

Há pouco anunciamos em nossas redes que nos tornamos membros do GCB Brasil, um órgão certificador para construções sustentáveis. Hoje, estamos aqui para explicar um pouco melhor o que isso significa e contar pra vocês sobre as certificações ambientais para a construção civil.

Para começar, vamos contextualizar lá, beeeem do início.

A adoção do termo desenvolvimento “sustentável” surgiu em 1972, quando foi criada a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Anos depois, em 1987, sob a coordenação da Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, foi criado Relatório de Bruntland, um documento intitulado “Nosso Futuro Comun”, que disseminou o conceito de desenvolvimento sustentável.

O relatório faz parte de uma série de iniciativas, as quais questionam o modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas.

O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.(…) Muitos de nós vivemos além dos recursos ecológicos, por exemplo, em nossos padrões de consumo de energia(…) No mínimo, o desenvolvimento sustentável não deve pôr em risco os sistemas naturais que sustentam a vida na Terra: a atmosfera, as águas, os solos e os seres vivos.(…) Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas.[1]

Nas décadas seguintes, grandes convenções internacionais passaram a ser realizadas e metas foram definidas para a desaceleração do consumo de recursos naturais, podendo-se citar a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (Estocolmo, 1972); a Convenção de Viena para Proteção da Camada de Ozônio (Viena, 1985); o Protocolo de Montreal (Montreal, 1987); a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento – ECO’92 (Rio de Janeiro, 1992), a Conferência das Nações Unidas (Istambul, 1996) e o Protocolo de Kyoto (1997). Nessas reuniões, protocolos internacionais foram firmados, a fim de rever as metas e elaborar mecanismos para o desenvolvimento sustentável.

Desde então, este conceito tem sido usado (às vezes de forma banalizada) para representar ações em prol do uso consciente dos recursos naturais, nas esferas: ambiental, social, econômica e cultural.

A construção civil é historicamente um grande gerador de resíduos e consumidor de recursos naturais, desta forma o termo construções sustentáveis ganhou repercussão rapidamente no setor.

As construções sustentáveis representam uma necessidade diante do quadro ambiental vivido. Se considerarmos o impacto que a construção civil gera, poderemos entender a mitigação que ações sustentáveis e conscientes irão desencadear nas próximas décadas.

A construção é a atividade humana de maior impacto ambiental, consome 75% dos recursos naturais do planeta e representa:

Edificações sustentáveis otimizam o uso dos recursos de água e energia e não perdem em conforto e tecnologia. Além disso, proporcionam mais conforto e menor consumo, tornando a vida útil da construção mais barata.

Diante disso tudo, com a demanda crescente por construções mais sustentáveis e responsáveis, surgiram as Certificações Ambientais, como uma estratégia para estimular construções mais conscientes.

Elas comprovam que a construção utiliza técnicas e tecnologias visando a preservação dos recursos naturais e concedem uma valorização e diferenciação nas construções do mercado.

Felizmente, as certificações que avaliam as práticas sustentáveis para edifícios estão ficando cada vez mais conhecidas no mundo todo.

No Brasil, podemos citar os 5 principais selos de sustentabilidade:

– Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal;

– Certificação Leed | Leadership in Energy and Enviromental Design;

– Certificação AQUA-HQE | Alta Qualidade Ambiental;

– Selo Procel Edifica;

– FSC Brasil.

O Brasil é o quinto país com mais edificações buscando a certificação LEED, atrás apenas dos Estados Unidos, Canadá, China e Índia. A mesma ferramenta é usada em 143 países, o que permite a comparação do desempenho em consumo de energia, água ou qualidade do ar com um prédio nos Emirados Árabes, por exemplo.

O LEED (sigla para Leadership in Energy and Environmental Design) faz parte das certificações emitidas pelo GBC Brasil (Green Building Council Brasil) “uma entidade ligada à World Green Building Council e que tem como objetivo promover a capacitação de profissionais, informar a sociedade sobre as melhores práticas da construção civil, aplicar a certificação LEED e atuar junto a Organizações Não Governamentais (ONGs) no sentido de promover políticas públicas que incentivem os construtores a pensar na sustentabilidade dos seus empreendimentos.”

Além do LEED, o GBC atua também com outras certificações: GBC Casa, GBC Condomínio, GBC Life e GBC Zero Energy.

CERTIFICAÇÃO LEED

Aplicável a praticamente todos os tipos de projetos de edifícios, comunidades e cidades, o LEED fornece uma estrutura para criar edifícios sustentáveis, saudáveis, altamente eficientes e econômicos. A certificação LEED é um símbolo globalmente reconhecido de conquista de sustentabilidade. https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-leed/

CERTIFICAÇÃO GBC BRASIL CASA

Aplicável a novas construções de unidades unifamiliares, o GBC Casa avalia as fases de projeto e obra reconhecendo residências mais eficientes e confortáveis, que promovem redução dos custos operacionais ao longo do ciclo de vida da edificação e conforto, saúde e bem estar para os ocupantes. https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-casa/

CERTIFICAÇÃO GBC BRASIL CONDOMÍNIO

Aplicável a novas construções de condomínios multifamiliares, o GBC Condomínio avalia as fases de projeto e obra reconhecendo residências mais eficientes e confortáveis, que promovem redução dos custos operacionais ao longo do ciclo de vida da edificação e conforto, saúde e bem estar para os ocupantes. https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-condominio/ 

GBC LIFE

Guia referencial para projetos de interiores residenciais com foco em conforto, saúde e bem-estar. https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/gbc-life/

GBC BRASIL ZERO ENERGY

A certificação GBC Brasil Zero Energy é uma ferramenta extremamente prática e eficiente para o desenvolvimento de construções, reformas ou operação, visando o equilíbrio entre o consumo e geração de energia por fontes renováveis nestas edificações. https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/zero-energy/

Cada modalidade de certificação avalia critérios específicos que são categorizados em áreas e pontuados. Para exemplificar, vamos aprofundar sobre a certificação Leed, a mais conhecida e utilizada internacionalmente.

LEED – O Leadership in Energy and Environmental Design ou LEED, é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações utilizado em mais de 160 países, e possui o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações.

O LEED possui 4 tipologias, que consideram as diferentes necessidades para cada tipo de empreendimento

As tipologias analisam 8 áreas:

Os pré-requisitos são as ações obrigatórias em qualquer empreendimento que busca a certificação. Não cumprindo um dos diversos pré-requisitos, impossibilita o empreendimento receber a certificação.

Créditos são ações que o LEED sugere, sempre focadas em performance de desempenho. A medida que o empreendimento assume tal ação, recebe uma pontuação.

Total de 110 pontos possíveis em todas as tipologias. Os pontos são conquistados à medida que o empreendimento aplica os créditos sugeridos pelo LEED.

Os benefícios proporcionados pelas edificações sustentáveis e certificadas são muitos, entre eles:

Econômicos:

  • Diminuição dos custos operacionais
  • Diminuição dos riscos regulatórios
  • Valorização do imóvel para revenda ou arrendamento
  • Aumento na velocidade de ocupação
  • Aumento da retenção
  • Modernização e menor obsolescência da edificação

Ambientais:

  • Uso racional e redução da extração dos recursos naturais
  • Redução do consumo de água e energia
  • Implantação consciente e ordenada
  • Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas
  • Uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental
  • Redução, tratamento e reuso dos resíduos da construção e operação.

Sociais:

  • Melhora na segurança e priorização da saúde dos trabalhadores e ocupantes
  • Inclusão social e aumento do senso de comunidade
  • Capacitação profissional
  • Conscientização de trabalhadores e usuários
  • Aumento da produtividade do funcionário; melhora na recuperação de pacientes (em Hospitais); melhora no desempenho de alunos (em Escolas); aumento no ímpeto de compra de consumidores (em Comércios).
  • Incentivo a fornecedores com maiores responsabilidades socioambientais
  • Aumento da satisfação e bem estar dos usuários
  • Estímulo a políticas públicas de fomento a Construção Sustentável

A Nesta acredita e apoia movimentos para um futuro mais sustentável, responsável, e por construções com mais tecnologia e conforto. Por isso nos tornamos membros do GBC e levantamos a bandeira das certificações e da capacitação de profissionais e consumidores, para avançarmos cada vez mais rumo a um futuro sustentável.

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

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Reforma sustentável – o valor das edificações existentes

Reforma sustentável – o valor das edificações existentes

O tempo passa e, em cada período, a arquitetura apresenta características diferentes. As demandas dos moradores não são mais as mesmas. É preciso que a casa se adapte e se transforme.

Dentro da bandeira das construções sustentáveis e responsáveis, existe uma abordagem que não é muito reconhecida, porém que possui alta demanda e grande potencial: as reformas. É um ponto de vista diferente, que ganha força no movimento por construções que causem menos impacto. 

Ouso dizer que uma reforma pode ser mais sustentável do que uma obra nova, principalmente porque aproveita algo existente. Quando reformamos, “pulamos” uma boa parte do processo construtivo. É como se fossemos direto para a etapa dos acabamentos e instalações, porque tudo o que vem antes já está pronto. 

Isso por si só já economiza muitos recursos e evita todo o desperdício de materiais que envolve esta etapa em uma construção convencional (digo convencional, pois nos sistemas construtivos a seco o desperdício é bem menor). 

 
“Em um mundo onde o lixo é um problema grave, é urgente que a arquitetura se adapte.”

Nossa proposta

Dentro dos serviços que prestamos, a reforma tem ganhado espaço e é, de certa forma, uma queridinha. 🙂 Quem nunca assistiu os episódios de Irmãos a obra? É maravilhoso poder ver espaços antigos e que não atendem mais às necessidades da família se transformarem em espaços lindos, renovados e funcionais!

Porém nossa proposta vai além da reforma em si – avançamos, propondo reformas mais sustentáveis, que valorizam as características originais e as qualidades da edificação, com menor impacto e foco na saúde e bem estar do usuário.

O retrofit

Nesse caso, o Retrofit, é o que representa melhor essa abordagem. Porém, “o termo retrofit não deve ser confundido com restauração — que devolve o edifício ao seu estado original — nem com reforma — que não se compromete com as características originais do prédio. Modernização é a palavra que tem o significado conceitual mais próximo da técnica — já que, além de restaurar o edifício, o retrofit renova as estruturas com novos materiais e soluções.

Dentre as principais vantagens que o retrofit proporciona às obras de arquitetura, destaca-se o potencial sustentável — uma vez que a adequação torna a fachada mais eficiente e introduz sistemas hidráulicos, de eletricidade, iluminação e ventilação que atendem exigências ambientais.

Em suma, além de uma grande intervenção no edifício, o retrofit determina a forma como o prédio irá funcionar para reduzir gastos energéticos e custos com manutenções.” – AECWEB

Na prática

Vamos ver como isso funciona na prática? Listamos abaixo algumas iniciativas que adotamos para ter uma de reforma sustentável:

1 – Reaproveitar itens 

Antes de sair descartando tudo na caliça de coleta de resíduos, é importante fazer uma avaliação do que pode ser reaproveitado ou doado. Alguns materiais como torneiras, esquadrias e móveis, por exemplo, podem ser relocados ou doados. A prática de vender ou doar itens é muito sustentável. Ela permite que outras pessoas possam comprar produtos usados com valores acessíveis, evitando que eles virem lixo.

 
2 – Flexibilidade

Além das necessidades atuais da reforma, é importante pensar em como o espaço pode se adequar a novos usos que possam surgir. Principalmente nos projetos corporativos, é comum que as empresas contratem novos funcionários ou incorporem novos setores à estrutura e precisem adequar o espaço às novas demandas. 

Neste caso, divisórias que podem ser reposicionadas e plantas livres que permitam novas compartimentações são importantes de serem consideradas. Estruturas metálicas que são recicláveis também podem ser desmontadas e reaproveitadas, além de chegarem prontas para serem instaladas.

 
3 – Projeto executivo

Sabemos que qualquer reforma não está livre de surpresas e, mesmo que seja bem planejada, requer ajustes e adaptações. Porém, quando existe um projeto bem resolvido e pensado para ser executado, esses ajustes reduzem drasticamente. 

Uma equipe com qualidade técnica e que faça um levantamento detalhado e um projeto compatibilizado é item importante para a sustentabilidade da obra. 

4 – Eficiência energética

Renovar as instalações elétricas pode representar boa economia na nova conta: para isso, tenha projeto elétrico elaborado por um profissional capacitado. Substituir a iluminação por lâmpadas de led e dimensionar a necessidade de iluminação artificial, por exemplo, complementam e contribuem para um melhor desempenho energético.

 
5 – Valorização da iluminação e ventilação natural 

Foi-se o tempo em que os funcionários eram considerados quase parte do mobiliário. Hoje, a produtividade é sinônimo de bem-estar e é comprovado que proporcionar ambientes bem iluminados e ventilados aumenta a produtividade e reduz as chances de problemas de saúde e consequentemente se ausentar com frequência. 

 
6 – Biofilia e vegetação

Estar dentro dos ambientes significa se afastar da natureza, certo? Não mais. Conceitos como Biofilia e Urban Jungle estão cada vez mais presentes nos projetos de interiores. Trazer a natureza para dentro é mais que uma tendência, é uma necessidade que proporciona aconchego e bem estar.

 
7 – Torneiras e descargas ecológicas

A reforma é uma ótima oportunidade de optar por produtos que economizam recursos e, consequentemente, dinheiro. Torneiras com temporizador podem reduzir o consumo de água em até 80% se comparadas às torneiras de banheiro tradicionais. As descargas com duplo acionamento também reduzem o consumo de água quando apresentam litragem diferente para líquidos (3 litros) e sólidos (6 litros). 

Além destes itens, as empresas do ramo já apresentam outras soluções para diminuir o consumo tanto de água quanto de energia. A Deca, por exemplo criou o sistema Deca Comfort, que está presente em toda a linha de torneiras e misturadores Deca e proporciona economia de até 60% de água.

Já a cuba L. 737, com solução Plug&Play, é sinônimo de Reforma Fácil e foi desenvolvida para auxiliar as pessoas que desejam substituir a cuba de embutir oval (L.37) por uma de apoio, sem precisar fazer a troca ou quebrar a bancada, pois seu tamanho é capaz de cobrir o corte universal de tampos já existentes, além de auxiliar no aproveitamento da furação do tampo para a instalação dos metais. 

 

Existem diversas outras ações que podem ser adotadas para fazer da reforma uma obra sustentável. Valorizar o que já existe é uma virtude na construção civil e já temos muitos edifícios construídos no mundo, talvez seja a hora de parar de construir e começar a reformar. #ficaadica

 

Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

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Saúde e qualidade do ar na arquitetura

Saúde e qualidade do ar na arquitetura

Em um momento tão desafiador como o que estamos passando, é impossível não pensarmos em nossa saúde e nos cuidados que devemos ter para que tenhamos uma vida longa e saudável. A pandemia trouxe à tona um assunto importantíssimo na arquitetura – a qualidade do ar e dos ambientes em que vivemos.

 

Recentemente o GBC – Green Building Council – um movimento global, presente em 80 países, que trabalha pela transformação da indústria da construção em direção à sustentabilidade – organizou no Brasil um evento chamado Green Building Week, cujo tema era Qualidade do Ar no Ambiente Construído.

Um assunto muito pertinente, e com certeza, não aleatório, que traz para a comunidade da construção civil uma discussão fundamental sobre os cuidados que devemos ter com a qualidade do ar nos ambientes projetados e construídos.

Em 1982 a organização Mundial da Saúde reconheceu a Síndrome do Edifício Doente (SED) após a comprovação de que a morte de 34 pessoas e a constatação de que 182 casos de contágio com a bactéria denominada Legionella pneumophila foram ocasionados pela contaminação do ar interno de um hotel na Filadélfia.

Isso aconteceu em 1976, durante uma convenção da Legião Americana de Veteranos, que reuniu mais de 4 mil ex-soldados no Bellevue Stratford Hotel. Os participantes começaram a adoecer misteriosamente, apresentando tosse, febre e dificuldade para respirar.

Como identificar a Síndrome do Edifício Doente

Quando mais de 20% dos ocupantes de um imóvel apresentam sintomas como dores de cabeça, fadiga, irritação nos olhos, nariz e garganta, ele pode ser diagnosticado com a Síndrome do Edifício Doente.

Em um primeiro momento, problemas de saúde como estes parecem não ter qualquer relação com os aspectos construtivos de uma edificação, porém, assim como nós as construções adoecem e apresentam patologias.

Nesses casos, a origem do problema pode estar na concepção do projeto da edificação – principalmente dos sistemas de ar-condicionado – e na falta de planos de manutenção periódica dos equipamentos.

Essa síndrome, que começou a ser estudada na década de 1970, está frequentemente relacionada ao sistema de refrigeração ou de aquecimento dos edifícios. Ela pode ser provocada pela presença de bactérias, vírus ou fungos em sistemas de ar condicionado sem manutenção adequada; de produtos químicos dispersos no ar ou de poeira acumulada em carpetes ou cortinas.

Além das bactérias e vírus, os contaminantes do ar interno podem aparecer na forma química. Entre os contaminantes químicos estão: monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, ozônio, formaldeído, dióxido de enxofre, amônia e radônio 222 (oriundo do decaimento radioativo do rádio 226), presente nos solos, lençóis freáticos e materiais como pedras, tijolos e concreto. 

Os materiais sintéticos de revestimento, aglomerados de madeira, alcatifas, papéis de parede, colas, removedores, cera, espumas de isolamento, solventes, tintas, vernizes, além de equipamentos como impressoras e fotocopiadoras e produtos de limpeza, são potenciais fontes de contaminação.

Além destes, outros fatores como iluminação, ruídos e odores, podem agravar os problemas de saúde relacionados ao edifício.

Certamente, nos projetos residenciais e de edifícios de pequeno porte, alguns destes problemas são produzidos em uma escala menor, porém não podem ser ignorados.

Vamos listar aqui 5 ações simples, mas de grande impacto, que consideramos premissas básicas para projetos inteligentes e que levam em consideração a qualidade de vida das pessoas.

  1. Iluminação natural – pensar em ambientes com iluminação natural e preferencialmente com incidência direta do sol durante alguns períodos do dia.
  2. Ventilação Natural – dimensionar corretamente as aberturas e permitir a ventilação natural e cruzada.
  3. Manutenção dos Equipamentos – realizar a manutenção preventiva dos equipamentos de ar condicionado respeitando a periodicidade recomendada pelo fornecedor.
  4. Materiais e produtos – dar preferência para produtos com ausência de metais pesados e tintas e que não utilizem formaldeído e não liberem COV’s (compostos orgânicos voláteis).
  5. Vegetação – Sempre que possível, tenha jardins internos e plantas purificadoras de ar. 

Os ambientes construídos influenciam a saúde, o bem-estar e a produtividade das pessoas que os utilizam. O ambiente que você mora, trabalha, fica ou se recupera não pode te deixar doente. A saúde é um grande motivador para fazermos ações conscientes e a arquitetura pode ser uma grande aliada nessa missão.

Acreditamos em ambientes mais saudáveis e sustentáveis, se você também acredita , dissemine essa ideia. Compartilhe esse texto com quem você gosta e promova equipamentos e ambientes mais saudáveis. 


Deise De Conto é Arquiteta e Urbanista, Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável, atua na área de projetos desde 2000.

 

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